Amor entre professores

Capítulo 9

"Cheguei na recepção e vi a Pietra toda encolhida no sofá. Meu coração chegou apertar, ela não é assim, aconteceu alguma coisa grave"

- Mãe- ela já foi levantando e pegando a bolsa- Vamos embora daqui- agarrou a mão da mãe e vinha puxando

- Calma. O que aconteceu?- segurou a filha pelos ombros

- Por favor, vamos embora

- Filha, eu não posso sair assim. Fui chamada porque você descumpriu uma regra. Preciso conversar com a diretora primeiro

- Por favor, me tira daqui- segurou as mãos da mãe que percebia que a filha não estava bem

- Licença- chamou a atenção da secretaria- Pode me emprestar uma sala?

- Claro senhora Barcellos. Me acompanhe por favor- foram atrás da moça

- Obrigada. Se não voltarmos a tempo, me chame quando a diretora chamar, por favor

- Claro- deixou as duas a sós

- Prin, me conta o que aconteceu

- Não quero- virou de costas pra mãe

- Amor, preciso saber o que realmente o que aconteceu- virou a filha pelos ombros

- Não- os olhos encheram de lagrimas

- Me diga

- Você não vai entender

- Por que não tenta?

- Você nunca acredita em mim- limpando as lagrimas que já desciam pelo rosto

- Tente- incentivando a filha

- Já disse que não- cruzou os braços e fez bico

- Prin, como vou te defender, se não sei o que aconteceu?

- Não precisa me defender. Só me tira daqui

- Filha eu não posso

- Você não me ama- chorando

- Te amo mais que tudo meu amor- encostou na filha e a abraçou. Pietra tentou se afastar no início, mas acabou cedendo e logo depois a secretaria vieram chama- las e foram pra sala da direção, onde já estava uma menina loira com uma mulher loira oxigenada e toda cheia do botox

- Bom dia senhora Barcellos. Sente-se, por favor

- Obrigada- sentou-se e Pietra ficou atrás da cadeira da mãe

- Chamei- as pelo fato de vossas filhas terem causado confusão na escola e sabem que isso é inadmissível

- Dá pra encurtar? Tenho salão daqui meia hora

- Tentarei ser breve senhora Dieckman

- Assim espero

- Podemos voltar ao assunto?- Duda chama atenção

- Claro. As duas brigaram no intervalo e acabaram saindo nos tapas. Essa atitude é repudiada pelas regras da escola. Como estamos todas na sala, gostaria que as moçinhas nos explicassem o porque da briga

- Ela que começou- apontou pra Pietra

- Você que me perturbou

- O que ela fez pra te perturbar, Pietra?

- Não quero falar sobre isso diretora

- E como iremos resolver isso?

- Não sei- desviando do olhar da diretora

- Jéssica, não quer se explicar?

- Já disse que a culpa foi dela. Ela não aguentou escutar a verdade e foi pra cima de mim

- Não foi isso

- O que foi então?

- Ela falou uma coisa que eu não gostei, falei com ela e quando tava saindo ela colocou o pé pra mim cair, eu cai, levantei e só me defendi

- O que ela disse?

- JÁ FALEI QUE NÃO VOU DIZER

- E como quer que eu entenda quem estava errada?

- As duas erraram. Dá pra mim logo a advertência, eu assino, minha mãe pega a carta e me traz amanhã e pronto

- Pietra não é assim

- Você tá enrolando as coisas

- Pietra, por favor filha

- Eu não quero ficar aqui

- Já que não me resta outra opção, Jéssica leva advertência e Pietra está suspensa por 3 dias

- Por que minha filha será suspensa e ela não?

- Tudo indica que a errada foi a Pietra

- E isso justifica 3 dias de suspensão?

- Ela também faltou com respeito para com alguns funcionários e comigo mesma

- Isso é um absurdo

- Mãe, vamos embora

- Não Pietra, é errado o que ela quer fazer

- Por favor, eu não aguento mais ficar nessa escola- Duda respirou fundo e levantou

- Só vou me retirar agora porque minha filha não está se sentindo bem, mas saiba que isso não acaba por agora- saíram da sala

- Vai pegar o Fred?- limpando as lagrimas do rosto

- Não. Nós vamos na frente e depois volto pra pega-lo – as duas entram no carro e Duda liga a música- E ai? Tem certeza que não quer me falar o que aconteceu?

Não- com a cabeça no vidro da janela

- Se quiser, pode chorar. Eu estou aqui do seu lado e sempre estarei minha princesinha- colocou a mão na coxa da filha e ela começou a chorar forte. Quando chegaram em casa, Pietra correu para o seu quarto e trancou a porta. Duda arrumou algumas coisas, mas o pensamento estava na filha e em como se sentia impotente nessa situação. Duda arrumou a mesa com os pratos, talheres e copos e foi bater na porta da filha.

- Prin?

- Que?

- Vou buscar o Fred e pegar comida. Quer alguma coisa?

- Não

- Vou passar na sorveteria. Qual o sorvete que você quer?

- Nenhum

- Certeza?

- Sim

- Então tá. Vou trancar a porta e não abra pra ninguém

- Tá bom