This is Heaven ✞ [lwt & hes]

the angel of small death and the codeine scene...

Quando nos Vênus,
Juro aos deuses,
As estrelas
Juro a Marte,
Juro amar-te.
Porque nosso amor meu bem
É um big ben,
Que chegou ao estopim do caos,
Que nasceu do caos das estrelas.
- Autor desconhecido.
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O seu corpo está numa luta constante a cada término de um dia. Um pacato cidadão neste momento que tem uma concentração nítida em suas íris azuladas ao observar seu chá criar formas abstratas enquanto vaga sem rumo exato pelo ar sequer pode imaginar que apenas por estar ali, mergulhando em seu próprio subconsciente pode ser considerado um herói. Sim, um herói! O seu corpo neste exato momento independente de onde se encontra está tendo uma feroz batalha contra parasitas, germes e inúmeras criaturas que o rondam. O corpo do ser humano desenvolveu suas próprias linhas de defesa, um exército microscópico de células que destroem centenas de perigos que o cercam a cada amanhecer. Nesta perspectiva, Louis não pôde deixar de sorrir com o rumo que sua mente lhe levou apenas por observar sua xícara com o líquido que exalava vapor e um aroma deliciosamente forte de hortelã, ao pensar nisso tudo, agora com a vaga sensação em seu coração de ser um tipo de super-herói apenas por ser um ser humano e estar realizando a simples tarefa de um típico naturalizado britânico que era tomar chá.

Louis tinha uma ampla paixão pelo aprofundamento do estudo da anatomia humana e seus componentes. Enquanto usufruía de seu chá, lhe ocorrera diversos pensamentos, estava se aprontando para ir buscar Zayn em sua escola — a qual Louis havia abandonado alguns anos atrás, o que causara mais um ponto negativo com seus pais — chegou à conclusão que se aplicasse esforços para ter a garantia de um emprego que lhe sustentasse de forma devida, sem sombra de dúvidas trabalharia com o corpo humano. O único templo existente no mundo eram os ossos, os membros, as células, cada glóbulo, cada tecido e função vital, tudo mesclado e perfeitamente planejado. Nada é mais sagrado que este conjunto harmônico! A paixão de Louis por isso era imensa.

Mas diante o agora, o menino apenas tinha o contínuo desejo de tragar seus cigarros e não se preocupar com o que viria depois. Não que lhe assustasse! Louis tem um grave quadro de imediatismo, e isso consiste em viver o momento que lhe é proporcionado. Apenas!

O menino pegou sua chave e se encaminhou até a garagem, onde estava localizado o veículo que usara para buscar o amigo. Como Zayn ainda não era maior de idade ou sequer emancipado, Louis lhe fazia o favor de buscá-lo em sua escola às vezes com a moto e o fazia com grande satisfação, afinal era um amante da estrada. O menino fez os ajustes para ligar o motor com facilidade e sem mais delongas, começou a pilotar. Seu característico cigarro pendia sob seus lábios enquanto sentia a corrente forte de ar entrar pela fresta de sua jaqueta, o frio se chocando contra sua epiderme podia ser comparado às garras de um carrasco lhe acariciando. Mas lhe causava um alívio que era dificilmente proporcionado, metaforicamente, era como o estalar do beijo da mãe natureza lhe desejando um bom dia. A brisa levava suas madeixas para trás, enquanto apenas pilotava o veículo com velocidade pelas ruas desertas e com curvas não muito insinuantes do local. A escola de seu amigo não era distante, porém sempre que tinha a oportunidade de usar a moto, não tardava. Isso o acalmava, e são poucas as coisas que trazem paz ao garoto. Bastou pouco menos de uma faixa de vinte minutos para chegar a escola de Zayn. Louis sempre impressionava-se quando via o tamanho daquele lugar. Basicamente era de um nível altíssimo de ensino, para adolescentes ricos e mimados que estão lá apenas pelos pais com um alto poder aquisitivo. Correto? Já não podemos saber, sendo incrivelmente grande a diferença entre um estudante de uma instituição de ensino como esta e a de um adolescente que mora nas regiões periféricas da cidade. O garoto parou estacionando sua moto no muro com belas artes e manifestações de grafite em frente à escola, apoiando-se no veículo e esperando seu amigo pelas grandes portas que levavam a saída.