Uma jovem brutalmente assassinada...
Um homem frio e perigoso...
Uma promessa de vingança...
Graziela tinha apenas quatorze anos de idade quando a irmã fora violentamente assassinada, e ela jurou vingança ao assassino. Essa, porém, seria a missão ma...
Ainda era muito cedo quando Graziela despertou, com o toque sutil da mão de Helena.
— Grazi... Grazi...
Como abrir os dois olhos era um esforço excepcional naquele momento, a garota abriu apenas um deles, tornando a fechá-lo assim que resmungou:
— O que foi, Helen? Algum problema?
— Tenho uma reunião com meu agente agora, às oito horas da manhã. Vamos analisar uma proposta para um programa de televisão. — Helena ofereceu um sorriso pomposo. Desde pequena, participava assiduamente de desfiles e campanhas publicitárias, mas sempre sonhara ser apresentadora ou atriz, por isso fizera cursos de interpretação e recusara recentemente um bom contrato de uma agência internacional, para poder se dedicar um pouco mais ao curso de artes cênicas que iniciara há alguns meses. E muito embora a proposta fosse para ela fazer apenas uma pequena participação semanal em um programa de entretenimento local, onde falaria por alguns minutos sobre moda, ela estava muito animada, pois sentia que aquela oportunidade poderia ser o início de tudo, poderia ser a estreita estrada que a conduziria aos seus objetivos. — Não é o máximo? Ei, você está me ouvindo? Acorde, dorminhoca.
Sem entender quase nada do que a irmã falara, Graziela repetiu apenas o que conseguiu captar:
— Agente... proposta... televisão....
— Isso mesmo. O Felipe chegou muito tarde do desfile ontem à noite e veio direto para cá. Está dormindo em meu quarto. Entendeu?
A voz de Helena estava cada vez mais longínqua e Graziela repetiu novamente as únicas coisas que conseguiu captar:
— Felipe... dormindo...
Helena falou mais alguma coisa, mas Graziela já havia resvalado completamente para o sono, apenas um nome continuava ressoando em sua mente, nos seus sonhos:
— Felipe... Felipe...
— Ei, sua sacana, está sonhando com meu namorado?
A pergunta fez com que Graziela abrisse os olhos, mas a irmã continuava sorrindo.
— Hein?
— Vá dormir. Seu mal é sono.
Graziela acordou algum tempo depois e, como era de hábito, ainda de camisola de algodão e pantufas de ursinhos, foi até o quarto da irmã. Não conseguia discernir direito se Helena fora ao seu quarto para avisar que tinha uma reunião com seu agente ou se apenas sonhara com isso. Na dúvida, abriu a porta do quarto de Helena e encontrou Felipe esparramado na cama, apenas de cueca branca e em um sono profundo.
Mesmo dormindo, ele era maravilhoso de se ver. O rosto admiravelmente forte, os cabelos castanhos desgrenhados, a pele clara, porém bronzeada pelo sol, e o corpo malhado faziam qualquer mulher suspirar, pensou Graziela, que se aproximara apenas para ter o pequeno prazer de vê-lo mais de perto.
Em outras ocasiões, ela morria de vergonha de fitá-lo, por isso se mantinha tão discreta quanto uma sombra na noite, ou quanto as estrelas no céu nublado.
Mas, mesmo dormindo, Felipe sentiu uma presença física ao seu lado e se remexeu. E uma mulher que recendia a delicadas flores do campo começou a fazer parte de seu sonho. Ela tinha lindos olhos dourados, embora ele não conseguisse distinguir direito seu rosto.
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