Capitulo 1- Quando Tudo Começou

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Eu tinha 17 anos na época. E você pode adivinhar, uma romântica incurável conhecendo quem achava ser o seu verdadeiro amor.

Era uma noite linda de sábado. Eu estava com minhas amigas, todas loucas claro, conversando numa das praças da cidade, quando eu o vi.

Alto, branquinho, olhos azuis, cabelo curto e preto, e eu a loira parada encarando no meio da praça com todo mundo olhando. Umas das minhas amigas, a Jéssica, percebeu e logo de cara e já começou a me suar.

- Vai Samantha, conversa com ele. - diz ela quase berrando.

- Para, daqui a pouco todo mundo vai reparar também, e outra, o que eu vou dizer? "Oi eu sou a louca que estava te encarando".

- Vai e fala só Oi, o resto vocês veem depois... - A Jéssica fala na maior naturalidade do mundo. Até parece.

- Se eu for, você não conta pra ninguém. - Eu imploro.

- Claro, até porque ninguém vai ver... - Gente, que cínica.

Pois é galera, eu fui, ele devia estar esperando por alguém, porque estava sozinho e tinha acabado de se sentar em um dos bancos. Eu devia ter me virado e ido embora, mais quando ele me viu parada olhando eu não tive como fugir.

- Oi.

-Oi.

Silêncio constrangedor tomou conta. Foi quando eu decidi, e daí? Ele nunca mais vai me ver mesmo. Eu era tímida naquela época, mais não era morta, eu sabia conduzir uma conversa, pelo menos eu tentava me convencer disso.

- Será que eu posso me sentar? - perguntei na maior cara de pau, e morrendo de medo de receber um não.

Ele olhou de um lado para o outro, ótimo, ele estava mesmo esperando alguém.

- Ahh, claro. - ele respondeu, e pude ver melhor seus olhos. Eram realmente lindos.

- Bom, meu nome é Samantha. 

- O meu é Kauã, muito prazer.

Kauã, não era um nome muito comum, mais gostei.

- Então Kauã, eu queria saber se você gostaria de se juntar a mim e minhas amigas. - Eu sei muito atirada.

Ele arregalou os olhos, sabia que a resposta realmente seria não. Ele olhou no relógio, e mais uma vez tive a confirmação que ele não estaria sozinho. Mais, para a minha surpresa...

- Bom, agora que meu amigo chegou, acho que podemos... O que você acha José, quer se juntar a Samantha e suas amigas? - Ele usou de charme pra cima de mim??? Mentira...

Seu amigo era alto, um pouco mais bronzeado que o Kauã, olhos e cabelos castanhos. Era interessante, mais meu alvo era outro.

-E ai Kauã, claro sem problemas, e muito prazer, Samantha. - José falou todo sedutor.

- Se é assim, vamos às apresentações.

Fomos até o lugar onde minhas três amigas estavam, a Jéssica não entendeu nada, se eu queria que ninguém soubesse, porque levar ele até lá. O problema é, se ele estava esperando alguém, com certeza meu papo com ele não duraria... Com minhas amigas também não, mais quem sabe.

Apresentei José e Kauã para Jéssica, Helena e Lívia.

A Jéssica era a melhor delas, linda e divertida. Eu sempre confiei meus segredos a ela. A Helena, era mais tímida, mais nunca dispensou uma diversão entre garotas, sei que mais tarde vai ficar brava comigo. Lívia é a mais estudiosa, sempre precisa ter que arrumar tempo, os estudos em primeiro lugar, ela tem 17 anos e já tem grades completas para a faculdade. Vai entender. Mais ela é muito carinhosa com a gente. Ou seja, nós nos amamos.

Fomos a um barzinho ali perto mesmo, eu pedi uma Coca-Cola. Não, não bebo, nem socialmente. A bebida nunca me caiu muito bem. E quando eu digo isso acreditem em mim.

As meninas preferiram cerveja, os meninos foram de caipirinha. O Kauã sentou do meu lado( para o meu prazer), o José do lado da Lívia. Pena, mal sabe ele que vai levar um toco no final da noite.

O clima estava ótimo, música boa e conversa fiada. Jéssica decidiu que a noite estava finalizada pra ela, e Helena que se sentiu a vela da noite foi embora com ela.

Foi aí que pude conversar melhor com o Kauã

- Então, valeu a pena aceitar meu convite?

- Valeu, o que te fez me convidar, assim, do nada? - ele me perguntou, e eu não sabia como responder.

- Ué, nada, pensei que estava sozinho. Por que  não? - Ok, ok, que resposta foi essa?

- Sei, porque  não? Vai fazer alguma coisa amanhã? -ele perguntou.

- Não vou fazer nada. - respondi quase tendo um infarto. 

- Ok, me passa seu número e eu te ligo, pode ser? -

Se pode ser? Claro que pode ser.

- Pode, me dá o seu celular.

Marquei meu número no celular dele e tirei uma foto minha. Atirada? Nem um pouco. Eu estava bonita aquela noite, porque não?

- Ok, eu te ligo e a gente marca. - ele respondeu e já foi se levantando.

Não acredito que já estava indo, logo agora que a gente poderia conversar com calma.

- José, já vou indo, te vejo amanhã. Boa noite garotas, - Ele se despediu com um beijo na bochecha de cada uma.

Ok, agora que pensei que a Lívia ia dar um fora no José pra gente ir embora juntas. Adivinhem.

- Samantha a noite acaba pra mim também, o José vai me levar pra casa. Você quer uma carona? -ela me disse meio culpada, mais não ia estragar a noite dela.

- Não, pode deixar, eu pego um taxi. Vai e depois me liga.

Logo ela que pensei que iria pra casa primeiro ficou, e foi embora com um garoto. Certo o mundo pode acabar que eu já vi de tudo. Não que ela não saia com ninguém, mais ela é a mais acanhada de nós todas, sempre visando o futuro, e quando eu digo isso, eu digo sem garotos atrapalhando. Na visão dela uma carreira estável é aquela que você faz sem distrações. Já entendeu, né?

O que me restou foi ir embora pra casa e dormir, tentar pelo menos.

Nunca na minha vida eu esperei tanto uma ligação. 

Não Foi Como No SonhoOnde histórias criam vida. Descubra agora