"Você sempre teve que ser o primeiro..."

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SEATTLE, 2012.

17:00

"Você sempre teve que ser o primeiro..." Derek lembrou das ultimas palavras que dissera ao amigo enquanto o via desacordado, entubado, com os batimentos cardíacos fracos na cama do hospital. Agora andava de um lado a outro em uma das salas de exames, se culpando pelo fato de que há alguns minutos tivera que deixar uma cirurgia, pois suas mãos dormentes não conseguiam segurar com precisão os equipamentos cirúrgicos. "Maldito acidente!". Temia mais que tudo a possibilidade de nunca mais poder voltar a sala de cirurgias.

Callie entrou na sala sem que ele esperasse e ficou em silêncio por alguns segundos esperando que ele dissesse alguma coisa. Ele não disse.

- Nós não deveríamos ter feito a cirurgia... _ ela disse _ Eu também não devia está operando. Olhe pra nós... Estamos emotivos. Foi um erro meu.

- Minha mão ficou dormente!!! _ ele exclamou antes de chutar uma mesa com muitas ferramentas medicas para descontar sua raiva.

Richard entrou na sala e os dois rapidamente voltaram-se para ele.

- Já são quase 17:00.

O tempo parou e um silêncio se instalou na sala. Os dois olhavam para Richard esperando que ele fizesse alguma coisa para desfazer aquela realidade, como se ele tivesse o poder de mexer no relógio e fazer o tempo voltar apenas para dar a Mark Sloan mais algumas horas de esperança. Mas aquilo não era possível.

Quando o relógio marcou 17:00, o horário desejado por Mark para que seus aparelhos fossem desligado, os três saíram da sala de exames e andaram até o quarto dele. Ele continuava desacordado, entubado e o monitor cardíaco mostrava o ritmo fraco em que seu coração pulsava. Callie e Derek se colocaram a esquerda, Richard a direita. Os três olharam para Mark e ficaram em silêncio por alguns segundos. Era quase inacreditável que estivessem naquela situação. Mark sempre foi um rosto sorridente pelos corredores do hospital, nunca era visto em um momento de estresse, e agora estava ali, desacordado, sem nenhuma expressão.

- Depois que interromper a medicação, vou extubar...

- Somos todos médicos aqui... Não precisa dizer isso _ disse Callie interrompendo.

- Não estou dizendo isso porque precisa saber. Eu disse por que mesmo que ache que está preparada para o que vai acontecer, vocês não estão. O cérebro de vocês não consegue absorver o que vai acontecer, mas ao dizer isso, estou lhes dando um tempo para se acostumar _ disse Richard _ Então... Depois que eu desligar a medicação, eu vou exturbá-lo e conforme foi escrito em seu testamento, dr. Sloan pede que se os procedimentos de prolongamento da vida só prolongarem o momento de sua morte, que esses procedimentos fossem descontinuados _ explicou _ Dr. Sloan pediu que se eu pudesse tomar suas decisões medicas, que suas diretivas fossem honradas pela procuração. Seu pedido final foi de que só lhe fosse dada medicação de conforto em seus momentos finais. Quando o suporte for removido, ele pode durar poucos minutos, ou o processo pode demorar horas. Agora eu vou desligar a ventilação.

Richard desligou a ventilação que ajudava Mark a respirar, em seguida tirou-o do tubo. Derek e Callie continuavam mantendo-se fortes.

- Nós o sedamos com morfina, então ele não está sentindo isso.

Derek não pode deixar que uma lagrima lhe escapasse e Callie rapidamente limpou as suas que já estavam incontroláveis.

- Agora vou lhes dá privacidade...

Richard saiu do quarto e Derek ocupou seu lugar sentando-se ao lado da cama segurando uma das mãos de seu melhor amigo. Os dois ficaram em silêncio, chorando, por horas enquanto o coração de Mark continuava batendo cada vez mais lento. Do lado de fora, muitas enfermeiras; Jackson, o residente a quem Mark tanto ensinou; Richard e Bailey também esperavam o momento final. Cada vez mais w mais pessoas chegavam para presenciar aquele momento. No olhar de todos a descrença.

In memory of Mark SloanOnde histórias criam vida. Descubra agora