Negro e Cálido

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Oceano de lágrimas,

Quais almas tu arrastas?

Negro, o oceano fez tuas vestes sepulcrais.

Em eterno luto de dor e agonia,

Sofrerá ainda mais...

Muito mais!

Estais vós vivos...

Ou com tristezas vós jazeis?

Agora e para sempre.

Mortos se encontram aqueles que não se espantam com o mar de vestes estruturais!

Mulher feita de loucura e amargura,

Tu és a viúva almejada por muitos homens.

Os povos em vão procuram ter tua beleza,

Porém não conseguem alcançá-la.

A beleza que morre em tuas vestes danticais...

Mar de lágrimas e amargura,

Até a bela viúva conseguistes apanhar!

Quem mais tu levarás?

Quem mais almejarás?

No mar de eterno prantear.

Sois vós as ondas que levam os mortos?

Leve-os, pois poucos são aqueles sabem,

Do valor de uma vida bela.

Mesmo não sendo esbelta...

Amigo noturno de ondas tortuosas.

Sabes bem o que lhe peço,

Sabes muito bem o que digo a ti.

Por isso, leve a mim.

Para não chorar mais sem ter alguém perto para lhe consolar.

"O mar (sem palavras falar) a todos acolhe com vestes brancas de inverdades obscuras".

Povos vós dizimaste,

Jovens também tu levaste,

Pare com tuas tristezas.

Já sinto as amarguras de caminhos antigos,

Que agora em escuro vestido se desfazem,

E jazem pelo mar dos eternos esquecidos.

Talvez eu esteja a sonhar...

Todavia eu não consigo acordar desse infernal pesadelo

Em que minha alma se pôs a jazer...

Pesadelos são vistos,

E até mesmo aos rebeldes assustas.

Mar de demônios vá embora e volte nunca mais.

A vida me tortura eventualmente,

A vida que se considera sorridente.

Não passa de tristezas infernais!

Estou a ser torturada cada vez mais.

Em vida tu jazes?

Venha a mim e lhe darei vestes amáveis.

Chorarás jamais.

Tu, oh! Mar sepulcral nunca mais levar-me-á até morte que contigo jaz!

Jamais serei teu servo novamente.

A ti nunca mais juntar-me-ei!

Negrejarás sozinho em teus mantos sepulcrais,

Com as poucas almas que ainda conseguiu levar!

Somente isto, nada mais...

Que tolo diz essas coisas tais?

Com falas tristes.

Dentro de mim, há espaço para ti.

Não confias em mim?

Ou em ti não há mais falas semelhantes àquelas que quando criança dissera?

Mar ardente, de fogo e enxofre.

Não cairei mais em vós!

Tolos são aqueles que te aceitam,

Tentando retirar o bem de vós.

Minha vida não pertence mais àquele que, com voz mansa se torna capaz de convencer a todos que, em vós jaz.

Ninguém jaz dentro de mim.

Todos são alegremente,

Pois não há lutas dentro do mar de alegria.

Mar negro de ondas malignas,

Terminarei com essas palavras tais.

Não em morte, mas em vida todos dentro de vós jazem com brutal agonia.

Não falo de quem em vós termina,

Mas sim de tu, força inimiga. Não me arrastarás mais.

Desde agora,

Para todo sempre...

Jamais!

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