Last Door

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NOTAS INICIAIS: Não consegui ter uma opinião sobre esse capítulo, to meio coisada husahsuah, mas enfim espero que gostem, bjuus! 

POV  "Camila 

A princípio meus olhos estranharam o corredor escuro, mas logo a luminosidade se espalhou pelo lugar, ele estava exatamente como eu me lembrava, quando entramos na sala onde eu permaneci por esse tempo, que eu não faço ideia de quanto foi, exceto por um bilhete que dizia " ... Ás vezes não."  eu não entendi de imediato e nem tentei entender, caminhei até a porta que seria a última para que eu tivesse acesso ao resto da casa, aproveitando a força que minha última "refeição" havia me proporcionado repeti o ato de socar a porta, uma, duas, três... vinte e cinco, vinte e seis, vinte e sete... sessenta e oito, sessenta e nove, mas a porta nem se movia, nem um arranhão, eu já não fazia ideia de como sair dali, mas aí uma voz me despertou, e só então eu me dei conta de que um armário aparentemente trancado estava ali no canto mais afastado do enorme corredor, franzi o cenho buscando entender o que a voz dizia enquanto caminhava um tanto receosa até lá. 

- Por favor, por favor, alguém ... - o choro era evidente no tom da voz, era uma voz masculina, o desespero que cada palavra emitia me causava arrepios, primeiro uma pontada de pena ecoou dentro de mim, mas logo deu lugar a um desejo, minha língua deslizou involuntariamente pelos meus lábios, e só piorou quando meus ouvidos deixaram de focar na voz e passaram a ouvir os batimentos cardíacos que começaram a ecoar pela minha cabeça, junto com os dois bilhetes e agora eu entendia perfeitamente o recado. 

Com um puxão abri a porta do armário e vi um homem cair de cara no chão, ele aparentava ter mais ou menos 25 anos de idade, ele chorava muito, e dizia várias coisas que embora fossem claramente súplicas para sair dali, para mim naquele momento não passavam de palavras aleatórias, eu estava salivando e já começava a caminhar na direção dele com todos os meus sentidos a flor da pele, e quando eu estava próxima o suficiente pra fazer o que meus instintos gritavam, o homem que até então havia se mantido de cabeça baixa ergueu a cabeça na minha direção, seus olhos encontraram os meus, e algo de humano que ainda havia dentro de mim gritou, eu me afastei tão rápido que como num flash eu estava com as costas na parede oposta da qual o armário ficava, os olhos do homem me deram um choque de realidade, me trouxe ao meu eu, a boa e velha Camila que não machucaria uma mosca, caí sentada no chão e desabei em um choro que eu não sabia de onde vinha, mas eu sabia que era sufocante, apoiei minha cabeça em minhas mãos enquanto o choro crescia, e o homem parecia indignado, eu não sabia o que fazer e nem como fazer, talvez eu só deva ficar nesse canto esperando pra apodrecer. 

- Ei ... menina, você é ... - eu levantei meu olhar para o homem que agora estava de pé 

- Sou ...? 

- Camila, você é a Camila? - mas, quem diabos era aquele cara e por que ele sabe meu nome? 

- Sou. Mas, quem é você e por que você sabe quem eu sou? 

- Me d..desculpe, por favor eu não sabia o que ela ia fazer e aí a moça loira apareceu antes e eu nem toquei na garotinha, eu ...

- Como é? - eu levantei num salto com os olhos arregalados pelo que tinha acabado de ouvir - Que garotinha? Quem ia fazer o que? 

- Eu juro que f..foi ideia dela

- DELA QUEM? - eu estava com os nervos a flor da pele e a pena que eu sentia do homem já tinha ido pro inferno 

- Alexa, ela disse que se eu pegasse a garotinha latina na escola, eu poderia ser como ela, mas quando eu cheguei lá, uma mulher loira apareceu, e tomou a garotinha de mim, e depois eu acordei no escuro, e..eu sinto muito e... 

Eu não deixei que ele terminasse a frase, a ideia daquele homem pondo as mãos sujas dele em Sofi, na minha Sofi, fizeram com que qualquer calma e humanidade desaparecessem completamente. Prensei o corpo do homem contra a parede, e ele arfou de dor, eu encarava seus olhos com ódio e minha pele se arrepiou pelo contato repentino, eu podia sentir as veias dele pulsando sob a pele que cobria todo o corpo dele, ele parecia aterrorizado e um pouco chocado com minha força, mas isso não tinha mais efeito sobre mim. 

- Com qual das duas? 

- Q..que? 

- COM QUAL DAS SUAS DUAS MÃO IMUNDAS VOCÊ ENCOSTOU NELA? 

- E..eu, não sei, eu só ... 

Um grito ecoou pelo cômodo e eu acredito que pelo resto da casa também quando eu num movimento rápido quebrei as duas mãos dele, ele chorava e se contorcia de dor, e eu apertava cada vez mais minhas mãos envolta das dele, o som dos ossos se quebrando se repetiam várias e várias vezes na minha cabeça mas, nunca me parecia suficiente. 

- Essa foi a pior decisão da sua vida. 

Soltei as mãos do homem que desabou aos meus pés, e a imagem de minha irmã assustada, e de uma Alexa sorridente se repetiam na minha cabeça, senti uma sede inexplicável crescer dentro de mim, e então tudo pareceu acontecer em câmera lenta, porém de forma confusa, os gritos e gemidos do homem, os olhos dele perdendo o brilho de vida, e principalmente o gosto, era indescritível, e inebriante, mas, assim que acabou eu senti meus músculos queimarem, e novamente eu estava no chão, meu coração que antes dava sinais, agora não podia mais ser ouvido nem sentido, o resto da minha humanidade física estava indo embora, e levando a humanidade que existia dentro dos meus sentimentos, e quando eu achei que já não tinha mais nada a ser feito quanto a isso, quando eu aceitei que seria um monstro, e que não poderia me controlar, eu vi seus olhos, o par de olhos mais lindos que eu já havia visto, vi seus lábios, os lábios mais desejáveis que eu já havia tocado, eu ouvi sua voz, a voz mais doce e sexy que eu já havia ouvido, e eu senti algo pulsar em mim, e então senti o amor, o amor mais sincero e maravilhoso que eu já havia sentido e então entendi o que ia significar mudar. 

Me levantei e caminhei até a porta, deixando pra trás o corpo sem vida que jazia ali, e assim que a alcancei eu girei a maçaneta e a empurrei, sem exageros, apenas com a força necessária e ela se abriu para que eu saísse, para que eu fosse lutar pelo que é meu, pelo meu amor. 

- Finalmente, Camila. Eu já estava ficando impaciente aqui fora. 

- Me desculpe. - ri, para logo sair dali. 

NOTAS FINAIS: Acho que a Camz mudou o suficiente, garota esperta, hausaushuash, até a próxima lindos :3 

Love Before The BloodOnde histórias criam vida. Descubra agora