C.#34 - D. R

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« Rafael »

Fiquei de coração partido quando vi o que eu vi. A raiva me subiu mas eu tive que me conter pra não arrumar mais problema, tenho que resolver isso da melhor maneira possivel.

Enquanto caminho pela escola pensando no ocorrido me deparo com Mathias. Tento ignorá-lo mas ele me chama.

- Rafael! - gritou ele - espera aê.
- Fala Mathias! - disse o cumprimentando.
- Sabe onde tá o Diego, queria falar com ele.
- Acho que ele está no quarto dele. Mas o que você quer falar com ele? - perguntei curioso.
- É uma parada sobre uma mina ai, nada demais. - disse ele. - bom, valeu. Vou lá falar com ele.
- Tá bom. - respondi.

Continuei a andar sem saber pra onde ia, até que eu chego na biblioteca. Está mais ou menos vazia, devia ter uns três a cinco alunos lá.
Peguei um livro e me sentei numa mesa bem no canto da parede e comecei a folear o livro.

- Posso me sentar aqui ? Quero... Preciso conversar contigo. - disse Diego. Fiz sinal pra ele sentar e foi isso o que ele fez.
- Amor eu, preciso te confessar uma coisa...
- Se for sobre o beijo com o Miguel, poupe-se pois eu já sei.- disse sem tirar o olho do livro.
- Sabe ? Como?
- Eu vi, vi tudo. Tava indo te chamar pra dar uma volta no jardim ai chego lá e vejo meu namorado beijando outro cara. - respondi.
- Você precisa saber que eu não tenho culpa, foi ele quem me beijou. Eu não tive culpa Fael. - disse ele.
- E hoje mais cedo quando eu e ele estavamos brigando. Você foi ver se ele estava bem, se ele tinha se machucado e eu Diego? Você nem se importou ? - disse o olhando, ele procurava um lugar que não fosse meus olhos pra olhar.
- Por que eu sabia que você não tinha se machucado. Convenhamos que você bateu mais do que apanhou meu amor. - isso é verdade, quis sorrir enquanto ele dizia isso mas me segurei. Safado, sabe que não sei ficar com raiva dele.
- Mesmo assim, seu namorado sou eu. Eu sou o seu homem, você tem que se importar comigo e não com aquele projeto de fósforo ambulante. - disse eu.
- Nossa, adorei "Seu homem." - brinquei.
- Para de brincar, a coisa aqui é séria. - não vou ceder.
- Ah seu bobo, você sabe que eu te amo e nunca te trairia. Leve em consideração o fato de eu ter vindo te contar. - disse ele fazendo uma carinha tão fofa.
- Isso não vale, você sabe que eu não consigo ficar com raiva de você.
- E nem tem motivos seu bobo. Você sabe que eu te amo.- ele disse isso e me beijou.

Ficamos conversando por mais um tempo quando a Sophy vem me avisar que a diretora quer falar comigo na sala dela.

Vou até lá e bato na porta. Ela me manda entrar e me sentar.

- Bom Rafael, mandei lhe chamar aqui pois preciso fazer algumas perguntas para você. - disse a diretora.
- Pode fazer, responderei as que eu puder.
- Ouvi dizerem que você namora com o aluno Diego Sant'ana. Isso é verdade? - disse ela.
- Ou seja, a senhora ouviu o Miguel lhe dizer isso já que ele é seu filho. - disse eu com raiva. - Não interessa quem disse, apenas que me conte se é verdade ou não.
- Sim. Mas me desculpe, o que isso lhe interessa? - perguntei.
- Curiosidade. Não quero que sofra bullying por conta disso.
- Não se preocupe, eu sei me protejer e protejer meu namorado em relação a isso diretora. - disse eu. Ela se levantou e caminhou até o filtro d'água.
- Bom senhor Rafael, e seus pais sabem disso? Como lidaram com isso ? - perguntou a diretora me oferecendo água, recusei.
- Meus pais morreram, eu moro com meu irmão Igor. Ele aceitou "isso" melhor do que eu esperava. - disse isso fazendo sinal de aspas no ISSO.
- Qual o motivo das aspas?
- Falou da minha homossexualidade como se fosse uma doença.
- Não me interprete mal Rafael, eu apenas não expressei direito. Me fale mais sobre como seu irmão ,é, soube lidar com isso.
- Me desculpe diretora Martha, mas minha vida pessoal diz respeito somente a mim. Se não vamos tratar nada sobre a escola, me dê licença. - disse me levantando da cadeira.
- Claro. Pode ir senhor Oliveira.

Sai da sala da diretora.
Mulher intrometida, onde já se viu querer se meter onde não é chamada? Aff's...

Do nada eu começo a torcir e sai sangue da minha boca. Acho aquilo bem estranho já que nunca aconteceu antes. Ignorei e fui pro meu quarto e me deitei e apaguei na hora.
Tive sonhos, tava mais pra lembranças de quando meus pais sairam naquele dia e nunca mais voltara. Ainda me lembro da minha mãe dizendo " - cuidem um do outro, ouviu Igor ? Cuide do seu irmão... ". Começo a chorar.
- Por que mamãe ? Por que me deixou em momentos que preciso tanto de uma mãe? - disse isso e chorava feito criança.

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Pois é pessoal, os capitúlos narrados pelo Rafael são curtos mesmo como puderam perceber nos outros. Espero que estejam gostando e não esqueçam de votar e comentar. Brigado por lerem e bjs e abraços !*---*!

Eu E Você, Contra O Mundo (romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora