Acordo de repente com um forte cheiro de queimado. Olho em minha volta. Fogo. Está tudo pegando fogo. Meus esboços, minhas tiaras, as cortinas, tudo. Tento gritar mas não consigo, minha voz sumiu. Levanto da cama e corro até a porta mas como imaginava está trancada. Consigo gritar agora, mas ninguém consegue me escutar. Começo a sentir um ardor na minha pele, o fogo se alastrou pelo meu quarto. Fecho os meus olhos. Tudo sumiu. Estou no jardim novamente e vejo Kile, eu o chamo mas ele não me escuta, ninguém me escuta. Tento correr até ele, quando um buraco enorme se abre em baixo de mim. Estou me segurando mas sei que não vou conseguir aguentar por muito tempo. Grito novamente. Alguém me escutou, vejo alguém chegando. É Josie. Imploro para ela me ajudar mas ela continua parada olhando para mim. Não estou conseguindo mais me segurar, grito novamente, imploro mais uma vez. Mas Josie continua parada, dessa vez rindo. Logo antes de cair escuto ela dizendo: " Senhora minha. Do meu arbítrio és rainha.". Então caí. — Princesa! Abra a porta! — escuto um dos guardas chamando. Acordo ainda assustada. Parecia muito real. Antes que pudesse entender o que aconteceu abri a porta e tranquilizei os guardas que guardavam a minha porta. Nunca sonhei algo desse tipo. Quer dizer, já tive sonhos muito esquisitos desde tiaras voadoras até cabras falantes. O que será que isso deve significar? Tomei um banho, lavei meu cabelo e tentei relaxar. Tenho uma leve impressão de que esse dia vai ser longo. Coloquei um vestido preto com o busto prateado, um dos meus favoritos, porque fui eu quem desenhou, e me preparei para encarar mais um dia com os selecionados. Talvez eu marque um encontro com um deles. Talvez o Hale, sinto falta de um amigo.
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Depois de tomar café fui até o salão do homens. Primeiro vi Ean e Hale conversando em umas poltronas no canto do salão, cada um com livros na mão, provavelmente debatendo-los; Depois vi Kile, Fox gargalhando perto de uma das janelas; E por último encontrei Henri e Erik conversando em finlandês, então não entendi muito bem o que faziam. Quando me viram, pararam tudo o que faziam e se levantaram para me reverenciar. — Acredito que já passamos tempo o suficiente juntos para dispensarmos as formalidades. — tentei ser mais descontraída mas não saiu como eu esperada. — Eu estava pensando em chamar o sr. Hale para darmos um passeio pelo palácio mas tenho uma ideia melhor — eles me olharam confusos — Preciso da ajuda de todos com um assunto. — eles parecem mais confusos ainda. — E no que a senhorita... — começou Fox. — Eadlyn, podem me chamar de Eadlyn — o interrompi. — Eadlyn, que assunto seria esse? — continuou a perguntar. Contei a eles do meu sonho. Senti o desconforto de Kile quando contei sobre a parte de Josie no sonho. Quando terminei Henri disse algo em finlandês e Erik logo traduziu. Alice no País das Maravilhas ele disse. Num pulo começamos a procurar o livro de Alice no país das maravilhas nas estantes presentes no salão dos homens. Ean encontrou. Entregamos à Henri que começou a folhear e folhear até que parou em uma das páginas e deu um grito comemorativo em finlandês. Ele nos mostrou a frase que Josie me disse no sonho: Senhora minha, do meu arbítrio és rainha. Mas o que isso quer dizer? — E se relacionarmos você com a história? — sugeriu Kile. — Boa ideia. — os meninos concordaram. — Quem seria a Alice? — fui a primeira a perguntar. — A senhorita, é claro — respondeu Hale. — E a rainha? — perguntou Fox. — Depende, tem duas rainhas. — respondeu Erik traduzindo Henri. — A branca é a Rainha América com certeza — afirmou Kile — E quem é a vermelha? — Essa história está ficando cada vez mais confusa.
