Petrick

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Se beijar a Luana foi de propósito? Fato. Não podia perder aquela oportunidade... Sou apaixonada por aquela chata desde que ela chegou aqui. Nossas brincadeiras e peças que pregávamos me dão saudades as vezes, sinto falta de sentar no gramado e contar como o nosso dia foi e depois pular no lago proibido... Eram tantas coisas, que foram quebradas por meu pai quando viu que nossa amizade estava virando algo mais. Tudo bem que éramos crianças de 8 anos, mas éramos crianças de 8 anos espertas, não tínhamos as habilidades que as outras tinham... Os coordenadores nunca viam a gente, éramos rápidos e conseguíamos passar por todos os soldados.  Não pensei duas  vezes em chamar a chata para me ajudar, fazíamos uma bela dupla, queria tentar novamente, para ver se ainda trabalhávamos bem juntos.  Meus extintos não me enganaram quando avistei ela passando pelos cachorros sem medo algum... Qualquer garota teria esperado eu passar ou nem ao medos teria chegado perto, ela é diferente, pensamentos errados fazem ela ser certa.

-Escutou o que eu disse? -Perguntou Thalia.

-Escutei sim... Tem razão.

-Bolotas, não prestou atenção em nada Philippe... Deixa não precisa mais... Será que a Cindy vem comigo tomar o chá da tarde? -Ela diz isso andando em direção ao armário dela, observo ela falar sozinha e nesse momento desejei ter a calma dela.

Nosso mundo está em perigo, disso eu sei... Pode ser qualquer vilão por trás disso, não imagino nenhum que tenha sombras estranhas capaz de tocar um ser humano. Meus pelos arrepiam quando sinto alguém me tocar.

-Hei, não acha que está muito assustado ultimamente? -Minha irmã pergunta se encostando no armário junto a mim.

-Eu estou bem, só preocupado... -E olho para frente observando minha mãe passar e todos pedindo autografo.

-Já avisei para ela parar de circular na escola, mas não me escuta. -E vai até ela.

Ter uma irmã gêmea nem sempre foi fácil... Até por que sempre tive que dividir o quarto com ela na minha infância... Hoje tenho o meu, mas depois dos 12 anos não se tem muito o que fazer em um quarto sozinho. Meu corpo se paralisa quando avisto Luana descendo as escadas, fiquei sem jeito e acabei virando para meu armário esperando ela passar. O que é isso? Estou com vergonha da minha pior inimiga? Sou mesmo um idiota... Pego o livro de defesas e ataques indo em direção a quadra de jogos. Estava me preparando para o que papai iria falar... Não contaria muita coisa, mas o principal eu já sabia... Nosso mundo precisava de ajuda urgente.

-BEM VINDOS! -O professor Jubileu grita soando sua voz grossa e chata pela quadra.

Estava atrasado, colocar a roupa do meu time me atrasava as vezes... E também eu era o príncipe, chegar atrasado já era costume. As regras são dadas e os times se juntam, mas um som que irritava o ouvido de qualquer um soa por toda a quadra e então o rei aparece em um balão acenado. Todos se curvam, principalmente eu. Com alguns segundos todos se levantam e meu pai pega o microfone para falar com os alunos.

-Hoje farei diferente... Não teremos bem contra o mal... Os times serão divididos, ou seja, vão se misturar.

As pessoas se olham sem entender e então meus olhos vão em meio a multidão tentando encontrar pares de olhos vermelhos que possivelmente deve estar aqui perto. Quando a encontro a mesma olha para mim, ela também entendeu o sentido desse exercício pela sua expressão. O rei pede silêncio e todos se calam.

-É um teste... Precisamos estar unidos, todos juntos, somente assim combatemos o mal... 10 minutos para escolher seus grupos. -Ele acena com a cabeça para o professor Jubileu e o mesmo apita para ir até ele.

Eu e Luana andamos para nos encontrar e ao mesmo tempo disfarçadamente íamos ao encontro do professor. Ao ficar frente a frente com ela, vou para seu lado, andamos juntos em silêncio por uns estantes, logo olho para ela e abro o jogo.

-Preciso de você no meu time...

-Eu sei disso, mas eu também tenho pessoas boas no meu time, não quero me separar deles.

-Ok, me passe os nomes...

Enquanto ela me passou o nome de quatro pessoas cheguei aonde o professor estava. O céu estava começando ficar escuro, parecia que alguém não estava gostando nada desse treino.

-PRIMEIRO, QUEM ESCOLHE É O FILHO DO REI, O QUE TEM A REFERENCIA E A ESCOLHA IDEAL... -Ele diz isso com o peito tão cheio que seu suspiro saiu fumaça.

-Eu sei que as escolhas não vão ser tão esperadas como imaginam... Mas quero que saibam que é o que papai pediu.

 Olho para todos e suspiro antes de falar quem eu queria, enquanto falava todos os nomes as pessoas não se surpreendia tanto, eu sabia que teria que deixar o nome dela por ultimo.

-Falta um nome... -Ele diz quando dei uma pausa.

-Eu quero a Luana, filha da rainha má.

Quando falo isso, um silêncio reina por toda a quadra, pessoas que não tinha nada a ver com a conversa olhou para mim com um ponto de interrogação em suas faces. Papai interrompeu a conversa que tinha com o filho do Dunga e me olhou sem expressão.

-Você tem certeza meu bem? -Minha irmã pergunta.

-Absoluta. -Eu olho para ela e a mesma sorri fraco vindo até nós.


Colégio Bem & MalOnde histórias criam vida. Descubra agora