O Lobo cinza

Prólogo

Está nevando, mas o céu está claro e sem nuvens aparentes. Estou em uma clareia coberta de flores silvestres e ao redor da clareira uma imponente floresta a cerca. Deito nas flores observando o céu. Ouço um barulho próximo e me levanto avistando aquele olhar hipnótico e profundo. Um lobo. Sempre o mesmo lobo, ele é grande. Muito grande. Seus olhos dourados e sua pelagem cinza se destacam com o verde da floresta.

É sempre assim, ele nunca se aproxima. Somente me observa a distância.

Começo a caminhar em sua direção e ele me olha com curiosidade curvando a cabeça. Dou cada passo devagar e sem pressa. Da última vez ele se virou e saiu correndo floresta a dentro.

Quando criança eu tinha certo receio dele, mas agora, adulta tenho curiosidade e uma enorme vontade de toca-lo.

Continuo me aproximando devagar, a neve caindo sobre nós as flores ao meu redor e a floresta o encobrindo. Quando estou na orla da campina ele se afasta e corre rapidamente saindo do meu campo de visão.

Suspiro.

Ele nunca vai me deixar toca-lo, e isso é somente um sonho. Me sento apoiando minha cabeça sobre o tronco de uma árvore e fecho os olhos.

Abro os olhos rapidamente sentindo uma respiração quente em minha bochecha.

É ele!

Estico minha mão para toca-lo novamente...

Bufo indignada, ótima hora para minha mente resolver despertar. Eu estava tão perto.

Me sento sobre a minha cama e olho para a parede vendo um quadro com minhas grandes paixões.

Lobos.