CONTO: O Menino do Espelho

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Eu olhava minhas irmãs brincarem no quintal da janela de meu quarto, o lugar era verde e amplo. Elas corriam e gargalhavam ao que a brincadeira sa tornava mais divertida, estavam alegres. Eu não queria brincar, na verdade queria, mas o menino do Espelho pediu para que eu não fosse e o deixasse sozinho no quarto então sugeri para que fôssemos se juntar as minhas irmãs mais velhas.

- Porquê não descemos e nos juntamos a elas para brincar?- sugeri - Não ouse dizer que não pode, que está de castigo, já cansei dessa desculpa.

- Ana eu já disse que se eu sair daqui a minha mãe além de me brigar, ela vai me bater e me machucar... e pior- pausou- ela pode machucar você e sua família.

-Nha! Que isso!- falei despreocupada- eu falo com ela depois.- O garoto abriu um belo sorriso e saiu do espelho.

Já era noite quando chegamos a igreja com mamãe e minhas irmãs, o Padre já estava em cima do pubito e a missa estava em andamento. A palavra de Deus era transmitida para todos naquele espaço. Enfim chegou a hora de rezar.
Durante a oração eu sentir algo ruim e um arrepio. Mamãe diz que são anjos passando pela gente, mas acho que não pois se são seres divinos eu deveria sentir uma paz não é mesmo?
De repente o Padre começa a falar umas coisas estranha em outra língua, senti vontade de rir, mas lembrei que mamãe diz que é pecado então me segurei.
Finalmente a missa foi findada e nós voltamos para casa. Demoramos a chegar pois onde morávamos era um pouco longe da cidade.
Ao chegarmos esperamos mamãe abrir a grande porta de madeira, e da frente de casa olhei par cima e avistei o menino do Espelho, e ele me fitava intensamente com um semblante triste.
Entrei em casa e fui correndo para o meu quarto e o encontrei da mesma maneira de alguns minutos atrás, de frente para a janela.
De repente sa virou para mim, e de seus olhos caíam lágrimas grossas.

- O que aconteceu?- perguntei preocupada.

- Minha mãe - falou soluçando - ela me bateu e me pôs de castiso novamente- começou a mostrar os hematomas pelos braços.

Meu semblante era totalmente de pena e terror, não queria que aquilo acontecesse com ele, tudo menos isso, meu melhor amigo.

- Não precisa ter pena- sua boca se contorceu em um sorriso torto e assustador.

- Mas... Mas...

Gritos esganiçados de dor ecoaram por toda a casa, fiquei assustada e corri em direção a porta, mas a mesma foi fechada abruptamente. Então parei e me virei.

- Você não vai sair! - esclamou o menino.

As palavras haviam sumido de minha boca, lágrimas escorriam por toda minha face, eu estava com muito medo.
Senti minhas pernas ficaram bambas, todos os pelos de meu corpo eriçarem, minhas costas escurecerem, senti uma dor fora do comum atravessar todo meu corpo e então eu caí, sedo sufocada pelo sangue que subia pela minha garganta, cuspia o líquido vermelho mas foi em vão.
Tudo só veio a sessar quando recebi a doce visita da morte.

Semanas após o acontecimento, pessoas que passavam por perto da casa começaram a reclamar do forte odor de algo podre.
Então a polícia foi chamada e se surpreenderam com o que acharam dentro da casa. Eram quatro cadáveres, uma mulher e três crianças.
Até hoje não se sabe ao certo qual o motivo da morte.
Dizem que aquela casa é assombrada até hoje por um menino. O Menino do Espelho.

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