Capítulo 8

257 12 1
                                    


Enzo me fez ir com ele ao cinema livre e ainda assistimos o filme inteiro, e ele realmente parecia interessado no enredo. Mas por um lado foi bom ver esse filme, eu pude perceber como o Enzo fica apenas em silêncio centrado em alguma coisa, e devo dizer que ele consegue ficar ainda mais lindo. Esse homem vai acabar comigo e eu não estou me importando com isso.

-Você vai me explicar agora o que aconteceu? –ele apenas deu de ombros, algumas pessoas já começavam a se levantar da grama (quando disseram que era cinema livre, eu não pensava que iria ser em uma praça), e recolher a sujeira que fizeram.

-Minha irmã vive me enchendo o saco pra arrumar alguém.

-E agora pra sua irmã namoramos, sendo que não somos nada.

-Não se preocupe... –ele fez uma pausa enquanto olhava pra mim, analisando cada traço do meu rosto. –Essa foi a primeira e última vez que vocês se viram.

-Certo! –murmurei virando o meu rosto pra frente. Não sei o por que mas eu queria continuar fingindo ser a namorada dele, talvez assim nos dois viéssemos a ter algo realmente sério e verdadeiro. Na verdade eu sei muito bem o porque, mas eu tinha medo de admitir pra mim e sofrer sem ser correspondida. Suspirei com o rumo dos meus pensamentos, eu teria uma bela dor de cabeça ao deitar na cama.

-Você quer ir ver alguma outra coisa? –voltei meu rosto para o Enzo surpresa. –Por que você esta me olhando assim? –ele perguntou com o cenho franzido e os olhos cinzas confusos. Ele estava demonstrando sentimentos, fazendo mais expressões faciais do que ele costuma fazer, isso estava bastante... Estranho.

-Por que você esta sendo legal comigo?

-Eu não posso?

-Claro que pode... Só é um pouco estranho, você nunca me tratou com tanta simpatia. –ele abriu um sorriso torto que fez meu corpo inteiro formigar, abri um sorriso para ele. Era sempre assim, o Enzo dava algum sinal de sorriso que eu sorria também, era meio automático. Ele se levantou da grama limpando a parte de trás da calça (devo ressaltar que ele tem uma bela bunda), e ofereceu a mão para me ajudar, eu aceitei.

-Não estamos no bordel, e você não esta trabalhando hoje.

-Então quer dizer que você só ira ser legal e simpático comigo quando eu estiver fora do bordel? –franzi o cenho e dei um passo para me afastar dele. Aquilo me deixou um pouco abalada. Quer dizer que ele me via como um objeto?

-Você esta dizendo que eu nunca fui simpático com você? –ele deu um passo para frente se aproximando um pouco de mim.

-Você nunca foi legal comigo. –me afastei dele, dessa vez dando passos mais largos.

-Não foi o que eu perguntei, Alisson! –a voz dele suou um pouco sério, mas eu pude encontrar um tom meio brincalhão nela. Ele se aproximou mais e me prensou em uma arvore que havia ali.

-Não, Enzo. Você nunca foi simpático comigo. –ele encostou o corpo dele no meu,fazendo com que meu ventre se contraísse um pouco.

Ele aproximou o rosto do meu , e quando eu achei que ele iria me beijar ele desviou o rosto para a curva do meu pescoço, passou o nariz pela curva dele e começou a dar leves beijos.

-Eu sempre fui simpático com você... –ele passou a morder o lóbulo da minha orelha e depois voltou para o meu pescoço intercalando entre beijos e chupões. Meu corpo começou a responder a essa caricias, inclinando o pescoço para dar mais espaço a ele, minhas mãos se embrenharam no meio dos cabelos dele. –Nunca te tratei como uma garota de programa qualquer. –ele sussurrou no meu ouvido, meu corpo inteiro arrepiou com aquilo. Ele prensou meu corpo ainda mais com o seu, uma das mãos dele que estava apoiada na arvore foram parar na minha cintura e ela ia descendo aos poucos... Esse homem iria me fazer transar com ele em uma praça? Eu não me importaria de fazer isso.

