Petrick

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Eu estava olhando o corredor que as vezes me assustava ao anoitecer e vejo a porta da Luna abrir, me viro para olhar, a mesma trancando a porta. Quando se vira me olha normalmente... Eu não podia acreditar que a gente tá mesmo tendo algo, eu realmente agora posso dizer que um dos meus sonhos está se realizando... A maneira como ela me olha, o jeito como ela briga comigo, o modo que ela arruma seu cabelo... Eu simplesmente amo tudo dela.

-Você tem certeza que quer ir falar com eles primeiro? -Pergunto travesso.

Ela dá uma risada sem graça e fica vermelha, amo quando ela fica vermelha, mostra que ela não é somente aquela garota encrenqueira e barraqueira que eu conheço. A mesma anda na frente e sigo ela observando, uma raiva começou a transbordar por mim quando vi alguns garotos olhando para ela. Ando ficando em sua frente e pego em sua mão puxando a mesma mais rápido. Quando estávamos chegando Luna se solta e me olha brava, eu a observo continuar andando na frente passando pelos soldados que também ao ver ela passar deram uma olhada.

-Se eu ver isso de novo, vocês estão mortos. -Falo quando ela entra.

Eu corro até a entrada da sala e paro ao lado dela sorrindo normalmente. Eu acabo observando quem estava lá... Tiana estava sentada na cama do meu pai vendo ele comendo uns pãezinhos doces e ao lado minha mãe e o filho de Tiana conversavam. Eu fiquei ali olhando até ver uma coisa que me fez sorrir por alguns segundos... Neveen estava ensinando sua filha tocar violão, ela estava dando risada de cada nota que errava, parecia feliz em ver o pai.

-Petrick! -Tiana disse vindo até mim e me abraçando.

-Oi... -Falo sorrindo após o abraço.

-E você é a?

-Luana... Mas me chama de Luna.

-Ah, a famosa Luana... Prazer em conhecer você. -E sorri, ela estava com os cabelos curtos e lisos, usava um jeans e uma regata escrito, Eu amo cozinhar. -Me falaram muito de você, me disseram que é filha da Rainha má... Eu tive medo no começo, mas parece ser uma gracinha. -Ela fala apertando a bochecha dela, eu não me aguento e dou risada.

-Obrigada. -Luna fala me olhando tediosa.

A gente segue em direção ao meu pai e ele logo conta o que Tiana e Neveen descobriram... Nada de mais, o que eu havia suspeitado, seria muito fácil se eles soubessem de alguma coisa, mas eles terem vindo até aqui serviu para alguma coisa... Descobri que alguns pais deveriam visitar mais seus filhos depois que isso tudo acabar.

-Mas precisamos contar algo que pode ajudar... Dr. Facilier usou um cordão no amigo do Neveen...

-Não era meu amigo. -Ele diz cortando ela e a mesma olha com cara feia para ele. -Mas pode continuar amor, ele é o que você quiser... Até meu best friend forever.

-Continuando... Esse cordão era algo que guardava o sangue de alguém, no caso de Neveen, se vocês por acaso ver alguém usando um colar estranho que fique vermelho, da cor dos olhos dela. -E apontou para Luna. -Detenham-no rápido, com certeza é ele. -Eu olho estranho para ela e a mesma parecia tensa. -Bom, temos que ir... Foi bom vim aqui, ver meus filhos as vezes se torna melhor que vigiar aquele restaurante vinte e quatro horas. -E abraça seu filho Ray de lado beijando sua bochecha.

-Minha nossa! depois que minha esposa falou, caracas... Você tem olhos fantásticos... -E olha pra Luna tentando olhar mais de perto.

-Vamos querido, chega, já se despediu dos seus filhos? -Ele se vira e sorri meigo para Ray e logo abraça sua filha Evangeline de lado.

-Eu quero deixar um presente para vocês, sinto que vão precisar.-Ele vai até a mala e pega duas caixas grandes.

-Uma espada, mentira? -Os dois falam juntos e saem para abrir.

-Não acredito que deu uma espada para eles... São só crianças Neveen. -Tiana repreende.

-Amor... Ele já tem 16 anos e ela vai fazer o que? 14? -Ele dá um selinho nela e a olha sorrindo.

