Prólogo - Aurora.

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Aurora

Lembro até hoje, 13 de Agosto de 2001...era meu 5° aniversário. Papai e mamãe estavam a preparar uma festa linda como eu era sua garotinha, os cinco aninhos teria que ser melhor que o de quatro, como cada ano faziam. E apesar de ser uma "garotinha" tema da festa? Batman. Que? Não me venham com machismo a essa altura. Batman é muito mais interessante do que a Barbie.

Admito, eu era uma criança linda, meus cabelos longos e ruivos, lisos finalizando com cachos nas pontas, meus olhos verdes, as poucas sardas em meu rosto e minha pele branca que deixava óbvio que ouviria muitos apelidos como "a gasparzinha". Estava com meu vestido branco e uma fita preta na cintura para combinar com o tema. Claro que não foi uma festa do tipo "dark" por ser Batman, se via muito lilás espalhado em alguns balões e doces, por não ser chegada ao rosa desde que me entendo por gente.

Após arrumarem toda nossa casa que só até então, era usada para festas e coisas do tipo era hora da dona da festa se divertir, estava mais para um almoço em família e amigos da família.

- Hey Aurora! Por que escolheu batman? - perguntava meu tio que hoje já nem lembro mais seu nome.

- Porque eu adoro o batman! - eu disse sorrindo e dando alguns pulinhos com o boneco na mão (tenho até hoje).

- Essa é minha garota! - disse minha mãe me abraçando por trás. Meu pai sempre me falou que sou muito parecida com ela, as lembranças que tenho dela são muitos vagas e confesso ter medo de esquecer totalmente do rosto dela, mesmo que tenha várias fotografias suas espalhas pela casa.

- Puxou a mãe! - disse meu pai chegando logo em seguida segurando uma bebida.

Virei para minha mãe, -seria melhor não ter feito isso mas fiz- ela se agachou novamente para me ouvir.

- Posso ir brincar com Jordan e Lizie lá fora? - eu disse e sorri tentando a convencer.

- Claro! Só não se aproxime do lago. Okay? - assenti com a cabeça afirmando, ela sorriu e beijou minha testa então eu corri ao encontro de meus primod Jordan e Lizie. Fomos para o gramado brincar com uma bola que Jordan havia trazido. Estávamos alegres nos dando muito bem enquanto Lizie vez ou outra bufava por mal pegar a bola. Em um momento Lizie que conseguiu então pega, de tão feliz jogou a bola alto de mais.

- Quero ver quem pega dessa vez! - ela falou e riu inocentemente, então os três corremos atrás da bola que havia ido parar pro lado de uma floresta que iniciava uma entrada logo a alguns metros.

- Eu não vou entrar ai... - disse Lizie dando passos para trás e Jordan parando mais a frente.

- que frouxos! -eu disse cruzando os braços e voltando o olhar para o local - eu vou pegar, rapidinho. - caminhei até a entrada avistando a bola mais a frente.

A partir daí, não lembro mais de nada.

Apenas de acordar no hospital com uma agulha enterrada no meu braço com um saco de soro pendurado e meus pais vindo até mim como se eles fossem cachorros e eu um pedaço de carne. Sim, me assustei.

- Oh meu Deus! Meu amor, você está bem? -disse minha mãe passando sua mão macia em meu rosto e assenti que sim com a cabeça como resposta.

- O que ouve, mamãe? Por que colocaram isso no meu braço? Eu vou morrer? - eu disse já com olhos marejados.

- Não querida, isso é pra te dar forças... Você estava a dias desaparecida e estava fraca. -ela segurou minha mão livre enquanto meu pai já estava agarrado na outra.

- Você se lembra do que aconteceu? Lá... - disse meu pai e minha mãe me olhava atenta.

- Lá onde? Eu lembro que... -pensei um pouco enquanto me olhavam. - eu estava apenas brincando com Jordan e Lizie... A bola foi parar na floresta ao lado da casa....e... -disse olhando para a mão de papai enquanto brincava com seu polegar e olhei para eles - Só lembro disso. Não consigo me lembrar mais, papai! - eles se entreolharam numa expressão triste e me abraçaram.

- Não se esforce tanto querida, uma hora irá lembrar e nos contar ok? - apenas assenti aconchegada ao seu abraço, após desfazer olhei para meu pulso e vi um desenho nele, um número.

- O que é isso, mamãe? - ela pegou em meu braço e passou o dedo em seguida olhou para meu pai franzindo a testa e meu pai se aproximou para olhar.

****

- Então foi aí que e surgiu minha primeira marca. O primeiro número. - Eu disse apontando para o primeiro número da primeira tatuagem que se formava sem eu ao menos ter feito.

Mason me olhava com uma expressão diria que espantada e curiosa.

- Não vai falar nada? - eu o encarei e ele se ajeitou no canto da cama.

- Eu só... Uau, e as outras? Como surgiram? - Mason era meu melhor amigo e só agora tomei coragem para falar sobre os números.

- Bom, as outras surgiram... - fui interrompida por meu pai dando batidinhas na porta nos encarando.

- O jantar está na mesa, venham antes que esfrie. - ele logo deu a volta, Mason veio eu voltamos a nos olhar.

- Depois eu continuo.- eu disse e levantei caminhando até a porta, Mason veio em seguida e senti segurar em meu braço.

- Obrigado por confiar e contar sua história. Imagino que seja difícil lidar com algo que nem se sabe o po... - eu sorri e peguei em sua mão a apertando.

- Você é meu melhor amigo, Mason. Precisava saber. - soltei sua mão após trocarmos um sorriso sincero e saimos para o jantar.

Capítulo dedicado a essa loucas que tanto me ajudam:
Suga_MYoongi e BestProblem

Beijo e até a próxima!

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