Cortei um Ciclope como se fosse Churrasco

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O ataquei com a foice, sei que essa ideia é totalmente ridícula e que poderia ter perdido minha vida. Mas tudo que sentia era a adrenalina e algo em minha cabeça falando tudo que eu deveria fazer: "Rola! Ataca! Esquiva pro lado! Corta ele!". Como eu queria continuar sobrevivendo e tendo todas as partes de meu corpo eu obedecia à voz.

Todos os movimentos que eu fazia eram perfeitos, a cada ataque o monstro se tornava mais e mais lento enquanto a foice em minhas mãos se tornava um borrão preto por causa da velocidade. Em alguns momentos parecia ser uma extensão do meu corpo, como se estivesse ali a vida toda e eu nunca tivesse notado. Ela era rápida, leve, fácil de usar e o mais importante, no momento, extremamente mortal.

O monstro sujo que me atacava já possuía diversos cortes profundos que sangravam sem parar graças à minha foice. Seu sangue parecia petróleo ou alguma substância negra que sujava sua pele e os trapos que usava como roupa, enquanto a única coisa que aconteceu comigo foi um corte na barriga, em um dos momentos que ele me acertou de raspão. Na hora a única coisa que veio na minha mente foi: "Esse monstro vai pagar, vou fatiar ele como se fosse um grande pedaço de picanha enfiado no espeto!"

Após essa sequência de golpes se repetir diversas vezes o grande monstro cai de joelhos na minha frente, olha para o estrago que fiz em seu corpo com foice extremamente afiada. Ele suspirou e se desfez em pó, como uma duna de areia que foi dispersada pelo forte vento do deserto.

Quando a adrenalina de meu corpo se esvai a foice começa a pesar e eu deixo ela cair com um estrondo no chão de cimento, toda a energia que eu senti foi acabando lentamente, o mundo começou a girar e a última coisa que vi foi uma pessoa antes de desmaiar...

Definitivamente eu não estava morto, ainda conseguia sentir a dor intensa e cansaço por todo o corpo, também não estava sonhando já que as imagens que eu via pareciam mais flashbacks confusos do que qualquer outra coisa. As imagens mostravam minha luta contra o monstro de um olho só, todos os movimentos que fiz apareciam lá, cada expressão ou som também, aos poucos a imagem muda e eu vejo uma grande campina coberta por plantações de morango, uma grande casa azul perto de um morro e no alto do mesmo um grande e majestoso pinheiro.

Após essa imagem tudo foi escurecendo e eu senti alguém me balançando.
-Por favor não morre,não morre!
Abro os olhos lentamente e vejo que era um menino. Ele tinha olhos cor de mel e cabelos castanhos curtos que não escondiam algo parecido com chifres no topo de sua cabeça. Estranhamente eu não senti nenhum perigo iminente,pelo contrário, me sentia seguro com a presença dele.
- Graças à Zeus você sobreviveu, achei que esse ciclope tinha te matado- Diz o menino com medo e alívio expressos na voz.
A única coisa que consegui responder foi um confuso:
- Quê?
O menino olha ao redor e solta um suspiro.
- Olha sei que está confuso e muito cansado, mas precisa vir comigo urgentemente, aliás, meu nome é Thomas.

Com a ajuda de Thomas eu me levanto, minha barriga tinha alguns curativos improvisados e a foice negra tinha sumido, no lugar do monstro tudo que estava lá era uma grande pilha de areia levemente molhada pelo chuvisco que caía do céu. Então eu vi o pior de tudo. Na vida vi várias coisas estranhas, mas essa é a primeira vez que vejo uma pessoa que dá cintura pra baixo era um bode. Apesar do susto eu preferi não comentar sobre isso já que ele salvou minha vida, eu acho. Aos poucos vamos caminhando silenciosamente por uma grande estrada que ia para nenhum lugar onde a vista alcança, a chuva continua fraca e minha mente tentava processar tudo que tinha acontecido. Depois do que pareceram horas, chegamos a um morro, mesmo estando escuro eu conseguia ver a silhueta de um grande e lindo pinheiro, o mesmo que tinha visto em meu "sonho".

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⏰ Última atualização: Sep 05, 2016 ⏰

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