Às oito horas em ponto, chegámos ao castelo e fomos conduzidos a um gigantesco salão cheio de convidados muito sorridentes, andando de um lado para o outro. Ao fundo, num pequeno palco montado no lado direito, a orquestra tocava para entreter os convidados, preparando o ambiente para a verdadeira festa que estava prestes a começar.
Olhei em redor fascinado. O único castelo que eu conhecera até então tinha sido o da minha infância, ou melhor, a casa dos meus pais. Este, porém, era um castelo a sério e com uma princesa a sério. Ao contrário de muitos dos convidados, eu e o Ricardo não conhecíamos ninguém, por isso, enquanto esperávamos pela entrada da princesa que daria início ao baile, fomos apreciar uma enorme fonte oval que havia no centro do salão.
- Nunca vi uma fonte assim tão grande! Isto mais parece um lago! – Comentou o Ricardo em voz baixa. – Não te parece que esta água é demasiado escura e está a mexer-se de uma forma muito esquisita? – Perguntou-me, pedindo a minha opinião.
Assim que me aproximei um pouco mais para poder ver melhor, a água ficou subitamente mais agitada e tive um pressentimento estranho. Arrepiei-me todo e, tentando não dar muito nas vistas, afastei-me apressado, mas acabei por esbarrar no Ricardo que estava mesmo atrás de mim.
- Ai! – Gritou ele baixinho. – Acabaste de pisar o meu pé!
- Desculpa. – Pedi eu. – Vamos sair daqui, porque a água desta fonte dá-me arrepios! Até parece que há qualquer coisa lá dentro, pronta para saltar cá para fora. – Justifiquei, empurrando-o discretamente.
Um criado vestido a rigor passou por nós e ofereceu-nos sumo com gelo e o Ricardo aproveitou para lhe fazer uma pergunta.
- Sabe se a princesa ainda vai demorar muito?
Na verdade, a princesa estava na sala ao lado com Nana, a sua antiga ama, revendo alguns dos pormenores para que tudo corresse bem naquela noite.
- Quantos convidados estão na sala? – Quis a princesa certificar-se.
- De acordo com o mordomo, os cento e cinquenta que a menina convidou. – Respondeu Nana. – Acho que já podemos começar, antes que fiquem impacientes.
- Muito bem, por favor vai pedir ao maestro para dar o toque de entrada e eu entro logo depois de tu me anunciares. – Pediu, sentindo-se um pouco nervosa, já que era a primeira vez que recebia convidados no seu castelo.
Nana obedeceu, saiu e atravessou o salão para ir segredar a ordem da princesa ao ouvido do maestro. Então, os violinos calaram-se e o som das trompetas ecoou na sala, enquanto Nana se posicionava à frente de todos, pronta para anunciar a entrada da pessoa mais esperada da noite.
Quando tudo ficou em silêncio, Nana cumpriu o segundo pedido da princesa.
- Muito boa noite, senhoras e senhores, tenho o prazer de vos apresentar a vossa anfitriã, a princesa Melinda! – Comunicou, muito entusiasmada, apontando para uma porta que dois mordomos abriram.
Foi então que, pela primeira vez, os convidados, todos em silêncio, mas muito ansiosos, viram a princesa desconhecida surgir, com um enorme sorriso no rosto, e ouviu-se um grande aplauso. Ela atravessou, sem pressa, o salão, de forma elegante.
- Caramba! – Exclamou o Ricardo baixinho e olhando para mim. – Não sabia que tínhamos uma princesa tão bonita!
O Ricardo tinha razão. A princesa Melinda era linda. Foi exatamente isso que eu pensei assim que a vi. E, sem saber porquê, lá continuei eu a bater palmas até ela chegar junto de Nana que, prontamente, lhe entregou o microfone.
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O castelo mágico da princesa Melinda
Короткий рассказ"O reino mágico da princesa Melinda vive dias muito agitados. A princesa está a chegar ao final do seu reinado e, por isso, precisa de encontrar, urgentemente, uma nova sucessora. Porém, a futura princesa, que tem, tal como Melinda, um dom únic...