-15. -Sua filha fala rindo e abrindo a caixa.

-Relaxa.

-Obrigada pai. -Evangeline fala olhando para a espada grande e prata que continha um pequeno vagalume no final. -Sério, eu amei, tem até uma mochila para levar para onde eu quiser.

-Eu gostei muito também, mas vão ter que deixar de enfeite ok? -O rei fala dando um risadinha e logo tossindo, a gente dá risada e observo Neveen e Tiana abraçando os seus filhos, parecia que não queria mais solta-los.

-Tchau. -Ambos falam acenando para os pais que passavam por um portal que ficava perto da janela do rei, só ele sabia como ligar.

-Tempo gastado... -Falo olhando para Luna.

-Eu sei, eu havia esquecido que a filha da fada madrinha tinha me dito que somente o Rumpelstichen saberia aonde o vilão está. -Fala olhando para mim e em seguida para o rei. -Eu sei que é muito perigoso Senhor Philippe, mas como o senhor disse, somente o bem e o mal conseguiria acabar com tudo isso... -Fala suspirando. -Eu acho que deveríamos montar uma missão, com alguns alunos.

-Estaríamos dando carne fresca para o inimigo Luana, não invente.

-Pai eu sei que ela as vezes é cabeça dura. -E a olho alguns segundos. -Mas está certa.

-Seu pai sabe o que está fazendo querido... -Minha mãe fala se sentando ao lado dele e acariciando seu rosto. -Não devemos nos apressar.

-Mas mamãe, a senhora mesmo disse que isso está errado, deveríamos ajudar a Fada Madrinha, ela não vai aguentar sozinha...

-Petrick Philippe...

-Tudo bem... Conheço alguém que também era teimosa desse jeito. -E olha para minha mãe sorrindo fraco. -Depois conversamos sobre isso, preciso me aposentar por algumas horas.

-Ok. -Falo bufando e saindo da sala o mais rápido que podia.

Escuto passos vindo atrás de mim e quando me viro para olhar sinto alguém se jogar nos meus braços. Eu acordo pro mundo e retribuo o abraço que Luna acabara de me dar. Ficamos ali alguns segundos e escuto um "Obrigada por me apoiar". Olho para ela e a mesma sorri de lado, suas sardas claras estavam aparecendo melhor, a mesma estava sem maquiagem, posso dizer que ela assim é muito mais linda, não que com maquiagem fosse diferente, na verdade ela é linda de qualquer forma, céus estou tão estranho... Se apaixonar por Luna me deixou tão perturbado durante anos, só que agora está ficando pior do que antes.

-Socorro! -Minha mãe grita. -Socorro.

Eu abro a porta rapidamente e vejo minha mãe mexer nos aparelhos do meu pai desesperada... Estava apitando e quando fui até o meu pai seus olhos estavam abertos, mas quando eu toquei suas mãos senti algo estranho, como se fosse a ultima vez que fosse toca-lo. Luna chega atrás de mim e coloca a mão na boca.

-O que foi Luna? -Pergunto com os olhos marejados. -O que... O que foi?

-Eu não... Eu sinto que... -Ela coloca a mão na garganta dele e logo após no seu pulso, a mesma fica paralisada e me olha sem saber o que falar. -Eu sinto muito.

-Não, ele tem que viver, ele tem que ficar vivo. -E falo indo em direção ao seu rosto pálido. -Pai, me escuta, você tem que voltar, você tem que ficar e me ajudar a deter esse homem... PAI!

Eu vejo que ele não me respondia e o barulho que estava apitando havia parado... Me encosto na parede e começo a chorar... Não acredito que estou perdendo meu pai, o homem que me criou desde pequeno para um dia eu poder governar tudo isso e que aos olhos dele, eu poderia se tornar um bom diretor desse colégio. Encosto minha cabeça na parede e observo Luna chegar perto dele e observar seu rosto por alguns segundos antes de fechar seus olhos. Sai da sala e fechei a porta de vagar. Eu apenas começo a olhar para cima e pensar que de alguma maneira, de qualquer forma ou modo, eu vou me vingar de quem seja, não me importo dele ser perigoso, vou mata-lo.

Colégio Bem & MalOnde histórias criam vida. Descubra agora