Chapter 12

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CHAPTER TWELVE

Eu deveria ter adivinhado. Deveria ter fugido antes. Deveria ter ouvido meu lado Katniss e mandado a princesa ir a merda. Mas eu não ouvi.
Não tive tempo de raciocinar. Eu só saí correndo. Ouvi Helena, ouvi o Sean. Mas eu só corri. Corri do Hugo. Corri daquela cena. Corri da dor.
No mesmo dia que cheguei no Rio, diz minhas malas. Tirei tudo que era meu do apartamento dele. Tudo. Não ia conseguir olhar para ele novamente. Não enquanto aquela cena ainda estava viva em minha mente.
Estou morando na casa da Josi por um tempo. Achar um imóvel é mais difícil do que parece.
Hoje fazem exatos três meses que eu não o vejo. Três meses que eu o ignoro. Três meses que eu não quero ouvir nenhuma desculpa para o meu coração se alimentar de esperança.
Quem eu queria enganar? Eu não sou uma mulher de finais felizes. Sou uma mulher de realidade, de trabalho e suor. Sempre fui assim. Não sei como alimentei esperanças mínimas de que dessa vez eu poderia aguentar.
Sigo a minha vida fazendo minhas traduções. Desisti de ser intérprete, agora eu trabalho para uma editora. Traduzo livros de todos os tipos.
Não vou dizer que estou bem. Porque não estou. Cada vez que falo com Jen meu coraçãozão aperta por notícias. Mas eu não me rendo, e nunca pergunto.
Helena, finalmente, está namorando o Sean. Mas ela ainda não me contou a história deles por completo, disse que " o passado a gente nunca muda, então deve permanecer enterrado". Respeitei sua vontade apesar da minha curiosidade.
Hoje é dia da minha aula de muay thay. Mas meu professor me mandou pra casa porque eu não consegui focar. Eu estava na bad. Estava carente dele. Tomei um banho na academia mesmo.
No caminho de volta pra casa, eu estava com uma sensação estranha. Como se estivesse sendo seguida. Tomei um susto quando duas meninas colocaram uma música pra tocar bem alto. As duas estavam dançando animadamente. Mas nem isso me animava. Segui meu caminho pra casa. Mas de repente, um homem também começou a dançar. E depois uma mulher. E uma senhora. Quando eu me virei, todos estavam dançando! Ao meu redor! Aí Deus, um flashmob!
Eles dançavam uma música animada que eu nunca tinha ouvido. Mas a letra dizia algo como "me desculpe". E eles apontavam para mim! Um flashmob pra mim!
No meio da coreografia, eles fizeram um corredor, e então eu o vi. Três meses depois. Eu o vi. Ele caminhava em minha direção devagar e, acho também, com medo. Parou bem na minha frente. Meu coração saltitava de saudade. E de dor.

- Oi, carinho. - não consegui responder - eu vim aqui te dizer que eu sinto muito. Que eu nunca queria ter te magoado. Que eu nunca quis te fazer sofrer. Eu ia te deixar em paz, juro que ia. Mas meu coração não aguenta mais de saudade de você, carinho. Minha casa não tem mais o mesmo brilho, minha vida não tem mais o seu brilho. Raquel armou aquela cena pra gente. Ela preparou aquilo com o propósito de te machucar, eu nunca vou perdoá-la por isso. Então eu vim aqui, com o medo de ser chutado em público, com meu coração aberto pra te dizer que eu te amo, carinho meu. E que eu não posso passar nem mais um dia sem você nos meus braços - ele se ajoelhou - me perdoa, meu amor? Me deixa ser seu de novo?

Eu não conseguia respirar. Meu coração vai sair pela boca de tão rápido que ele tá batendo. Ele me ama! Me ama! Ele fez a porra de um flashmob! FLASHMOB! A princesa da Disney está saltitando! A Katniss tá sorrindo. E eu to chorando!
- Só com uma condição - disse séria
- Qualquer uma!
- Quero uma hidro em cada cômodo da casa! - rimos com lágrimas nos olhos. Ele se levantou, me ergueu nos braços e me beijou. Um beijo de pura saudade e amor. Nossa, desde quando eu sou tão nojentinha assim?
- Um flashmob? Jura? - perguntei interrompendo o beijo
- Isso se chama desespero, meu amor. Puro desespero!- rimos e nos beijamos mais. Muito mais!

That Brazilian DoctorOnde histórias criam vida. Descubra agora