Ours Special Moments

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Para a maioria das pessoas hoje era um dia especial, afinal de contas o feriado de Ação de Graças é levado muito a sério pelos americanos, porém para os Vingadores hoje era só mais um dia comum de trabalho, onde vilões tentavam dominar o mundo e eles impediam.

Há algum tempo atrás seria quase impossível ver mais de dois membros dos Vingadores juntos por mais de cinco minutos, primeiro porque eles se evitavam feito cão e gato, e segundo porque ninguém nunca saia ileso do encontro, principalmente Stark. Porém depois de uma missão na Índia se tornou muito mais comum ver os seis heróis juntos, para dizer a verdade se tornou um hábito deles se reunirem depois de cada missão e "comemorarem", não era bem uma comemoração, mas era assim que Tony gostava de chamar, e ninguém quis iniciar uma briga por isso.

Apesar de ser o feriado de Ação de Graças, o que os Vingadores realmente comemoravam aquela noite era o sucesso de mais uma missão. E depois de tantas comemorações como essa, se tornou normal eles jogarem jogos idiotas, geralmente de adolescentes.

Todo e qualquer tipo de jogo já tinha aparecido por aqui, desde Verdade ou Desafio até jogos criados por eles, e é claro que todos esses "joguinhos" envolviam bebidas, algo que ainda deixava Steve Rogers desconfortável. Não que ele nunca tivesse bebido antes, mas o conjunto de fatos de que ele não podia ficar bêbado, por causa o soro do Super Soldado, e de que o Capitão não gostava de beber algo toda vez que ele perdia, fazia ele torcer o nariz para esse tipo de brincadeira. Ele também detestava ter que tirar uma peça de roupa a cada resposta errada, o que acontecia com frequência, e ele realmente odiava ter que ficar de babá para os amigos. Thor era imune ao álcool também, entretanto ele nunca sabia o que fazer quando todos ficavam chapados, e Natasha, Clint, Tony e Bruce sempre ficavam bêbados rápido demais, e em um grau tão e patético que era possível arrancar qualquer coisa deles. Steve sempre tinha que leva-los até os seus respectivos quartos.

Hoje, porém, eles estavam pegando mais leve nas bebidas, o que fez o Capitão agradecer a Deus, infelizmente Tony estava entediado demais para continuar sóbrio, e foi nesse momento infinito em que ele parecia se decidir se comia ou enchia a cara, que ele surgiu com uma ideia, no mínimo, legal. O desafio da vez era contar algum momento de sua vida, um momento legal, triste, engraçado, qualquer momento especial de sua vida.

Stark parecia ser o único animado com a brincadeira, porém para a felicidade de Steve, Natasha resolveu entrar na vibe e começou a contar o seu momento, o que se ele tivesse sorte impediria de todos encherem a cara e alguém ter que ser carregado até o seu quarto.

De início ninguém conseguia entender muito bem o que ela estava falando, devido ao tom baixo que ela usará, mas que aumentou gradualmente após um cutucão de Barton.

A Viúva lançou um olhar irritado para o seu parceiro e continuou sua história.

— Eu não tenho certeza de muita coisa da minha vida... — Barton lhe lançou um olhar irônico e a ruiva revirou os olhos. — Ok, eu não tenho certeza de nada e provavelmente nada disso tenha sido real, porque as memórias ficam indo e voltando, e eu fico muito confusa, porque em um momento eu estou em um palco e no outro eu estou com uma arma na minha mão, e então as cenas se misturam, e eu definitivamente não consigo saber o que é e o que não é real, mas o fato é que eu adoro dançar e toda vez que eu faço isso eu me sinto livre, como se eu fosse outra pessoa, dançar me acalma e me lembra de casa. Quando o Clint me trouxe para cá, a dança foi o que me manteve estável, ela me ajudou a me controlar e a me adaptar a minha nova vida. Por isso os meus melhores momentos são quando eu estou dançando, porém, dançar também me aterroriza, porque quando eu lembro de casa, eu lembro de quem eu era, e das coisas que eu fiz, e então eu posso ouvir os gritos, ver os rostos e o sangue em minhas mãos. E... eu... eu posso lembrar daquela noite, e de alguma forma, eu tenho certeza de que isso é real. A música tocando, a tempestade lá fora, e então a execução.

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