CAPÍTULO 1

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AVISOS!!!
1. Antes de ler é importante que leia o capítulo prefácio nos detalhes da história!
2. Quando eu escrever "assim", é quando o personagem que está narrando está falando algo em pensamento.
3. Quando eu escrever "assim", é quando o personagem que está narrando ouve alguém falando algo.

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Estou na escola, um dia normal. O sinal toca. Enquanto saio, observo as estudantes conversando entre si.
*PIP* - Alô? Tá. Tudo bem. Até mais tarde!
- Quem era?
- O meu namorado, perguntando se eu queria ir pro Karaokê.
- Karaokê?
- Vamos, vamos!
- Mas é ai? Vamos chamar mais alguém?
- Tá, então manda uma mensagem pra Fu... - a garota que estava falando foi interrompida pela colega, dizendo "CUIDADO!" pois estava vindo em minha direção mas não houve tempo e ela trombou comigo em seguida.
- AI! - gritamos.
- Ai...
- Me... Me desculpe... Eu... - tento falar, que como sempre, mal consigo.
- Está tudo bem! - ela sorri - Eu que estava distraída. - pausa - Você é a... Err... Da mesma classe... Ryo, certo? - confirma com a cabeça - É a primeira vez que a gente se fala, né? Estamos indo pro karaokê agora. E aí? Quer ir também?
"Karaokê... "
- Mas... Eu não sou boa... Nessas coisas... - respondo sem contato visual, olhando para baixo.
Realmente sou um fracasso até mesmo para conversar, imagine cantando.
- Entendi... - arrumo a gola da camisa e ela observa meu relógio de pulso - Você usa relógio de pulso, que lindo! É tão raro ver alguém usando hoje em dia. Se quero saber a hora, eu só vejo no celular...
- É que eu... Não tenho celular...
- É mesmo?! - responde espantada - Nossa... - nossa conversa é interrompida pelas amigas dela, que dizem para ela gritando um pouco mais longe "Eeeei! Vamos logo!" Ela toma a atenção e lembra-se do compromisso, saindo correndo para onde elas estavam - Então, vou indo! Até!
- Ah!.. A... Até..! ...até logo...
Provavelmente, eu sou a única colegial que não tem celular.
"Não consegui falar direito. Faziam três dias que ninguém falava comigo..."
Na verdade... Eu também queria ter um celular como todo mundo. Conectada através de seus celulares, as pessoas são como nós de uma rede... Eu faço parte desses "nós".
Não sou boa com palavras, e as pessoas quando falam comigo, fico sempre na defensiva. Não sei qual a reação que as pessoas que estão falando comigo esperam. E acabo desapontando com o meu sorriso, sempre inseguro.
...Alguém como eu, que não tem com quem conversar... Não precisa de um celular.
"Mas este relógio é o meu favorito. huhu"
Vou andando até a biblioteca, coloco minha bolsa numa mesa de lá e logo sento.
"Mas, se eu tivesse o direito de ter um celular... Como ele seria?... A cor... Seria branca... Ele seria... Lisinho... Isso... Mais ou menos assim... - começo a imaginá-lo em minha frente, enquanto vou me perdendo nos meus pensamentos, fechando meus olhos gradativamente, adormecendo.

[Mais tarde]

Estou pelas ruas de minha cidade, indo para casa depois de um leve cochilo na biblioteca após as aulas. Comércio. É o que mais se vê.
"Telefones celulares de última geração!!! Você só encontra aqui!!! Venha conferir!!!"
Pego um panfleto sobre celulares e alguns outros eletrônicos de uma loja que passei em frente. Vou a uma sorveteria perto de lá e tomo um sorvete, lendo o panfleto atentamente as informações de cada eletrônico ali mostrado. Logo, vou para casa.

[casa de Ryo]

Ah! Finalmente em casa, finalmente... Silêncio. Chego em casa, vou reto a meu quarto, coloco minhas coisas na escrivaninha e pego alguma roupa para usar assim que sair de um belo banho. Assim que o tomo, vou a lavanderia, deixo minhas roupas no cesto de roupas sujas e vou-me a cozinha, pego algo para tomar e volto ao meu quarto, e... Vamos ver o que temos para hoje! Lições, trabalhos... Hm, o panfleto...
Nossa, tem um monte de coisas, de funções nos modelos novos. Faz tempo que não vejo nada de celulares... Uma câmera digital!? E até toca MP3!? Uau... Estou tão desinformada... Que modelos lindos, um mais que o outro...
Começo a mentalizar um celular que eu poderia ter.
"O mais real possível... Mentalizar como se realmente existisse... Só imaginar não incomoda ninguém! - sorrio - Um celular só meu..."
Um tanto mais tarde, após várias lições e trabalhos feitos, foi anoitecendo e, meu relógio, desta vez biológico, estava já apontando que era hora de meu maravilhoso encontro com minha cama. Amanhã é outro dia!

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