-Principalmente na cama. –ele deu um forte chupão no meu pescoço me fazendo soltar um grunido, ficaria com uma marca com certeza. –Nunca fiz algo que não te agradasse. Por mais que eu tivesse vontade. –ele voltou a dar beijos no meu pescoço e ia subindo passando pela minha mandíbula, queixo e parando a poucos milímetros dos meus lábios. Eu só queria que ele me beijasse logo, eu ansiava pelos lábios dele nos meu. –Eu nunca procurei ter só prazer próprio mas que você também gozasse junto comigo. –e ele finalmente me beijou, acalmando um pouco a minha ânsia por fazer alguma coisa ali mesmo... Ou não. Parecia que minhas mãos haviam tomado vida própria, elas bagunçavam e arranham Enzo e parece que ele não era diferente, mas como Enzo era sempre mais atrevido ele passou a acariciar meu seios por baixo da blusa, me fazendo soltar um gemido sendo abafado pelos seus lábios.

Estávamos tão entretidos que teríamos começado a tirar nossas roupas ali mesmo, porém, eu o parei o lembrando que estávamos em local publico. Ele apenas bufou e retirou a mão de dentro da minha blusa, mas não afastando elas do meu corpo.

-Certo! Eu não sei por que, mas eu quero passar o resto do dia com você, então mesmo que você não queira, nós vamos para uma barraca de jogos. –eu revirei os olhos pela forma autoritária que ele disse aquilo, mas quem eu estou querendo enganar? Eu já estava apaixonada pelo Enzo Bernatti e eu não conseguia mais mentir pra mim mesma sobre isso, o jeito era ver no que iria dar isso.

**

Acho que se eu contasse para a Bel o tanto de sorrisos que eu vi o dar ela não acreditaria, nem eu estava acreditando. Enzo havia tentando tiro ao alvo (uma das varias barracas de jogos que ele me fez ir), e ele tinha uma ótima mira (mas eu já sabia disso) até ganhou um ursinho de pelúcia, no momento em que ele pegou o ursinho ele fez uma careta e me disse que não tinha pra quem dar aquilo o que me fez querer bater nele. Claro que a idéia de que ele poderia dar aquele ursinho passou pela minha cabeça, mas acho que isso já era demais, então eu disse que ele poderia dar para a sobrinha dele, acho que ele havia gostado da idéia ele abriu um sorrisinho torto quando eu disse isso.

Já deveria ser umas 20h30m  da noite e estávamos sentados em um dos bancos que haviam colocado nas ruas, estávamos comendo algodão doce, quer dizer, eu estava comendo. Ele achava aquilo muito doce e enjoativo então eu fiz a festa.

Ele me observava comer a algum tempo, e eu via que ele ficava batendo o dedo na madeira do banco ele sempre fazia isso quando estava com alguma duvida ou apenas pensando.

-O que foi?

-Posso te perguntar uma coisa? –eu franzi o cenho e assenti com a cabeça. - O que te fez virar uma prostituta? –arregalei os olhos. Eu sinceramente não esperava por isso. Demorei um pouco pra processar a pergunta e pensar na melhor forma de escapar dessa pergunta, eu não gostava de falar sobre aquilo com ninguém era doloroso demais.

-Por que você quer saber? –ele apenas deu de ombros e continuou me fitando esperando uma resposta. –Isso não é importante, Enzo. –disse revirando os olhos. Eu estava feliz até agora, por que ele tinha que estragar?

-É sim! Se eu quiser ter algo mais sério com você eu tenho que saber o que te levou se tornar uma garota de programa. –o algodão doce que estava na minha mão foi parar no chão. Eu olhei pra ele surpresa. Enzo deveria receber um prêmio por me fazer surpresas em um dia só.


Escolhas de uma vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora