Dois: Um passeio no inferno.

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Avistei os dois ciclopes, eram grandes demais, cerca de 3 metros, barrigas enormes, e tinham em mãos porretes de madeira, usavam uma tanga, a de Reno era azul a de Domo era vermelha, Reno além do porrete empunhava uma foice, com uma lâmina negra, seu cabo era de algum tipo de metal junto a pedras de ouro, não era o tipo de arma que um ciclope gigante usa, eu sabia que era a arma que solicitei, finalmente saí do esconderijo e fui falar com os dois.

-Heeey, eu estou aqui!-Gritei para eles.

-Reno estava te procurando.-Disse Reno.

-Domo também.-Disse Domo.

-Trouxeram oque pedi?

-Reno e seu amigo fizeram uma foice de ferro estige, e com poderes semelhantes aos de nosso rei.-Disse Reno alegre.

-Ótimo!

-Como ótimo? Vocês são loucos ciclopes idiotas? Se Chronos é filho do rei ele tem tais poderes, essa foice só chamará mais atenção!- Disse o fantasma com imperatividade.

-Ei! Desde quando você manda em mim ou neles? Você não tem direito de gritar com NINGUÉM!- Disse e pisei forte no chão, o chão estremeceu, e todos ali ficaram com medo.

-Reno não liga para fantasma infeliz!

Reno me entregou a foice e foi embora junto a Domo.

-Ciclopes são tão... Estranhos.

-Não fale assim deles seu fantasma idiota! São mais úteis que você.

Voltei a caminhar, eu estava a usar uma calça jeans, e uma camisa de manga larga preta e fina, e estava descalço pois meu calçado não resistiu a temperatura do solo infernal, após uma longa caminhada ao horizonte via-se um castelo negro.

-O castelo de seu pai.-Disse o fantasma.

-É tão épico e assustador.

Eram uns trinta metros, totalmente negro e dourado, com desenhos de almas queimando e muito sofrimento. Mas eu ainda estava muito longe, talvez só mais algumas semanas caminhando. Logo avistei movimentos estranhos, um monstro ou talvez algum humano vagando como eu, mas tal ser se escondeu atrás de um pedregulho.

-Você viu algo? -Perguntei.

-Não.-Respondeu o fantasma.

-INÚTIL!

-Vão ficar aí discutindo?-Perguntou o tal ser, era homem da cintura para cima e bode da cintura para baixo, usava uma armadura roxa, e empunhava um machado de dois fios, era extremamente alto, e seu machado era envolto de uma aura roxa.

-Quem és tu?-Perguntei ao ser.

-Eros.

-Você não é um Deus!-Resmungou o fantasma.

-Minha mãe me deu tal nome, e sim ela pagou por isso, e eu sou servo de Eros desde que nasci.

-Lamentável...-Disse o fantasma.

-Tudo bem. Cada um segue seu caminho.-Disse eu a Eros.

-Nada disso. Eu terei que matar vocês, aliás o fantasma já está morto mesmo.

-Você quer me enfrentar seu bode idiota!

-Garoto esse sátiro tem a bênção e a maldição do deus Eros.

-Sátiro? Bênção? Maldição?-Perguntei.

-Sim, sátiros são meio homem e meio bode, a bênção de Eros aumenta seus atributos de batalha e a maldição o faz obedecer Eros até o dia de sua morte.-Respondeu o fantasma.

-Ora, ora, temos aqui um sábio homem.-Disse o sátiro.

-Eu irei te matar!-Disse eu levantando minha foice.

-Bééé, quer dizer, nunca!

Logo toda a armadura do sátiro brilhou com uma luz roxa e muito forte, então ele colocou seu elmo e veio para cima. Atacou várias vezes com seu machado, por muitas vezes esquivei até receber um leve corte na perna.

-Nada mau.-Admirei.

-Morra!- Gritou o sátiro, pulou e então desferiu um golpe com o manchado contra mim lá de cima mesmo, usei o cabo da foice como defesa, se fosse um simples cabo teria quebrado e hoje, bom hoje você não estaria lendo essa história escrita por mim.

-Como?-Disse já confuso o sátiro. -Onde conseguiu essa foice?

-Ele é filho do rei.-Disse o fantasma.

-Oque um filho de Hades faz aqui? Certo que é o reino do pai mas é muito raro ver seus filhos aqui.

Filho de Hades? Agora tudo fazia sentido, por isso tanto respeito e força no submundo, eu era filho do Deus dos mortos, eu lia muito sobre Hades, em livros, sites, e vi histórias em jogos, era meu Deus preferido na mitologia, mas agora eu descobri que ele era meu pai.

-Filho de Hades?-Perguntei.

-Sim, senhor.-Respondeu-me o fantasma.

-Por que nunca me disse antes?-Gritei.

-De que rei você acha que eu falava?

-Sei lá!

Senti a perna do corte queimar e logo nem a sentia mais, então caí.

-Ele te envenenou.-Adivinhou o fantasma.

Eu estava enfurecido, com o fantasma, o sátiro e esse maldito veneno que estava na lâmina do machado. Senti meus olhos em chamas, um cheiro de queimado e levantei. Eu estava muito mais forte, eu sentia isso, minha camisa queimou, eu via um brilho em meu corpo, alaranjado, a foice também brilhava. No momento em que pulei vi o desespero do sátiro, cai em pé em cima dele. O peguei e dei um soco em sua barriga, ele voou longe, pulei novamente, dessa vez o chão tremeu e se rachou onde saltei e onde caí. O sátiro percebeu que não havia como fugir então tentou lutar. No momento em que ele veio para cima desferi um único golpe com a foice que estilhaçou sua armadura, e o partiu no meio, sim bem na cintura, uma metade pra cada lado.

A revolta do filho do submundo.Onde histórias criam vida. Descubra agora