Conteúdo - Parte 1

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Êxodo 1

Entre os fatos citados no final do livro de Gênesis, e os que são relatados no livro de Êxodo, nós temos um período aproximado de quatrocentos anos. Este foi o tempo, conforme dito por Deus a Abraão, que a sua descendência teria que aguardar para o cumprimento da promessa feita a ele, de receberem a terra de Canaã como herança.

Neste longo tempo eles estavam se formando como nação no Egito, e agora chegaria o momento de saírem de lá nos dias de Moisés, para o cumprimento daquilo que o Senhor havia prometido aos patriarcas de Israel.

Não se deve pensar que Deus tenha ficado sem testemunhas no Egito durante aqueles quatrocentos anos sobre os quais a história e a Bíblia silenciam quanto ao que estava ocorrendo com as pessoas de Israel. Assim, não foi somente quando levantou Moisés e entrou em aliança com Israel com a doação formal da lei, e instituiu a forma do culto e da adoração, que Deus deu preceitos e mandamentos para serem cumpridos pelo seu povo, porque nós vemos ao longo do livro de Gênesis que desde Adão, Ele os havia dado, especialmente a partir de Abraão. Não é correto portanto pensar que foi somente a partir de Moisés que Deus tivesse revelado a Sua vontade aos homens.

A regulamentação da lei veio com Moisés, mas os princípios gerais da lei, já haviam sido revelados desde o princípio.

Este primeiro capitulo de Êxodo faz a ligação do final da narrativa de Gênesis com todas as coisas relativas à revelação da história da redenção da humanidade, que foram experimentadas nos próprios dias de Moisés, e que constam não somente em Êxodo, como também em Levítico, Números e Deuteronômio.

O próprio Moisés registrou as circunstâncias em que ele havia nascido, quando ainda era um bebê, e houve a matança de crianças israelitas, ordenada por faraó.

Os detalhes do seu livramento da morte naquela ocasião estão narrados no segundo capítulo. Neste, ele simplesmente registra o motivo alegado para aquela matança, pois o povo de Israel havia se multiplicado muito, contando com seiscentos mil homens prontos para a guerra, sem contar crianças, mulheres e idosos. E como haviam sido reduzidos à escravidão, tal crescimento preocupava os governantes egípcios, quanto a uma possível revolta de escravos que saísse vencedora contra o exército de faraó.

Das setenta pessoas que compunham a família de Jacó quando este entrou no Egito descenderam todos estes milhares de israelitas, que alguns estimam que se somando a estes homens prontos para a guerra, as crianças, mulheres e idosos, chega-se a um total aproximado de três milhões de pessoas, que seria a população total de Israel na época.

Então a matança das crianças teria em vista deter o aumento numérico da nação israelita.

No entanto este era o motivo alegado pela perspectiva do governo do Egito, mas sabemos que pela perspectiva espiritual havia poderes por detrás daquela operação covarde, tal como a que ocorreu na época em que Jesus nasceu, quando houve também uma matança de crianças ordenada por Herodes, e tal como haverá no governo do anticristo.

Nós sabemos que o poder por detrás do Anticristo é o de Satanás, que operará através dele.

Ora, toda esta fúria não pode ter motivos terrenos que a justifique, senão motivos espirituais, que têm sua origem naquele que veio roubar, matar e destruir, a saber, o diabo, arqui-inimigo de Deus.

Por que não se fala de matança de crianças em massa em Israel, antes dos dias de Moisés?

Certamente o diabo soube que seria levantado um libertador para Israel, e além disso, ele sabia que aquela nação iria se deslocar para Canaã, depois daqueles quatrocentos anos, e isto faria com que a Palavra e a promessa de Deus fossem cumpridas, e não há nada que ele mais odeie do que isto, e assim tenta por todos os meios impedir que a promessa do Senhor seja cumprida, de modo que possa acusá-lo de infidelidade.

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