"Bem eu..." - Fiz uma pequena pausa e encarei a doce mulher á minha frente. - "Eu, acho que voltei a ver 'coisas'." - Olhei para ela e subitamente ri-mos as duas da minha parvoíce.
"Norah, minha querida, será que viste mesmo?" - Ela questionou olhando os meus olhos verdes como uma esmeralda.
"Sim. Quer dizer, eu inicialmente não acreditei mas depois tudo foi estranho. Foi a meio do Exame, algo me distraía do lado de fora, nunca liguei até ouvir pequenos objetos, pedras eu acho, embater no vidro. Olhei lá fora e estava um homem, bastante cordial e com a sua devida etiqueta. Ele olhava-me tal como, eu o olhava. Mas depois da professora ter aparecido ele já não se encontrava lá." - Resumi o mais claro e especifico possível.
"Norah, tudo isso já aconteceu. Primeiro com uma mulher, agora um homem. Norah, isso é ou melhor já foi habitual, á anos." - Ela sorriu. - "Eu apenas não sei, como te disse á algum tempo: Pode acontecer quando estas nervosa."
"Espero." - Suspirei e ela tocou na minha mão tranquilizando-me. - "Acho que preciso de descansar."
"Antes de ires." - Ela diz e levanta-se da sua cadeira, andando um pouco rápido até á sua cozinha miniatura. Em momentos ela chega com o 4 scones de mirtilo. O meu interior gritou de alegria, como uma criança de 5 anos. - "Scones de Mirtilo!"
Ela gargalhou e abraçou-me.
"Obrigado, Ariel." - Agarrei no prato e ajudei a cobrir o mesmo para não esfriar os scones. Beijei a sua bochecha. Via-a como uma avó, uma verdadeira avó. Saí do Stardust e caminhei até casa, olhei o meu telemóvel e nada. Nem uma chamada, por esta altura Alexander já me haveria ter ligado, mesmo eu dizendo que logo nos viríamos.
Nestes últimos dias, andávamos um pouco afastados, calculei que fosse dos exames. Estávamos, apenas, ambos ocupados. Retirei a chave de casa da minha mochila e abri a porta...Não estava no trinco. Um largo sorriso apareceu no meu rosto ao ver a estrutura de Thomas."Pai!"- Quase gritei e abracei o seu corpo fortemente, ele agarrou o meu corpo que junto do dele era bastante frágil.
"Meu amor. Estava com tantas saudades." - Ele apertou o meu corpo contra o dele, o cheiro do seu perfume inalou as minhas narinas, era agradável tê-lo aqui. Depois de 5 dias, fora de casa a conduzir pelas estradas. - "Bom, a tua mãe não sabe que cheguei, quero anima-la. Vou fazer o jantar paras as donzelas. Mas desta vez SOZINHO. Nada de ajudas." - Gargalhei afastando os nossos corpos. Sim, porque da ultima vez em que ele quis fazer uma supressa fui eu que diz quase tudo. Levantei os meus braços em sinal de derrota. Dei-lhe o pequeno prato de scones e subi as escadas.
Caminhei até ao meu quarto, depois de arrumar tudo, dirigi-me até á casa-de-banho e liguei a água morna, entrei na banheira e deixei que o meu corpo relaxa-se na água quente. Tudo era estranho. Aquilo de hoje foi estranho.O meu banho decorreu calmo, sereno e relaxante. Agarrei na toalha branca turca enrolando ao meu corpo, caminhei até ao quarto e agarrei no meu telemóvel.
«Bebé, não consigo ir hoje. Amo-te.
Alexander.»Suspirei longamente, mais um dia cancelado. Respondi que não fazia mal. Vesti o meu pijama, deitei-me na pequena cama. Acabei por cair no sono.
"Norah!"
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A Herdeira | H.S
Teen FictionNorah Praag tem, de repente, tudo o que sempre quis. Depois de uma vida a 'saltar' de famílias em famílias, orfanatos em orfanatos e de casas em casas, tem finalmente a vida e o homem dos seus sonhos. Tudo devia ser perfeito, mas ela mesma tinha um...