Quando éramos pequenos, fomos preparados para as lutas e as batalhas que nosso reino se envolvia, mas as aulas de religião eram extremamente proibidas. O motivo não era claro, mas minha mãe sempre tentou burlar esta regra, principalmente comigo.
Quando eu tinha quatorze anos minha mãe me dera um pequeno livro que estava um pouco gasto. Minha felicidade naquele momento era extrema, já que quase nunca recebia presentes.
O livro não tinha um título gravado em sua capa como os outros, o que aumentou ainda mais minha curiosidade. Era um livro sobre tratamentos a base de ervas e primeiros socorros. Quando o abri e analisei não vi muita finalidade, mas tudo aconteceu tão rápido...
Certo dia eu coloquei o livro em uma pequena bolsa e fui andar pela floresta que se encontrava ao lado do castelo. Quando eu ia lá, mormalmente corria entre as árvores ou caçava algum animal de pequeno porte, mas naquele dia foi diferente. Primeiro, um grito. Um grito feminino.
-Quem está aí? - Perguntei o mais alto possível, sem resposta. Só conseguia ouvir uma respiração acelerada. Corri entre as árvores a procura dela, até que a vi jogada no chão. Sua aparência era deplorável. Ela estava extremamente suja com partes de suas vestes rasgadas e seu pescoço dilacerado. Quando me viu tentou fugir; mas não conseguiu levantar.
- Ei, está tudo bem, eu irei ajudá-la, não precisa ter medo. -tentei parecer o mais calma possível, mesmo sem ter ideia do que fazer.
-Pode me dizer o seu nome?
Ela recuou um pouco antes de juntar forças para me responder
-Me... Me chamo Malerie... -E começou a chorar, suplicando ajuda
- Malerie fique calma, irei ajudá-la. Me chamo Sae, não fique com medo. -E esbocei um sorriso, antes de abrir a bolsa a procura do livro. Abri na página certa, "ferimentos e lacerações". Na parte de primeiros socorros dizia:"Limpe o ferimento com água. Depois coloque gaze ou um pedaço do pano" Aonde tem água? Foi a primeira coisa que pensei, mas a resposta logo veio: "Há um riacho aqui perto!"
-Malerie, pode esperar aqui por um segundo?
Ela, que ainda tremia muito, confirmou com os olhos. Fui correndo até o riacho (que não estava muito longe dela), peguei uma folha seca que pairava no chão e fiz dela um cantil d'água. Tomei todo o cuidado para não derramar no caminho de volta, e encontrei a moça do jeito que a deixei. Ajoelhei-me ao seu lado e disse:
-Isto pode arder um pouco, certo?
Ela fez que sim com os olhos e encostei em seu ferimento, causando um espasmo. Joguei um pouco de água sobre seu ferimento e perguntei:
- Está se sentindo melhor?
Ela fez que sim com a cabeça. Sem pensar duas vezes, rasguei a manga da minha túnica e amarrei em seu pescoço, não muito forte. Guardei o livro na bolsa e disse:
-Malerie, preciso te levar a um lugar aonde podem te tratar melhor.
-Tudo bem... Pode me ajudar a levantar?
Estendi a mão e a levantei. Andamos até os portões do castelo, quando ela disse:
- Eu...Eu não posso entrar aí! Para que incomodar a família real com meus problemas?
- Malerie, eu moro aqui. -E esbocei um sorriso
![](https://img.wattpad.com/cover/77084469-288-k457249.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
A FEITICEIRA CONGELADA
FantasyExistia uma garota no reino de Sumsei que era no mínimo diferente. Não deveria, mas era. Sae optou pela simplicidade. Deixou seu cabelo crescer, em vez de corta-lo a altura da orelha, como a maioria das garotas de sua idade faziam. Vestia túnicas m...