"Então e o teu pai, Rose?" Maya, a minha melhor amiga do secundário questionou e eu simplesmente encolhi os ombros.
"Nunca soube nada dele, nem tenciono." A fase da adolescência apoderou-se de mim deixando que o ódio dominasse todos os meus sentimentos pelo tal homem que nunca mais dera a cara após a tragédia. Os meus pais divorciaram-se quando eu tinha dois anos de idade, nunca senti a necessidade de os ter juntos mas no entanto, isso mudara tudo. Penso que isto se dera devido ao trabalho misterioso do senhor meu Pai, mas eu nunca me importei. Viver com o meu avô era mais divertido do que eu pensei que alguma vez fosse ser.
De alguma forma as memórias sempre voltavam para me assombrar, percorriam o meu corpo em procura de uma estadia, estadia essa que parecia ser permanente, e eu, implorava-as para se irem embora, mas elas insistiam em permanencer e encher-me de remorsos que jamais seria capaz de eliminar.Os meus olhos entreabriram-se e o meu corpo rolou pela cama chocando em algo, elevei o meu olhar reparando na figura de um rapaz de cabelo encaracolado que se encontrava sentado ao meu lado, com as mãos entre as pernas, parecia nervoso. Levantei o meu corpo mole e este dirigiu o seu olhar para mim.
- Quem és tu?- Isso pergunto-te eu. - Ele disse num tom que me soara rude e indelicado.
- Desculpa? Eu vivo aqui.
- E eu também. - Ora mas que boas maneiras que este rapaz tem!
- Algo não está a bater certo. Eu sou sobrinha do Mike, o dono desta casa! - Levantei-me da cama de modo a ficar de frente para o senhor rude.
- Oh, és tu a famosa Rose Young.- E tu és? - Cemicerrei os olhos questionando-me como é que este ser desconhecido saberia o meu nome.
- Sou o Damien e aluguei este quarto ao teu tio. Hoje é o meu último dia aqui.
- Então aquelas roupas são tuas? - Apontei para a pilha em cima da cadeira e o rapaz de cabelo encaracolado, bastante bonito por sinal, confirmou.
- Bem, sendo assim, porque não vais embora..? - Questionei tentando soar o mais simpático possível, mas sem sucesso.- Porque falta-me pagar este mês e preciso de falar com o Mike.
- Podes esperar lá fora então. É que agora, este é o meu quarto.
- O mês ainda não acabou portanto ainda é o meu quarto, como podes ver. - O Senhor Sabichão falou, referindo-se à decoração do quarto.- Sim, realmente tens cá uns gostos, deverias-te questionar melhor sobre esse asunto.
- Desculpa? - Ele finalmente encarou-me e eu pude observar o seu olhar que perfurou o meu, transmitindo-me sensações estranhas. Reparei também na tatuagem que percorria o seu braço até chegar à sua mão e engoli em seco, desviando o olhar.
- Ninguém ouve Guns N Roses hoje em dia.
- Eu oiço, penso que a única pessoa que deveria questionar melhor os seus gostos, és tu.
Resolvi não atribuir mais importância ao rapaz, limitando-me a revirar os olhos perante a sua afirmação desnecessária. Ao ver que não iria dizer mais nada, Damien levantou-se indiferente e dirige-se para a secretária, sentando-se na cadeira giratória enquanto ligava o seu computador.
- " Que receção calorosa." - Eu penso e levanto-me. - Bem, eu vou comer algo. - Digo esperando alguma resposta da parte de Damien, o que não acontece, lentamente, saio do seu quarto.Enquanto caminhava pela casa relembrava cada momento ali vivido que tão cedo não deixavam as minhas memórias no vácuo. Entro na grande cozinha preenchida pelas diversas janelas que permitiam ver a beleza da cidade, a luz natural invadia aquele espaço e a figura de Damien aparece no meu campo de visão, interrompendo estas memórias.
- Vou sair. - Informei-o agarrando na maçã que por sinal demonstrava ser bastante saborosa. O apartamento do meu tio encontrava-se perto das montanhas que permitiam ter uma vista alargada da cidade das luzes. No entanto, o caminho era duro e longo, mas era onde eu me sentia bem, livre.Dirigi-me para lá, havia imensa relva e arbustos, inspirei fundo o ar puro da Natureza e sentei-me no chão, o vento frio invadia todo o meu corpo causando-me inúmeros arrepios, visto que eu apenas envergava um top branco, umas jeans de ganga e uns ténis. O meu cabelo esvoaçava, e eu adorava esse seu momento, fazia-me sentir que nada me podia prender, podia sentir de perto a liberdade, palavra que tanto gosto. Adorava aquele local por se assemelhar tanto ao sitio onde moro, ou onde costumava morar.
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New York { ariana grande.}
Teen FictionA vida de Rose dá uma reviravolta gigante que a leva a trocar a vida do campo pela a agitada cidade de Nova Iorque. O amor irá ser posto à prova mas irá ele consumi-la, ou destrui-la? Novas pessoas, novos sentimentos, novas desilusões e conclusões i...