A casa ao lado

Cap 4

Chamei um técnico de confiança, pois não poderia ficar, meu chefe precisava de mim cedo, deixei uma chave reserva escondida no tapete e fui.
Era 15:10 quando recebi uma mensagem do técnico dizendo que não poderia fazer nada por mim, o sinal vinha de alguma casa, achei que era brincadeira dele, pois isso teria que significar que essa câmera estava mostrando a casa de alguém.
Fui pra casa e resolvi checar eu mesmo o sinal, realmente vinha de uma casa; então meu coração travou, o sinal vinha da casa do meu amigo, do meu vizinho, do homem que perdeu tudo, vinha de la, vinha daquele sótão.
Eu não queria chamar a polícia para ele sem antes ter certeza, é uma acusação muito séria, e até eu poderia me dar mal se aquilo não fosse real, vou esperar escurecer, sei que hoje ele não estará em casa.
São exatamente 23:37 agora, cheguei na casa dele, andando pela casa meu coração começou a bater mais forte, eu desejava muito não encontrar nada ali. Peguei um alicate de cortar cadeados e me dirigi ao segundo andar. Facilmente quebrei o cadeado e puxei a escada, a cada degrau que eu subia a sensação de que o mundo ia acabar naquele momento aumentava. Cheguei no topo, de começo não consegui ver nada, precisei de uma lanterna que havia ali mesmo.
Não tenho palavras para descrever o que eu estou vendo, uma jaula, uma garota e um garoto, essas 3 palavras não deveriam estar juntas em uma frase, mas estão pois é isso que está acontecendo nesse sótão, o garoto sem vida e a menina nua, quando meu viu se assustou e eu achei melhor esclarecer as coisas
- Oi, estou aqui para ajudar, como você se chama? - eu perguntei já com lagrimas no rosto, mas a garota não me respondeu
- Fale comigo, eu quero te tirar daqui. - tentei mais uma vez um meio de comunicação
- Meu nome é Manuella - Sua voz soou de um jeito doce, mas era um doce amargo, uma voz com dor, sofrimento, medo, todas esses tipos de sensações que você possa imaginar.
- Eu vou te tirar daqui Manuella - comecei a puxar a porta com toda a minha força, quando ouvi um som, me assustei e achei melhor sair dali
- Eu não posso arriscar que seja ele, eu irei voltar Manuella, prometo. - Terminei de falar já me dirigindo a janela. A queda foi dura, mas a dor não era o que me incomodava.
Cheguei em casa, tomei um copo de água com açúcar e já peguei o telefone para ligar para a policia.
Observei a policia chegando, de longe vi o corpo do menino ser levado pela perita, consegui ver seu nome bordado em sua roupa "Mariana" ela levou o corpo e rapidamente voltou para ajudar a menina, ela era muito bondosa pelo o que pude ver.
Passaram 2 semanas desde de que a policia descobriu o que acontecia ali, ele vai ser julgado hoje.