Luta Difícil

27 1 0
                                    

Finalmente tinha chegado o dia das finais do campeonato de Muai Thay, somente Ben, eu e mais uma três pessoas da minha academia conseguiram passar.
Tinha feito dois dias que Ben e eu estávamos namorando, já tinha conseguido boa parte da minha aparência saudável, tinha voltado a comer e havia treinado pra valer.
Estávamos indo para o campronato.
Minha mãe não ia poder me ver lutar nesse dia porque tinha um caso para resolver com sua cliente no tribunal.
Nem percebi que tinha chegado, meu pai que me avisou.
- Karol, mesmo que sua mãe não pôde vir fique sabendo que ela está torcendo muito por você.
Abraçei ele. - Eu sei, pai. Me deseje sorte.
- Você não precisa de sorte, só presta atenção na sua luta. Esqueça as pessoas a sua volta - ele me deu um sorriso confiante.
Sorri de nervoso. - Obrigada, pai. Eu te amo.
- Eu também, filha.
Entramos, ele foi se sentar na arquibancada perto do Gu e eu me juntei aos outros da minha academia.
Primeiro foi as lutas masculinas Ben ganhou nos dois primeiros rounds.
- Parabéns, meu amor! - Fui abraçando ele.
Ele estava ofegante. - Obrigado!
Levei ele até um banco para descansar.
- Karol, você entra agora. - Avisou o treinador Morgan.
Maria Scott já estava subindo no tatame, olhei para o treinador quase numa súplica
- Acredite em você, Karol. Você é capaz, boa sorte.
Respirei bem fundo para tomar coragem. Entrei no tatame e o juiz autorizou a luta.
Ela era muito forte e muito alta, não tinha um lugar sequer para eu atacar. Ela mantinha muito bem sua proteção.
Tinha um truque que eu tinha aprendido, baixar a guarda até o momento que o seu adversário atacar, quando ele chegar perto suficiente de você, desvie e dê um chute no meio de suas costas. Foi o que eu fiz. Ela se desiquilibrou, mas logo estava em pé novamente.
Ela estava vendo qual era o meu ponto fraco, ela avançou para o meu estômago. Não consegui bloquear seu ataque, quando consegui derrubar ela com uma rasteira, já estava fraca. Ela se levantou e partiu para o ataque, dessa vez saí do caminho e fui para o meu lado.
Ela ficou me encarando, aproveitei esse tempo para atacar. Ela segurou os meus braços braços e me derrubou no chão me dando uma joelhada na barriga.
O juiz deu por encerrado o primeiro round. Estava com muita dor.
O treinador Morgan me tirou do tatame. - Karol, consegue me ouvir?
- Sim.
Ben estava do lado dele. - Amor, vou ter que levar você na área hospitalar agora.
Olhei para ele e vi que ele me olhava muito preocupado. Apoiei minha mão em seu rosto. - Estou bem, vou terminar essa luta.
- Seu nariz está sangrando.
Me levantei. - Não importa. Eu vou conseguir.
- Karolayne. Não.
Encarei ele. - Benjamin, meu amot. Eu vou lutar.
Ele deixou eu sair dali. Entrei no tatame. Vanessa estava na arquibancada acenando para o meu namorado. "Não acredito nisso". Aquilo me encheu de raiva.
Quando voltei minha atenção para a luta, Maria estava avançando. Bloquiei seu soco e empurrei ela, girei e dei um chute no seu ombro. Ela caiu de lado, mas logo se levantou. Bloquiei seu chute e consegui dar um chute na cabeça dela, ela caiu para trás e ficou inconsciente. O juiz interferiu e me segurou.
- Isso! - Ouvi Gu gritar.
Olhei para ele e vi que estava em pé e... minha mãe. "Não é possível". Acenei para eles.
Saí do tatame para beber água.
Todos veio até mim. - Continue assim, Karol. Mas cuidado com seus golpes. - Avisou o treinador.
- Eu sei. Não queria deixar ela inconsciente, isso não vai se repetir.
- Tenha cuidado também. Agora vai ser mais fácil para você ganhar. Hora de subir lá de novo.
- Onde está Ben?
- Não sei. Você tem que subir, se concentre na luta, Karol.
Assenti e subi no tatame. Maria e eu estávamos empatadas, esse round vai decidir quem vai ser vencedora.
