Capítulo dois

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Chloe

Lá estava eu novamente, naquela bendita fila, fazendo a última transição de nível, desde quando descobriram que sou nível 3 tenho passado por testes. E esse será enfim o último.
- Próximo - chama Melanye, aquela garota me irrita, sempre fazendo piadinhas sem graça de signos, ela acha que é a pessoa mais divertida de todos no acampamento, ela não passa de uma pirralha - que tem dois anos a mais que eu, mas mentalidade de uma criancinha de 4 anos de idade - estupidamente mimada e...
Uma garota de estatura mediana com uma pele muito branca, olhos apertados castanhos quase negros numa expressão suave e pensativa me tira de meus devaneios quase caindo em mim, ou no chão, não tive percepção para distinguir o que aconteceria se não tivesse segurado seu braço.
- Cuidado! - adverti.
Ela passou a mão direita nos cabelos cor de outono - que apresentavam um degradê de castanho com uma pitada de loiro - um pouco nervosa.
- Foi mal! - disse ela e logo se foi.
- Próximo - aquela voz irritante foi pronunciada novamente, dessa vez se referindo a mim.
Fui até a quem a mesma pertencia e fiquei encarando - a.
- Olá Chloe, me deu uma vontade de chorar agora! Me acompanha? Te empresto meu ombro se quiser.
- Só me dê logo a permissão para pegar uma arma no arsenal Melanye.
- Há Chloe, vamos lá, se anime um pouco, não seja um bebê chorão - ela começa a rir de sua piada sem humor e olha para a folha - é seu último teste de passagem? Sabe que não vai conseguir não é? - sorri.
- Realmente esperaria isso se fosse você, assim você não precisaria se envergonhar perdendo pra mim.
- Cale sua boca... - ela levantou se de sua cadeira repentinamente.
- Ou vai fazer o que? - Me aproximei mais dela, vimos o diretor do acampamento nos fitando já próximo a nós.
- Está tudo bem aqui?
- Claro, só estava desejando boa sorte a Chloe - diz Melanye sorridente me entregando a permissão.
Sai dali e fui em direção ao arsenal, empurrei a porta ainda com raiva e a soltei logo após de entrar de entrar, isso a fez bater causando um barulho estridente, olhei para trás e quando me virei novamente Damon e a garota da fila me encaravam.
- Foi mal...
- Não tem problema....ainda bem que essa porta de vidro é resistente - fala Damon destacando o material da porta que poderia ter quebrado - diferente de você, tão doce e frágil - diz segurando uma risada.
- O que?
Ele não consegue mais segurar e gargalha e eu parto ao seu encontro, quando estou bastante proxima soco-o no braço esquerdo.
- Ai - ele acaricia seu braço - vejam se não é minha canceriana esquentada favorita.
- Sou a única canceriana esquentada por aqui seu leonino metido - nos abraçamos.
- Com licença - diz a garota pigarreando - preciso da minha arma se não for muito encomodo.
- Dê a garota uma katana Damon, é a cara dela, e dei - me meu arco e flecha!
- O que vocês vêem em mim para dizer que uma katana é minha arma?
Eu e Damon nos entre olhamos e dou de ombros.
- Instinto?
Damon a deu sua arma e ela já ia sair quando gritei.
- Vai lá garota você consegue!
Ela olhou para trás e gargalhou.
- Meu nome é Natalye.
- Chloe, rebobinando, vai lá Natalye você consegue!
Ela saiu logo após, e Damon me fitou com uma sobrancelha arqueada.
- Que foi?
- Você, acabou de apoiar uma novata?
- Não!
- Ah Chloe, você acabou de fazer isso.
Suspirei, não gosto de me relacionar com ninguém, de amigos só tenho Damon e isso foi um milagre. Mas, a a algo nessa garota que me faz querer protegê-la, como se fosse sua irmã mais velha. Algo está acontecendo comigo, os cancerianos devem aprender a controlar os sentimentos dos outros antes dos seus próprios, mas comigo não é assim, desde sempre sei controlar meus sentimentos, e com isso decidi não sentir, exatamente nada, claro que a exceções como a dor da perda que não consigo dizimar apenas diminuir, e a raiva que as vezes escolho sentir pra saber que ainda tenho vida, meus testes são meio diferenciados, ao invés de estar praticando me controlar, praticarem controlar meus oponentes, ou como gosto de chamar as vezes, vítimas.
Não deveria estar sentindo nada, não deveria querer defendê - la como só faria por Damon.
- Ah não, você está sentindo não é? - assisnto.
- Sinto que tenho que protegê - la!
- Nossa, a fria canceriana Chloe está sentindo apreço e compaixão por uma novata...isso é épico - ele gargalha.
- Cale a boca e dei - me minha arma, preciso passar neste teste!
Ele se dirige a outra parte do arsenal e não demora pra voltar com meu arco recurvo de madeira negra e flechas com pontas reluzentes de aço.
- Mandei afiarem as pontas como você pediu.
- Estão tão brilhantes.
- Lustrei-as também - ele falou um pouco envergonhado mais com um sorriso no rosto.
- Obrigada - o agradeço com um abraço, ele me entrega meu arco - Você vem?
- Irei daqui a pouco.
- Te vejo lá - e então me vou.

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