Acordei junto com os corvos. A névoa já tomava conta do jardim sombrio. Levantei e continuei minha caminhada para seja lá onde. A paisagem não mudava, o lugar devia ser enorme.
Andei por horas, sem se quer encontrar alguma coisa.
Estava preocupada com Nate. O que aconteceu a ele? Mal tive chance de conhece-lo, e já o perdi. Espero que algum dia nos reencontremos. Pelo visto, nada é impossível nesse lugar. Sombras, sereias, fantasmas.. O que mais poderia acontecer?
Foi só dizer. Um enorme muro de espinhos materializou-se a minha frente.- Ótimo! E agora? Para onde vou? - disse desesperada.
Sentei no chão frio do bosque, e chorei.
Chorei como jamais havia chorado em toda a minha vida. Chorei por ter perdido minha mãe, chorei por ter o pai desprezível que tenho, chorei por ter perdido Nate, sem nem se quer ter tido a chance de tê-lo.
De repente, minhas lágrimas tornaram-se fluorescentes e começaram a flutuar. Formando uma espécie de unicórnio feito por água, como a sereia, e começou a me guiar pelo jardim.
Sentei-me nele, e fomos assim por um longo tempo, até que me deparei com um enorme labirinto. Ele fez uma espécie de reverência e desapareceu. Deixando-me sozinha novamente.
Entrei no labirinto, e fui caminhando sem rumo. Não haveria de ser tão grande a ponto de me perder, certo? Errado!
Logo na primeira passagem já me perdi. Para onde ir? Direita, esquerda, norte, sul? Estava perdida, tanto fisicamente quanto psicologicamente. Não desisti, precisava de conseguir um jeito de reencontrar Nate. Ele me ajudaria a resolver toda essa confusão. Eu preciso dele. Preciso. Como nunca precisei de ninguém, nunca almejei ninguém tanto como o almejo.
Passei horas percorrendo todo o labirinto, não encontrei nada. Absolutamente nada.- Oh céus, o que será de mim?- disse enquanto batia ferozmente nos galhos que formavam as paredes do labirinto. Lágrimas ameaçavam escapar.
- Eu odeio tudo isso! Odeio ! Odeio o fato de estar sozinha, odeio esse lugar horrível! Odeio!- gritei em meio a lágrimas.
Sentei-me inconformada no chão. Abracei meus joelhos e chorei.
Não faço ideia do que fazer. Lembrei-me do sorriso de Nate, instantaneamente meu peito encheu-se de alegria. Toda a tristeza sumiu. Me levantei e resolvi continuar tentando, tenho quer ver aquele sorriso de novo.
Corri pelas passagens. Parei, e pensei. Deveria marcar os lugares em que já passei. Isso! Peguei minha blusa de frio, e a rasguei em várias fitas, fui marcando cada passagem com ela. Foi questão de minutos para que encontrasse a saída.
Parei no final da última passagem. O que me aguarda lá fora?
Tomei coragem e saí. Um enorme rio preto separava-me do outro lado. Levei minhas mãos ao rosto, e me inconformei.- E agora?! Tanto esforço pra nada!
Não tinha como passar nadando, a correnteza estava muito forte, provavelmente me afogaria.
Saltar também não daria, a largura do rio era grande.
Não há nada por perto que eu poderia usar de barco.
Mexi as mãos para os lados, inconformada.
A agua do rio pareceu imitar meus movimentos.
Incrível, certo? Errado! Isso era imensamente bizarro.
Mexi meus braços de forma que a água ficou presa aos lados, e deixou um pequeno espaço no meio para passar. Apressei-me em atravessar. Concluído com sucesso. Estava são e salva, e em terra firme. Continuei meu caminho, até que algo me fez parar. Um enorme portão estava a minha frente.
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Vitae
Teen Fiction-A morte é apenas o início de uma nova vida. Eleanor é uma garota que é depressiva desde os 14 anos, é antissocial e se auto mutila. Ela perdeu a mãe precocemente, e sofre de maus tratos do seu pai ( Billy James). Tem consultas com a psiquiatra do c...