Capítulo 1

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    Frigorífico, fixada no teto por um objeto pontiagudo que está enfiando em minha cauda dorsal, sendo uma escrava dos jogos doentios, torturada por diversão. À cabeça paira a um metro do chão, repetidamente fios de alta tensão são colocados em meu corpo, a magnitude de choque aumenta conforme o tempo passa, apagando memórias.
Grito por justiça, implorando compaixão, pedindo que se afaste, tento conectar-me ao meu esquadrão, a dor é irritante e me impede de usar a telepatia. Sendo devota da destruição por obrigação, um animal bizarro de estimação, mantida por um humano desumano, que sorrir descaradamente, tendo prazer com meu sofrimento.
    Em determinado momento, uma garota alta entra na sala fria, deparando-se comigo presa, sangrando, e repleta de hematomas. A voz está fraca, mas consigo pedir para não fazer movimentos bruscos, o lugar é cheio de armadilhas.
Nervosa com toda situação, acaba derrubando algumas caixas de carnes, o barulho é estrondoso, facas caem no chão, porém consegue me descer e tirar os fios do meu corpo metade humano, metade peixe.

-Quem fez isso com você? - Questiona.
-Tenha cuidado, você nunca conhecerá o psicopata ao seu lado. Ele é o... - Sou interrompida quando um objeto fino adentra meu corpo, disponibilizando uma onda extrema de choque.

    Debatendo-me compulsivamente com uma dor incrível, observo a garota ser golpeada com uma barra de aço, e caindo no chão de corpo mole. Pedaços de gelos da carne derretem, a água gelada caminha em minha direção, entrando em uma união mágica cessando-me de ser mais eletrocutada. Entro na forma humana, correndo o mais rápido possível, quando tento abrir à porta outra onda de choque, a visão começa a embranquecer, apagando tudo.

        * Não sou eu mesma hoje *

    O sol brilha no céu. Despida a beira do mar, tenho pequenos flashes do meu nome, Lana. Meu corpo moreno está com uma tonalidade pálida, como se perdi muito sangue, uma dor sem sentindo, mas estranha.
Um homem bonito, musculoso, corre até mim, oferecendo uma ajuda imediata.
   A água salgada banha meus pés que se transformam em uma cauda de tom verde escuro, o rapaz se assusta me encarando com curiosidade, e pavor. Rastejando até afundar nas águas, sou surpreendida com a velocidade que alcanço a profundidade obscura do lugar, o imenso reino de Atlanta se ergue conforme nado, entretanto subo a superfície quando aspectos quebrados da memória se regeneram.
    Andando nua na praia, seduzir uma garota e seu namorado, ambos estão boquiabertos me cedendo o que eu quiser. Uso-os sexualmente como recompensa, deixando-os com um sorriso enorme em suas feições tristes. Consigo ler a mente deles, o sonho é ter um filho, então dou-lhe um presente, o dom da fertilidade para a garota.
    Desde que despertei na praia, tenho tentado lembrar quem sou eu de verdade, detalhes se salientam, todavia sinto que algo de importante estar sendo ocultado.
Martelando, sendo notificado direto por mais detalhes, esperando uma brecha para ser libertado. E em fim cheguei em casa.

-Lana, aonde esteve esse tempo todo? - Lívia pergunta preocupada.
-Não sei... não lembro das coisas direito. - Respondo.
-Você sumiu por três dias, ninguém conseguiu te localizar. Saiu pra aquela festa e só volta hoje, nem mentir direito sabe. - Grita revoltada.

      *  Cinco dias depois, 14:55.  *

    Seminário no colégio, valendo a nota da prova. No pátio conversas paralelas, garotos e garotas se beijando, o amor reinando, brigas, desejo.
    Os jogos mortais começa com um grupo de pessoas tímidas, um garoto se destaca perante seus amigos, o sorriso dele é extravagante, tem uma boa lábia, corpo atlético, rosto simétrico, bem bonito.
Fixo meus olhos castanhos no do indivíduo, que move os lábios de forma sedutora, penetrando os olhos em mim, sorrio disfarçadamente pra provoca-lo e o deixo atordoado. Em seguida é o meu grupo a da partida na aula, a minha voz hipnotiza a maioria dos homens, mas quando noto, mudo a frequência sonora, não posso arriscar enfeitiça a maioria das pessoas presentes.
Ovacionados de pé, a honra resplandece toda minha dignidade genuína, fim da aula.

-Interessante esse seu jeito de me provocar - Conta o Garoto, assustando-me.
-Oh, não faço a mínima ideia do que fala. - Minto, se despedindo dos amigos, e caminhando.
-Mentir é feio - Fala me seguindo.
-Qual seu nome?
-Igor, gosto do seu sorriso!.
-Acredite, também gosto do seu!
-E o seu nome?
-Lana!.

     Lua cheia paira no céu de um modo espetacularmente incrível, transferindo um poder enigmático, generoso, e belo.
As amigas estão assistindo filme, enquanto relaxo na banheira em forma de sereia, pressinto que a chuva se aproxima em grande escala, o frio acalmara o tornado de minha mente.
   Pequenos flocos de neve brotam no pequeno banheiro, a magia está me afetando de forma surreal. Sem querer lembro da minha vida no mar...
" Os marinheiros trabalham a bordo do navio, com medo das criaturas que vivem nas profundezas. Há algum tempo, enquanto um dos mais bonitos pescava alguns peixes para alimentar seus amigos, aproveitei-me da pureza do coração do homem, e o deixei enfeitiçado, puxando para o mar, matando todos os sonhos..."

Sereia - Sedução LetalOnde histórias criam vida. Descubra agora