Podemos ter um teto para morar,
Mas só com a família teremos um lar.
A liberdade que se adquire quando se está distante,
Eu chamo de solidão constante.
***
A paz que não quero numa casa fria,
Sem barulhos ou alegria,
Tendo como companhia
Uma mísera televisão.
Transmitindo o Sílvio Santos, Rodrigo Faro ou o programa do Faustão.
O silêncio, o espaço, a bagunça que só eu mexi.
A falta das brigas sobre algo que foi tirado daqui,
Daí...
Que não se sabe quem o colocou ali.
***
A paz que não quero do inaudível "como foi seu dia?",
Levantar da cama ao som do despertador sem ouvir um "bom dia!".
De ter a música como única voz.
De ficar, constantemente, apenas comigo, a sós.
Tropeçar apenas nos meus sapatos,
Sem precisar olhar para os lados,
E ver espaços
Que sempre estarão vagos.
***
A paz que não quero é ambígua,
A morte em meio a vida,
A causa de muitas feridas,
A dor de não ter família.
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Falso Discurso
PoetryFalso Discurso é um livro ao qual pretendo abordar diversos temas com o intuito de faze-los refletir sobre a vida e, principalmente, sobre a ação de cada um de nós para com o mundo. Temas como: Depressão, anorexia, traição, exclusão social, aborto...