Trinta e oito

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POVS JACK G

"Jovem rapaz, está tudo bem?" uma voz suave e amigável diz ao meu lado, me tirando completamente dos meus pensamentos.

Levantei minha cabeça, que permanecia afundada em minhas mãos, e olhei para a pessoa que disse aquilo. Era um idoso, ele estava com um chapéu marron na cabeça e uma bengala.

"Ah... Eu estou bem" eu sorriu, o sorriso mais fraco que eu já dei talvez.

"Não parece bem" ele diz batendo em meu ombro de leve. "Eu sou só um velho, mas eu sou um bom ouvinte" ele ri.

Eu ri e lhe lancei um sorriso amigável.

"É uma garota a causadora disso tudo" eu suspiro e jogo a cabeça pra trás "Ela... Ela... Ah, sei lá, é diferente, sabe?"

"Sei sim, mas continue vai"

"Ela é especial" sorriu para o chão "Ela mexe comigo de um jeito que nenhuma garota jamais mexeu. Ela é sincera comigo, diz o que ela sente por mim, mas eu sempre estrago tudo. Eu não tenho controle, eu a faço mal..." eu encaro o chão e vários flashbacks de Charlotte chorando vieram em minha mente. "Sabe quando uma garota entra na sua vida... nos seus sentimentos, seus medos, prazeres, no seu "eu" de verdade? Eu sinto que é um trabalho meu protege-la... mas eu sempre dou mancada, e ela perdoa porque... cara, ela sabe que eu sou assim... Ela é a única que me conhece de verdade, ela sabe me acalmar, e olha uma coisa que é difícil isso!" eu riu baixo.

"Isso tudo que você sente... sabe como chamam isso?" o senhor pergunta sorrindo.

"Hum?"

"Amor" ele diz e minha cara de nojo se forma no mesmo instante "Está apaixonado, meu filho"

"Amor? Eu apaixonado? Nem idiota eu sou" eu digo.

"Acredite em mim. Eu já me senti assim um dia... mas eu não aceitava também, eu não deixei sair, sabe?, eu a deixei ir embora... Ela foi embora antes que eu pudesse me despedir e dizer o que sentia, e até hoje eu estou arrependido por não ter feito nada enquanto ela estava presente..." ele encara o céu triste e me lança um olhar confortador pra disfarçar "Não cometa o mesmo erro que eu. Isso só acontece uma vez, mas as consequências duram a vida toda."

Eu o encarei e, juro, senti uma vontade horrenda de abraça-lo, ele só era um idoso sozinho. Provavelmente sem filhos também, eu estava muito comovido com o que ele disse.

"Eu farei o certo" eu sorri e lhe dei dois tapinhas na costa "E meus pêsames por... bom, o senhor sabe."

"Vá com Deus, querido" ele diz, quando eu me levantei do banco que ficava no meio do parque.

Eu avistei um táxi parado perto de onde eu estava e entrei no mesmo.

"Pra onde?" o motorista pergunta.

"Hotel Waters" eu dou o nome do hotel à ele e ele sai em disparada dalí.

[.......]

"Valeu" eu pago o taxista e saio do táxi.

Entrei no Hotel, fiz meu cadastro e me dirigi para o elevador. Ao mesmo em que estava esperando o elevador eu pensava nas palavras do senhor no parque. O que eu falei pra foi tão confidencial cara, não gosto de expressar o que eu sinto.

Dark | Jack Gilinsky Onde histórias criam vida. Descubra agora