Coração da Noite

A Maldição

Só se escutava os gritos das mulheres sendo queimadas na fogueira, bem no meio do grande pátio central da igreja.
Do lado direito estavam as mulheres enjauladas em uma grande jaula de ferro, já não bastava o fato do grande maltrato sofrido até ali... Seus rostos cobertos por manchas roxas e feridas superficiais, suas roupas estavam sujas e rasgadas que mostravam o quanto foram violentadas.
De outro lado um homem robusto estava com a sua família, sua mulher e seus três filhos duas meninas e um único filho, homem.
E foi esse tal homem que começou a caça às bruxas, depois de estranhos acontecimentos desde pragas nas plantações até doenças fatais.
A família e a pequena vila estavam olhando como se fosse uma coisa normal.
Enquanto ficavam falando coisas como:
-Queimem a bruxa!
-Mandem todas para a fogueira!
O acontecimento macabro continuou enquanto  o Padre rezava a missa à almas inocentes, até que chegou na última mulher que sorria ao sair da jaula.
Todos se calaram ao ve-la.
Apenas as correntes de ferro pesado que estavam em suas pernas faziam o som enquanto eram arrastadas para o seu termino fatal.
Ela apontou para o homem e sua família.
O homem desesperado se dispôs a ficar na frente de sua família como um modo de proteção.
O padre apontou um crucifixo para a bruxa que riu alto.
-O senhor tenha piedade de sua alma!_ Ele disse alto.
-Morra padre!_ Ela riu.
Do outro lado o homem a olha e grita.
-Bruxa maldita!
Ela o olha e se aproxima do homem o fitando séria.
-O senhor perderá tudo que tem de mais sagrado! Todas as almas inocentes que você matou, pesará em suas costas como ferro quente... Sua vida não será a mesma! Sua família também não!

-Cale a boca!

-Eu te jogo a Maldição! por tudo e por todos que sofreram nada mais será igual... a partir de hoje sua família pagará e seus filhos sofrerão o mal...

Ela sorriu e sozinha andou em direção à fogueira e ao contato com a chama sua pele e todo o resto virou cinzas...

Ás coisas estavam indo de mal a pior a cada dia que passava a família do homem sofria pelas palavras jogadas à eles, a ponto da loucura.

Uma noite tempestuosa, onde no andar de cima da casa a janela estavam abertas... O vento forte e a chuva invadiam, deixando que as cortinas balançassem que nem o vento.
A mulher se encaminhava para a beira da janela aberta e sua camisola balançava... Seus filhos tentaram impedir a mãe de fazer tal ato, mas de nada adiantou.

Ela deu um último olhar e disse:

-Quebrem a maldição!

E se jogou...

Não demorou muito e o pai das crianças entrou em depressão, em uma noite na biblioteca da casa se enforcou.

Trágico? Sim, mas essa não foi a última vez... Depois desse tiveram muitos outros mais se repetindo até que...

Três crianças nasceram e se tornaram oque mais temiam por gerações... BRUXOS!

Bem-vindos a maldição!