One-shots Camren

4th July

POV Camila

Brasil!

Desde quando chegamos aqui eu estava me sentindo totalmente extasiada, felicidade era o que me definia no momento. Nunca escondi de ninguém o quanto eu amo esse país e os nossos fãs brasileiros, sempre achei mágica a conexão que tínhamos com eles e agarrava com todas as forças as oportunidades que tínhamos de vir pra cá. Tudo é mágico, único. Já viajamos e conhecemos tantas culturas distintas e países diferentes, mas o Brasil sempre esteve num lugar especial em nossos corações. E agora nós estávamos aqui com a 7/27 Tour, já passamos por Porto Alegre, Curitiba, Rio de Janeiro, Brasília e por fim... São Paulo! Infelizmente, nossa tour pela América do Sul estava chegando ao final e eu não poderia estar mais melancólica. Talvez ninguém nunca entenderia a minha conexão com os nossos fãs e o quanto eu me sinto íntima deles e esse sentimento se fortalece mil vezes mais quando estou no Brasil, eu consigo sentir o amor deles a cada show, a cada lágrima que rola dos olhos deles, a cada 'eu te amo'... É tudo tão forte que eu me sinto como se estivesse em casa, mesmo estando longe de Miami.

Ontem foi o nosso show em Brasília e quando eu penso que os brasileiros alcançaram o nível máximo em um show, no outro eles me surpreendem. Que público maravilhoso, era lindo de se ver todo mundo cantando nossas músicas tão alto, gritando nossos nomes, depois de tantos anos eu ainda não me acostumei com essa sensação e tenho certeza que nunca me acostumaria. Hoje, 4 de Julho, estávamos de folga e aproveitando a tranquilidade rara de uma tour tão agitada, em São Paulo. Hoje também é feriado nos Estados Unidos e uma data comemorativa muito importante para os americanos, mas não para mim... Por isso, nesse exato momento, Dinah está aqui no meu quarto tentando me convencer a descer com ela, as meninas e a nossa equipe para a piscina do hotel. Ao que parece, o fato de não estarmos no USA não seria impedimento para comemorar.

- Vamos Mila, por favor... Nós estamos no Brasil! Não acredito que você vai ficar trancafiada nesse quarto. – Disse fazendo o seu famoso beicinho de cachorro sem dono. Sorri negando com a cabeça.

- Você sabe que eu não costumo comemorar o 4 de Julho, Dinah. – Respondi enquanto me deitava na cama e ajeitava o travesseiro confortavelmente embaixo da minha cabeça.

- Tem certeza que é só isso ou você ainda não se sente confortável em estar no mesmo lugar que as meninas quando nós não temos compromisso com o grupo? – Respirei fundo e desviei o olhar para o teto.

A verdade é que era um pouco das duas coisas, eu realmente não costumo comemorar o 4 de Julho, porque apesar de me considerar americana, eu tenho sangue latino correndo entre minhas veias e tenho muito orgulho disso. Mas também ainda não me sentia confortável em estar com as meninas fora do nosso âmbito de trabalho. Nós convivíamos literalmente vinte e quatro horas por dia e em nossas folgas, nos mantemos distantes uma da outra. As pessoas que acompanham tudo de fora, acham que nós nos odiamos, que o grupo vai acabar e todas essas besteiras, mas a verdade é que eles não sabem de nada e nunca saberão... Nós realmente tivemos alguns desentendimentos, dissemos uma para a outra coisas que provavelmente nos arrependemos e outras nem mesmo são verdades, mas não podemos mudar o passado, o que foi dito agora já não pode ser retirado. A vida é assim e somos humanos. Nós cometemos erros por cima de erros, mas como diz a famosa citação: É errando que se aprende a viver.

- Você sabe que não é fácil, Dinah... Eu me sentia do mesmo jeito até com você, mas ainda bem que nós conversamos e as coisas estão voltando ao normal aos poucos. – Disse baixo e voltei meu olhar para ela, lhe dando um sorriso sincero. Não foi fácil ficar sem uma das pessoas mais importantes da minha vida quando eu mais precisava dela. Foram tempos difíceis...

- E por que você não conversa com elas igual fez comigo? – Perguntou curiosa se aproximando, sentando ao meu lado.

- Não é a mesma coisa... - Me ajeitei para sentar e encarei sua feição se modificando para uma um tanto que triste. – Tem que ter um interesse de ambas as partes e isso não existe nesse caso...