Capítulo Onze

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MADU NARRANDO:

— Vamos, eu estou com fome. - perdi a conta de quantas vezes eu já falei isso.

— Já vou esfomeada.

Se levantou e me ajudou a levantar do chão.
Passou o braço por meu pescoço e caminhamos até a cantina.

— Qual será o rango? - perguntei.

— Por milagre que seja, tem bolo com chocolate aqui.

Apontou para um embrulho em cima da mesa da cozinha.

— Será que é bom? Corta um pedaço para mim, por favor.

— Vou cobrar em, está com uma cara ótima.

Ele pegou uma faca de serra e cortou dois pedaços. Tirou- os do tabuleiro fechando da mesma maneira que achamos e me entregou o meu. Comemos na mão mesmo é estava uma delícia.
— Meu Deus, vou ficar presa na escola mais vezes.

Gargalhamos juntos.

— Só tem um pequeno probleminha.

Me encarou.

— É qual seria?

— Você está toda molhada, na verdade suas roupas estão.

— Isso é um problema invencível, agora.

— Eu então vou tornar ele vencível.

Sorriu de canto.

Me puxou saindo da cantina indo para um sala que eu nunca ví.
Ele acendeu o interruptor e sala se iluminou.

Era uma sala abandonada, esquecida por todos. Tinha dois colchão inflável com dois travesseiros com fronha.
Um mini roupeiro?

— Que sala é essa?

Indaguei.

— A minha sala. Eu vivia aqui no primeiro ano que eu entrei no ensino médio.

__ Porque vinha aqui?

__ Não era tão popular quanto você pensa, Madu.

— Uhum, mas sua vida é perfeita. Todos de conhecem e ninguém te evita.

— Até seria bom se não houvesse tanta gente interesseira.

— Não é só isso que te mágoa. Quer conversar?

Ele pensou umas quatro vezes no mínimo, não me importei porque até eu ficaria receosa em contar minha vida a um amigo de um dia e algumas horas.

— Em você, eu confio.

— Quando quiser então.

Fui até os colchões e me deitei em um, olhei para o teto.
Sinto alguém se deitar também e me viro para Gustavo.

Ele me abraça e aquela lágrima chata desliza no canto do seu olho.

__ Minha mãe nunca para em casa, minha única irmã está gravida e meu pai me abandonou a quatorze anos. Minha vida não é perfeita, não é e nunca foi.

__ Sua irmã oque?

De tudo oque ele falou, sua irmã estar gravida me surpreendeu.

Mal ouvi minha voz .

__ Ela engravidou com 14 anos. Eu estou para desmoronar.

__ Não você não vai, se quiser conversar comigo vou sempre estar aqui.

Fiz ele me encarar.

__ Obrigado mesmo.

Sorriu fraco.

Era Apenas Uma ApostaOnde histórias criam vida. Descubra agora