Back to Black

370 35 2
                                    

Meses se passaram desde a mudança da minha Regina, meses de sofrimento, meses segurando a aflição dentro do meu peito, meses... As lagrimas já corriam silenciosas, não queria que ela visse o meu sofrimento. Mesmo que não entendesse nada, e mesmo se entendesse, duvido que se importe. Ela não era a mesma pessoa há muito tempo, ela apenas permanecia em casa por que todo dia a dava uma boa quantia para não vender o seu corpo (mas percebia que ela amava vende-lo). Ninguém faz ideia o que é sofrimento de meses... Meses.

Precisava deixa-la partir. Precisava aceitar que jamais veria aquela morena novamente... Eu desisto, nenhuma poção no mundo pode trazê-la de volta para casa.

Ela não perdeu tempo quando anunciei sua sentença de liberdade, pegou suas trouxas e sumiu. Partiu sem olhar para traz, e finalmente sua chota voltaria a trabalhar, seu bolso voltaria a encher fácil com sua velha garantia. Mantive-me forte, não deixei que minhas lagrimas molhassem minha face pálida, mesmo perdendo minha garota.

Ela retornou para a vida que conhecia, as pessoas voltando a falar enquanto a criminosa trabalhava com suas ameaças. E mais uma vez tive que ignorar, esquecer o passado depois da maldição, esquecer de nossas brigas e acertos. Tive que encarar uma realidade que me machucaria, não por muito tempo, mas não o suficiente... Era preciso mata-la. Deveria ficar de luto.

Nunca me despedi dela, nunca tive a oportunidade de dizer adeus ao seu olhar carinhoso. Já perdi as contas de quantas vezes fui ao cemitério olhar o seu cofre, não sei por que, mas sempre quando estava perto da sua principal fonte de magia, me sentia perto da mulher que um dia já reinou nesse mundo. Estando lá, eu voltava para um nós que agora é inexistente.

Mesmo tentando perecer em luto, sabia que não conseguiria por muito tempo. Eu a amava... Eu a amo. Isso sim seria um desafio difícil de cumprir. Era muito tempo de lagrimas escorridas para se apagar de repente, eu já morri muito para me reerguer. E esses eu te amo, não seriam o suficiente, na verdade nada seria o suficiente para deixar meu pobre coração em paz.

Não posso dizer o tempo que ficarei assim, não posso dizer se um dia me recuperarei por completo. Não posso dizer quando sairei desse luto eterno.

– Não sei até quando poderei te esperar...

Para Sempre Meu AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora