Nightmare Living

II - Jacob Heist

Saí da casa e lá estava a garota, no final da rua, chorando enquanto o homem está apontando sua arma para ela. Ela não tem para onde correr, então automaticamente começo a correr em direção ao homem. Ele não me vê, pois está de costas para mim, o que me dá certa vantagem, então o empurro para o lado, me jogo para cima dele e começo a socá-lo. Ouço o barulho de sua arma caindo no chão. Pela visão periférica vejo que a garota está paralisada nos olhando, mas não paro e continuo a socá-lo enquanto ele tenta revidar. Até que ele para e seu corpo relaxa enquanto seus olhos fecham. Desmaiou.
Levanto-me e digo a garota:
-Você está bem?
-Estou viva. – ela responde, chorando um pouco. – Obrigada por me salvar.
-De nada, eu sou Jacob. –Dei minha mão para cumprimentá-la, então notei que ela está cheia de sangue do homem e a abaixo.
-Nicole. – ela diz, olhando para minha mão.
-Ele te perseguiu até aqui?
-Sim, aparentemente acabou a munição dele quando ele iria atirar em mim, então quando corri ele veio atrás. – ela cerra os punhos olhando para ele – Ele matou minha mãe. - Vejo seus olhos se encherem de água.
-Me desculpe por isso...
-Precisamos nos esconder, haviam outras pessoas como ele no bairro.
-Outras??!? Mas o que está acontecendo?
-Eu acho que é algum tipo de ataque terrorista. – ela diz, olhando para o final da rua assustada.
-Que estranho,então enquanto as coisas não melhoram, vamos ficar por aqui. Eu e uma amiga arrombamos aquela casa abandonada agora há pouco e acho que podemos ficar lá por enquanto. – falo, apontando para a casa.
-Tudo bem, eu acho.
Ouço um barulho estranho e quando me viro sinto uma dor enorme no braço. Quando percebo o que está acontecendo o homem está vindo para cima de mim, fico confuso, pois achei que o tivesse desmaiado e agora ele está aqui, de pé e com uma faca. Consigo me desviar, mas meu braço está sangrando, o que me incomoda, e ele continua a vir para cima de mim enquanto Nicole começa a gritar.
Tenho vontade de mandá-la calar a boca, pois está me desconcentrando, mas estou muito desnorteado para isso então tento me desligar um pouco da voz dela e foco no homem. Noto que ele tem um crachá com um nome que não consigo ler por estar um pouco apagado e sujo.
Quando ele se aproxima de novo, me desvio e seguro o braço dele que está segurando a faca.
Percebo que a dor no meu braço é de um corte profundo e que está sangrando cada vez mais. Ele me dá um soco no olho e me deixa tonto. Pergunto-me se Nicole parou de gritar ou se consegui me desligar da voz dela.
O soco foi muito forte e enquanto fico tonto por alguns momentos, vejo o braço do homem vindo em direção ao meu peito quando ouço um barulho forte, como um tiro.
O homem faz uma cara de dor e susto ao mesmo tempo, então cai no chão ao meu lado. Alguns metros atrás de nós está Nicole com a arma ainda apontada para ele. Ela o encara caído no chão, atira mais uma vez, e diz:
-Agora sim.
Eu a encaro boquiaberto por alguns momentos e digo:
-Será que ele está... Morto?
-Não sei, mas espero que sim.
-Achei que a arma dele estava sem munição. – digo, ainda assustado.
-Estava, ele a recarregou pouco antes de você chegar.
-Ah... Entendi. –não sei porquê, mas falei com um tom meio desconfiado, quando na verdade estou assustado. –Então... Acho que deveríamos ir logo. – digo, tentando manter a voz firme.
-Acho que sim. – Eu achei que ela fosse se desfazer da arma mas ela simplesmente a desarmou e a guardou na sua cintura, com sua bermuda segurando-a.
Andamos até a casa abandonada.