"Eu me diverti muito..."

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SEATTLE, 2012.

02:20

Derek serviu as últimas taças da garrafa de vinho e Addison logo deu o primeiro gole. Há tempos não se divertia tanto e se via nessa condição de quem não se importa com o mundo lá fora. Por um minuto até esqueceu que tinha uma vida em Los Angeles.

- Nós podíamos pedir uma pizza _ disse Derek.

- Como se alguém viesse entregar uma pizza no pântano _ disse Addison.

Os dois gargalharam.

- Não é um pântano...

- Floresta.

- Nem floresta!

Ela riu da cara que ele fazia.

- Mark adorava pizza _ ele comentou.

- É... Ele nunca comia a borda...

- Ele gostava de sorvete de creme com calda de hortelã.

- Era péssimo! _ exclamou Addison rindo _ Uma vez ele me fez ir com ele a uma degustação de cauda de hortelã em Nova York.

Ela sorriu com a lembrança. Derek não deixou de se surpreender, nunca quis saber nada do relacionamento de Addison e Mark.

- Ele era péssimo em fazer baliza _ comentou Derek antes de dá um gole no vinho.

- E tinha um cabelo legal...

- Não, eu tenho um cabelo legal, o dele era no máximo normal.

Os dois riram.

- Ele era elegante, você não acha? _ perguntou Addison.

Derek lançou a ela um olhar confuso, de quem não entendeu a pergunta.

- É... Ele era perfeccionista, elegante... Na sala de cirurgias, na vida _ disse Addison _ Ele gostava de artes.

- Você chama aquilo que ele gostava de arte? Ele dava quase o salário inteiro em alguns quadros que não passavam de rabiscos.

Addison riu fazendo uma negativa.

- Você não entende mesmo a sensibilidade...

- Querida, me desculpa, mas eu não vejo sensibilidade nenhuma em um quadro com uns rabiscos brutos...

- Não é no quadro que você tem que ver sensibilidade, Der! É no artista!

- Mas eu nem conheço o artista!

- Você tem que conhecer através dos quadros!

- Você está falando como Bizzy, tenho certeza que você também detesta.

- Não, eu...

- Você não me engana. Te conheço mais que qualquer um...

- Não! Eu realmente gosto, apenas...

- Apenas...?

- Fui criada no meio disso, você sabe. Bizzy praticamente me obrigou a gostar disso.

- Logo, você não gosta.

- Logo, eu não tenho nada contra _ Addison corrigiu.


"NOVA YORK, 2005.

15:51

- Addie! Você já está pronta? _ perguntou Mark olhando em seu relógio de pulso enquanto Addison aparecia na sala do apartamento colocando o último lado do brinco.

In memory of Mark SloanOnde histórias criam vida. Descubra agora