Rumo ao novo mundo (CAP 3)

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O dia amanhece. Os vinte Observadores acordam, e mais preparados do que nunca, dispostos a completar a missão. Auri então dividiu o time em quatro grupos como havia sugerido o Imperador Alkredim, e em seu pelotão estavam Ório, Métia e um rapaz que pouco conhecia, seu nome era Vastur. Ainda um quarto integrante, Jerak, se juntou ao grupo, mas era mudo, pois perdeu a voz na Grande Guerra.
- Vocês estão todos prontos? Nossa missão é clara e não podemos falhar.
- Sim Senhor. - Responderam. Jerak balançou a cabeça.
- Cada pelotão vai pra esses pontos em que marquei em vossos dispositivos. Estão com rastreadores e não esqueçam de ativar a invisibilidade da nave e de seus equipamentos em uma distância segura do Planeta. É uma terra nova e não podemos correr riscos. Já fizemos isso antes e vocês sabem dos riscos. Alguma pergunta?

Logo após o diálogo, cada pelotão se destinou às respectivas naves e partiram em encontro do novo lugar.
Auri enviou os três outros grupos para pontos diferentes do Planeta e seu pelotão embarcou por último. Tomaram uma nave e partiram. Auri tomou a pilotagem. Métia então fala:
- Estou ansiosa para essa aventura. Desde a última Guerra a alguns anos não saímos mais do nosso planeta. Acho incrível como os nossos recursos duraram tanto mesmo depois de tantas catástrofes.
Jerak, o ser mudo, concorda com a cabeça, e em seguida Ório responde
- Também acho isso Métia. Dizem que as sequelas da guerra tendem a vir somente muito tempo depois do acontecimento da mesma.
- E é verdade não é mesmo? - Métia responde - Aqui estamos em busca de algo que está se acabando em nossas reservas e que não há em nosso planeta. Só não consigo entender o como nosso mundo viveu tanto ou como se construiu sem a presença da água.
Auri então entra na conversa enquanto pilota a nave:
- Dizem que Chronix era vazio no começo. O que ouvi é que nosso planeta foi ocupado pela nossa raça há muito tempo atrás, por um casal sem nome. Dizem que a água naquela época, se produzia sim em nosso mundo, ou melhor, ela vinha do céu.
- Do céu? Conte-nos mais Auri.
-Não sei muito, mas falarei o que sei. - Respondeu Auri. - Há milhares de anos atrás, quando Chronix era habitado somente por esse casal, tínhamos uma enorme riqueza natural. Água, folhagem, e tudo o que hoje temos que tomar de outros solos. Mas esse casal, não se sabe sua origem ou como vieram parar aqui, mas foram eles que se instalaram e se multiplicaram, gerando filhos e descendentes. Dizem que eram egoístas, e tomavam e destruíam tudo que viam e tocavam em Chronix, mas falam que o próprio planeta se voltou contra eles, quando o céu simplesmente parou de mandar água, e o verde perdeu sua cor, e nunca ninguém descobriu o porquê daquilo. Logo após nosso mundo entrou em conflito pela posse do pouco que tinham do líquido, e resolveram então dar um basta e encontrar alguma forma de conseguir de volta as riquezas naturais que tinham. Muitos Chronianos morreram nessa época, e os que restaram se uniram para desenvolver tecnologias capazes de se locomoverem e saírem do Planeta em busca de recurso.
- Perdoe-me por atrapalhar Auri, mas como construiram as naves? - Perguntou Ório - Digo, se lhe faltavam recursos...
- Nossa espécie sempre foi inteligente Vastur, e isso sempre nos possibilitou a estar sempre um passo a frente. Construímos em um ano, o que seres como os do Planeta que entramos em guerra tempos atrás por exemplo, demorariam décadas. E sim estávamos sem recursos, mas procuramos utilizar o que tínhamos, ou melhor, o que restou, para tentar criar um combustível que pudesse fazer nossas invenções funcionar. Foi daí que começamos a explorar, e tomar dos outros o que um dia nós costumávamos ter.
- Somos uma espécie em decadência - Afirmou Métia - e estamos prestes a entrar em um lugar em que antes costumava ser assim em Chronix, vivo e deslumbrante, mas não digo em relação as nossas cidades, tecnologia e luzes, e sim em relação ao natural, a beleza não modificada. Se por um lado Chronix é um planeta maravilhoso, pelo outro mascara o obscuro da escassez.
- Todo esse papo me deixou cansado. Hey! Você! Não fala nada não? - Ório se referiu então ao calado Observador em nossa nave, Vastur.
- Enquanto vocês fofocam, estou calibrando meu sensor.
- Você está fazendo isso desde que botamos os pés nessa nave. - Disse Ório - Conte-nos sobre você. Como lutaste na Guerra? Digo, sei que foi um soldado de primeira, senão não estaria aqui.
- Não quero falar da Guerra. Lutei mas com um propósito, pois ela tirou alguém muito especial de mim. Agora se me der licença.

Vastur era um ser bem quieto. Não gostava de falar com ninguém, e guardava um passado bem misterioso. Tudo o que se sabia, era que lutou bravamente na Guerra dos dois Mundos. Ório por outro lado era falante, e sempre admirou o que faz. Era melhor amigo de Auri e estava destinado a lhe auxiliar na missão. Jerak, o ser mudo, seguiu como Observador por escolha mesmo sabendo de sua deficiência. Métia, a única Observadora mulher, era brava e não tinha medo do destino, e foi sempre curiosa por histórias. Foi criada por uma família Chroniana que a alistou no exército extraterrestre quando ainda era jovem. Auri por outro lado, um ser inteligente e astuto, perdeu os pais quando ainda era jovem e sempre foi militar, posteriormente Observador.

- Pessoal, pessoal, vejam... é o planeta!!! Estamos chegando! - Anuncia Auri na pilotagem.
- Minha nossa! É enorme! - responde Ório
- Preparem o dispositivo. - Falou Vastur.
-Finalmente abriu a boca eh? - disse Ório a Vastur.
-Pois só agora a missão ficou interessante. - Responde Vastur.
Métia fala:
- É agora pessoal, onde tudo começa...
Jerak balança com a cabeça.

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