Chapter 6

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CHAPTER SIX



Dor. Tristesa. Sentimentos ruins me tomam agora. Ver sua casa, seu lar, a unica coisa que sobrou do meu avô, agora apenas restos cinzas. Dói demais. Estou estancada no mesmo lugar a 40 minutos, não consigo me mexer. Não tenho outra reação a não ser chorar e chorar.

O incêndio começou pela explosão do butijão de gás. Graças a Deus, Rita estava no mercado. Não sei o que faria se ela tivesse se machucado.

- Você tá bem, carinho? - perguntou um Hugo preocupado

- Dentro do possível - não consigo nem xingá-lo por me seduzir noite passada e me dar a melhor noite, madrugada e manhã que já tive.

- Nunca achei que odiaria te ver calma, sem me xingar ou algo do tipo. É muito estranho ver sua versão humana. - e o idiota conseguiu tirar um riso de mim.

- Babaca! Eu não sei o que eu faço agora! Eu não tenho onde morar! - ri pra não chorar

- Você pode ficar lá em casa. - o encarei com a feição negativa - por um tempo! Até você achar algum lugar.

- Morar com você? - perguntei incrédula

- E você ainda me ajuda com a Raquel! Agora que ela sabe de você, vai me infernizar!

- Morar com você? Isso não vai dar certo de todas as maneiras!

- A gente coloca a Rita no quartinho de baixo, se preferir não dormir comigo, fica com o quarto de hóspedes.

- Você tem um quarto de hóspedes?

- Eu posso passar a ter se você preferir.

- Não posso deixar a Rita sem trabalho e una casa.

- Vai morar comigo, carinho?

- Temporariamente, doutor. Apenas temporariamente. Não se empolgue.

Nem adianta começar a me xingar! Eu não tenho casa, nem sei se tenho roupas, um homem gostoso desse - que eu nutro um pequeno ódio nas horas vagas - me oferece moradia, alimentação e um sexo muito do gostoso. Queria ver você recusar!

Perguntei ao bombeiro se eu poderia entrar e ver se sobrou alguma roupa, qualquer coisa de valor, ele me autorizou. Quadros, fotos, objetos, quase tudo queimado. A minha última gaveta da cômoda foi a unica que sobreviveu. Era aonde eu guardava minha roupas de casa, aquelas horrives, gigantes e confortáveis.

2 moletom, 2 leggings, quatro regatas, dois tops e duas calcinhas boxers. É tudo o que eu tenho. Sobrou um livro ou dois, meu tablet que estava na gaveta sobrevivente me parecia vivo, mas mandaria para o técnico para precaução. Achei uma foto meio torrada minha e de meu avô no meio dos escombros. Nem preciso dizer que chorei. Juntamente com Rita, recolhemos o que pudemos e colocamos no carro do Hugo. Expliquei a ela a nova situação e ele mais que compreendeu, adorou. Traidora.

Depois de todo um processo chato dos bombeiros, fomos liberados. Ao chegarmos no apartamento de Hugo, fomos instalar Rita em seu novo quarto. Era pequeno , mas nem tanto. Uma cama, guarda-roupa, cômoda, tv e um banheiro. Ela amou, mas quase teve um pirepaque quando viu a cozinha. Fui até o "quarto de hóspedes" e descobri que era lindamente grande. Joguei minha mala improvisada em cima da enorme cama e desci para ver o que Rita estava cozinhando.

Hugo estava ao lado de Rita no fogão. Ambos cozinhavam algo que se o gosto for igual ao cheiro, vou coner tudo sozinha!

- Carinho, nunca mais irei te devolver a Rita! - disse abraçando e beijando Rita que riu

That Brazilian DoctorOnde histórias criam vida. Descubra agora