Poderes.

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É eu estou caindo, e sei que dessa vez ele não vai estar lá para me segurar.

Comigo tudo começou cedo quando tinha uns sete anos. Eu costumava brincar de espionagem no quintal de casa, fazia vários circuitos e até que  mandava bem. E foi aí que eles chegaram, os meus poderes? Não, quem me dera, eu sempre tive meus poderes, só não sabia. Foram os assassinos da minha mãe quem chegaram.

Eu não me lembro muito o que aconteceu. Eu estava brincando no quintal, e eles chegaram. Um deles me segurou em uma das minhas mãos, outro na minha outra mão. E eu estava lá, de joelhos, prestes a ser morto, com uma arma supersônica apontada na minha cabeça, e foi aí que aconteceu. Em um segundo eu estava lá, praticamente morto, e no outro, eu estava na cozinha, de frente para o quintal, assistindo minha mãe ser morta no meu lugar.

O que aconteceu foi que minha mãe trocou de lugar comigo. Não sei bem o nome específico para isso, só sei que ela trocou do local que ela estava para onde  eu estava.

Um tiro. Um grito. Uma lágrima. E ela caiu. Morta. Eu não entendi muito bem o que aconteceu. Na verdade, nem eles entenderam. Mas eles não pensaram duas vezes antes de virem atrás de mim de novo, só que dessa vez, eu fui na direção deles.

Eu corri na direção deles, desviei e me joguei no corpo da minha mãe e comecei a chorar. Eles olharam e sem piedade apontaram a arma pra mim. Eu só abaixei a cabeça e gritei, gritei o mais alto que consegui. Depois veio um clarão. Em um segundo eu estava no meu quintal, no outro, em um barco de pesca.

Eu não estava entendendo mais nada. Eu estava deitado no corpo da minha mãe em um barco de pesca no meio do oceano. De quem era aquele barco? Por que eu estava ali? Quem matou a minha mãe? Que diabos estava acontecendo comigo? Essas não são duvidas que um garoto de sete anos deveria ter.  E foi aí que ele chegou. Um homem alto, com roupa de pescador, de pele escura, olhos azuis, corpo em forma, com cara de mais ou menos uns 30 anos. Ele só me estendeu a mão e me disse.

- Bem vindo.

Nove anos se passaram e agora eu sei o que aconteceu. Agora eu sei o que eu sou, eu sei quem matou minha mãe e quem era esse homem do barco.

Esse homem na verdade se chama James, e mora com sua mulher Sam em uma casa comum na cidade de São Jose dos Campos, no Brasil. James não sabe o motivo de eu aparecer para ele, pois normalmente aparecemos para quem mais amamos. Mas quem eu mais amava era minha mãe. Eu não tenho pai, e nenhum outro parente. Mamãe era filha única e meus avós tinham morrido há muito tempo. Mas eu nem conhecia James, então por que eu apareci para ele?

Ele me contou que eu venho de uma linhagem de seres humanos geneticamente modificados. Na realidade, isso é a historia que contariam se fossemos descobertos pelo mundo. Na verdade eu nasci assim. Desde sempre a nossa espécie vem se adaptando. E com espécie eu quero dizer os humanos. E esses seres humanos que estão mais adaptados aos dias de hoje são como eu. Criamos poderes durante nossa formação no útero. Você precisa dominar os quatros elementos para ser considerado um power.Ar, terra, fogo e água. Qualquer outro poder depois desses é um mero aprimoramento de um dos elementos. Voar, por exemplo, é um aprimoramento da habilidade de controlar o ar. Não se tem ao certo o máximo de aprimoramentos possíveis, mas para aprimorar seus poderes é preciso de esforço e dedicação.

James é como eu. Nós somos chamados de Powers, James teima que somos E.T.S, eu até acho engraçado. Ele esta cuidando de mim desde aquele dia. Fez um funeral lindo para três pessoas no enterro da minha mãe. E esta me ensinando a controlar meus poderes, e usa-los em combate.



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