(Gisele deitada. Barulho na porta. Ela levanta.)
Gisele:
- Serafim? A essa hora?
Serafim:
- São onze e meia!
Gisele:
- Nossa, tenho que estar a uma na agência!
Serafim:
- Já falei com Luísa, você não precisará ir hoje. Creio que não esteja bem depois do que aconteceu.
Gisele:
- Não, preciso ir! Ai, minha cabeça dói! Poxa, acho que exagerei ontem, mas do que está falando?
Serafim:
- Você não está sabendo? Todos os jornais estão noticiando!
Gisele:
- Fala logo, está me deixando nervosa!
Serafim:
- Seu noivo, o Fernando, ele... se matou.
Gisele:
- Como? Larguei ele ontem em casa um pouco... Como?
Serafim:
- Um tiro no ouvido! Não se sabe o motivo. Sabe se ele tinha dívidas?
Gisele:
- Não, acredito que não, mas talvez a depressão pela péssima apresentação de ontem... Sabe, ele não estava bem, eu o deixei só, não pensei...
Serafim:
- Oh, pobre menina! Sei o que deve estar sentindo, sei de seus sentimentos por ele!
Gisele:
- Eu não consigo chorar! Eu quero, quero muito, mas não consigo!
Serafim:
- Você deve estar em choque, descanse hoje! Luísa disse que não tem problema não ir trabalhar essa semana.
Gisele:
- Eu preciso trabalhar!
Serafim:
- Os repórteres logo estarão procurando-a para falar sobre o caso.
Gisele:
- O que direi? A culpa foi minha, foi minha, não devia tê-lo deixado naquela noite!
Serafim:
- Calma, menina, tudo se ajeita, qualquer coisa! Sabemos que não foi culpa sua!
w=;@
YOU ARE READING
O Retrato
General FictionTexto para montagem ou filmagem, uma adaptação de o Retrato de Dorian Gray de Oscar Wilde JOÃO FERNANDES O RETRATO Setembro 2005 JOÃO FERNANDES O RETRATO REVISÃO Fernanda Barros Palma da Rosa Setembro 2005 O RETRATO PEÇA TEATRAL EM QUATORZE CENAS P...