Acordei caído ainda, mas em um lugar diferente, estava deitado na areia, não era como a areia da praia, era mais escura e mais espessa, dunas se projetavam ao longe enquanto um sol extremamente forte praticamente torrava minha cabeça. Eu estava sozinho, levantei-me e olhei ao redor, não sentia dor alguma, parecia que nada havia acontecido, instintivamente levei a mão à cabeça e olhei meu pulso. Estava tudo certo aparentemente, mas no meu pulso, um desenho havia aparecido como uma tatuagem, só que parecia ter sido feita por uma faca ou canivete. Não sangrava, mas o contorno se mostrava fundo e como uma cicatriz. A imagem era estranha para mim, pareciam dois braços unidos pelos ombros dobrados nos cotovelos formando um "U", não havia corpo ou cabeça, somente os braços como se estivessem erguidos. Fiquei pensando como aquela figura fora parar ali e o que queria dizer, mas tinha outra coisa pra me preocupar agora, onde eu estava?
Caminhei durante alguns instantes quando um vento muito forte me pegou de surpresa, a areia vinha de todos os lados e tive que fechar os olhos para me proteger, sentia que o vento ficava cada vez mais forte, talvez fosse uma tempestade de areia ou algo parecido, tudo começou a girar, tinha a impressão de estar dentro de um redemoinho e ser lançado para longe, sendo levantado do chão, perdi a noção do tempo, mas não parecia ter se passado muito até que o vento cessou e eu pude sentir meus pés tocarem algum lugar sólido novamente, abri os olhos passando as mãos para retirar a areia e eu estava dentro de alguma construção, via tijolos por todos os lados, não tijolos de construção comuns, eram da cor da areia e mediam um metro por um metro cada um aproximadamente, o ambiente era escuro, mas de alguma forma eu conseguia enxergar como se uma luz natural penetrasse de algum lugar deixando a claridade suficiente para que alguém pudesse andar sem tropeçar ou bater a cabeça nas paredes. Eu estava preso aparentemente, não via a saída pra lado nenhum, comecei a andar pelos corredores, as vezes passava por uns que tinham mais de três metros de altura, outros eram tão apertados que eu mal conseguia passar se não fosse da lado, as vezes tive que me esgueirar pois ficavam dão pequenos que dava a impressão de que eu passava pelos tuneis daquelas barraquinhas de criança. Pareciam horas tentando achar um meio de sair dali e começava a pensar se eu não tinha morrido quando ao virar uma esquina ligeiramente mais escura que as outras, senti um frio repentino vindo do chão, olhei e vi que não era mais areia, era um piso frio e negro, esse salão era o maior de todos com quatro colunas subindo uma em cada canto, a sala tinha forma triangular e da ponta do triangulo no teto, uma luz entrava reta, como se estivesse sendo projetada por espelhos, ela descia sem perder sua intensidade em cima do que me parecia um sarcófago, arrisquei ir até o meio, se já estivesse morto, nada me aconteceria pensei,a dor no meu peito voltou fraca e cada passo que eu dava, ela ia aumentando, quando cheguei próximo ao sarcófago, quase não conseguia respirar direito, enfim, consegui ver na tampa, um desenho egípcio muito antigo de uma pessoa, parecia um faraó, não sei, não entendo muito dessas coisas, tinha aquela barbinha engraçada e um chapéu que lhe caia nos ombros, acima do chapéu, duas mãos erguidas iguais ao desenho do meu pulso, já me sentindo tonto e quase desmaiando, me apoiei na tampa e senti o chão desmoronar, o chão se abriu aos meus pés e eu me senti caindo muito rápido, como se nunca mais fosse atingir o chão. Senti-me assim por alguns segundos, perdi o ar, senti um frio na espinha, achei que ia ficar desse jeito para sempre quando bati em alguma coisa e abri os olhos, era eu mesmo, bati no meu próprio corpo, estava sonhando e acabara de ter aquela horrível sensação de estar caindo do penhasco e acordar todo suado e assustado. Um bip incessante vinha de uma máquina do meu lado para monitoramento dos meus batimentos cardíacos, não sabia há quanto tempo eu estava no hospital, me sentei com no leito com dificuldade quando da porta do meu quarto irromperam dois médicos e uma enfermeira que ficaram me olhando pasmos, o que me fez pensar se era eu ou eles que estavam mais assustados ou qual de nós que não estava entendo nada do que havia acontecido, então, como se tivesse levado um tapa nas costas, a enfermeira deu um solavanco na minha direção dizendo preocupada:
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Conexão Ka
General Fiction"Olá. Antes de qualquer coisa, peço que se sente, acomode-se, relaxe, esvazie sua mente...pronto? ok. As palavras que aqui serão escritas não serão mero acaso e qualquer coincidência com a vida real é uma fato a mais que se une a milhares de...