Achei Ben na arquibancada, ele estava do lado dos meus pais, do Gu e Vanessa também estava do lado dele, mas Ben estava focado na minha luta.
Maria estava mais cansada do que eu. Aproveitei essa oportunidade para atacar primeiro, consegui acertar sua coxa. Ela caiu fácil, mas puxou minha perna e eu caí. Ouvi Ben gritar que era golpe baixo, mas ninguém interfiriu. Senti minha vista embaçar um pouco, eu caí de cabeça no chão.
Me levantei e ela também conseguiu ficar de pé. Bloquiei o soco dela, segurei sua cabeça e dei uma joelhada na barriga dela. Ela me empurrou na terceira joelhada e... caiu de joelhos.
Estava indo até ela, mas o juiz interfiriu pensando que eu ia machucá-la. "Eu ganhei?!" O juiz contou até dez e levantou meu braço como vencedora.
A minha academia inteira entrou no tatame. - Parabéns, Karol. - Disse meu treinador.
- Obrigada treinador. - Dei um abraço nele.
Olhei para arquibancada e vi meus pais com o Gu gritando 'parabéns' pra mim, acenei para eles.
Ben me abraçou. - Parabéns, amor. Como você está?
- Obrigada. Estou ótima, acabei de ganhar da Maria Scott.
Ele sorriu e me deu um selinho. - Sim, e foi uma vitória e tanto.
- Aqui seu prêmio, Karol, - O treinador Morgan tinha pego meu prêmio. Era um troféu dourado de tamanho médio com 100.000 dólares dentro.
Levantei o troféu e todos á minha volta gritaram. Saí do tatame e fui até meus pais, Ben foi até os pais dele, que estavam na arquibancada de cima.
- Pai, você viu?! Eu não acredito que ganhei da Maria.
Ele me deu abraço bem apertado. - Parabéns, querida. Sabia que você seria capaz.
- Obrigada, pai. Cadê minha mãe?
- Ela foi ao banheiro.
Dei meu troféu para o meu pai e dei um abraço apertado no Gustavo.
- Você veio, que bom!
- Claro gata. Achou que eu perderia esse campeonato?! Meus melhores amigos ganharam um campeonato de Muai Thay.
Tentei sair do abraço dele, mas ele não deixou. - Obrigada por vir.
- Não precisa agradecer. - Ele me soltou e me deu um beijo no rosto.
Senti uma mão no meu ombro.
- E aí, Ben. Parabéns pela luta, cara.
Ben soltou meu ombro e abraçou o amigo. - Obrigado, Gu. Não estou acreditando que consegui ganhar esse dinheiro todo.
Deixei os dois conversando e fui de encontro com minha mãe, ela estava voltando para arquibancada. Quando ela me viu foi correndo me abraçar e eu fui de encontro com ela.
- Parabéns, querida - ela me abraçou forte e me soltou para ver como eu estava. - E seu nariz, parou de sangrar?
Coloquei minha mão no nariz e senti que estava dolorido. - Não é nada, mãe. Já melhorou.
Ela ergueu um pouco minha cabeça. - Está machucado, Karol. Vamos para casa, vou olhar isso direito.
Resmunguei com ela e fomos chamar meu pai para ir embora.
Fiquei surpresa em ver que o Gustavo estava lá.
- Me esperando pra ir embora, Gu?
Ele sorriu. - Não, não vou pra casa agora.
Arqueei uma sobrancelha. - Vai pra onde?
Ele abaixou a cabeça fingindo estar constrangido. - Vou sair com a Lindsey... Ei, posso pedir uma opinião?
- Claro.
- Você acha que estou bonito, cheiroso... essas coisas?
- Não, você não está. Você já é, e se ela gosta de você de verdade ela não vai reparar só na sua beleza física. Você é muito mais que um pedaço de carne.
Nós dois rimos dessa minha comoparação. - Obrigado gata. Só você pra me deixar menos nervoso.
- De nada. Boa sorte com ela, vocês combinam juntos.
- Obrigado de novo. - Ele me deu outro abraço e se foi.
Ben me acompanhou até o carro. - Vamos ver um filme hoje na minha casa? - Perguntei a ele.
- Claro.
Abracei ele pela cintura. - Estou sentindo que você está chateado comigo. Aconreceu alguma coisa?
Ele beijou o topo da minha cabeça. - Não amor, está tudo bem. Melhor você ir, na sua casa a gente se fala.
- Ok.
Ele meu um beijo e foi embora.
"Muito estranho isso. O que será que aconteceu?

Ingênuo AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora