Capítulo 3

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— Acorda mãe, mãe...

Lauren balançou a mãe que mal se mexia, para alguém que vivia dizendo que não dormia, Oli tinha até mesmo sonhado, por mais que não se lembrasse bem o tema de suas ilusões, acordou com aquele frescor de quem conheceu uma realidade paralela, adormecida nos confins de seu cérebro.

— Mãe levanta, eu tenho que ir para a escola nova!

Olivia abriu os olhos lentamente e viu a filha com o mesmo uniforme que ela havia usado por anos em sua vida escolar, camisa branca de botões, saia azul, sapatilhas e meia ¾, a única coisa que Oli jamais usaria e Lauren adorava eram as Maria Chiquinha

— Mamãe está ficando tarde! — Lauren protestou ao cruzar os braços e novamente fazer a mesma cara que o pai quando algo a desagradava

— Meu Deus, eu esqueci completamente! — Ela sentou na cama e tocou a testa — Cadê seu pai? Falei para ele que mudança no domingo não dá certo! Seu pai já saiu? — Levantou sem saber muito bem o que fazer primeiro, não era boa sob pressão

— Ele deixou um bilhete, disse que foi resolver alguma coisa na empresa! — Lauren falou com toda calma que não havia puxado de Oli — O trabalho dele começa hoje e vão apresentar ele! Papai estava feliz!

A menina afirmou com tanta confiança que Olivia se perguntou se a menina havia aprendido a ler tão bem de um dia para o outro — Você leu o bilhete?

— Não, ele me disse antes de sair, estava feliz!

— Ela sorriu — Aí eu me arrumei e esperei você acordar, mas você não acordou!

Olivia anuiu algumas vezes, sentia que parte de seu cérebro ainda estava adormecido — Magrela, espera a mamãe lá em baixo, eu já desço para te dar café da manhã... — A menina saiu do quarto junto com a mãe e diferente de Lau que desceu as escadas, Oli correu para o quarto que pertencia a ela e Hans, não se deslumbrou com o que viu, mas o cômodo era enorme, o closet com uma porta grande atrás da cama tinha mais roupas do que ela lembrava de ter encaixotado, o marido provavelmente tinha comprado o que ele achava que ela deveria usar e como sempre, ela não passaria nem perto de vestir-se como a mãe dele. Sem mais delongas, a loira pegou a primeira calça jeans de cintura baixa e uma blusa preta com uma frase qualquer na frente, escovou os dentes na suíte e com pressa prendeu os cabelo em um coque, enquanto calçava os chinelos.

— Lauren? — Desceu as escadas em tropeços chamando a menina — Oi mamãe!

— Sua roupa do ballet está na bolsa?

— Sim, mostrei para tia Joana ontem e a gente colocou na mochila — respondeu olhando para a televisão

Olivia viu a menina sentada com a mochila nas costas, totalmente pronta para saírem e a única coisa que ela fez foi agradecer, mentalmente a entidade mais próxima, por sua filha não a ter puxado. Ela era caos em forma de gente, desde pequena andava correndo e se atrasava, a garota tinha a calma necessária para concluir as tarefas, se mostrava pontual e muito responsável para a idade. Se Lauren fosse um pouco parecida com ela, naquela idade, estaria na cama dormindo e agradecendo aos céus por todos terem esquecido que haveria uma aula para assistir.

— Pega o cereal na cozinha e o iogurte
Ela anuiu e correu para a cozinha, inspirada pela pressa da mãe, que procurava desesperadamente pelas chaves e a carteira, que ela jurava ter deixado no aparador, mas não encontrou. Olhou em todos os móveis e até mesmo embaixo deles e não via o chaveiro com uma foto de Lauren em lugar algum.
“Porra...” – Praguejou, sempre que era pressionada o resultado era aquele, ficava cega e conseguia ser um pouco pior do que já era.

— Lauren, viu a chave do carro e a carteira da mamãe? — Perguntou enquanto olhava embaixo do sofá

— Em cima da estante — Respondeu, calmamente ainda na cozinha

Por AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora