EU PERMANECIA DEITADA MAS, meus olhos estavam abertos, fixos no teto de madeira velha, era confuso não saber se você estava sonhando ou se estava acordada devido a insônia. Me sentei na cama e olhei para o espelho que eu tinha encostado na parede dias atrás, a luz da lua deixava o quarto com um tom de breu azulado oque despertou a minha curiosidade pois o breu só ficava daquela cor quando um elementar obscuro do fogo estava presente. Assim que me pus de pé ouvi um barulho vindo do andar de baixo, franzi o cenho e olhei novamente para o espelho, a imagem estava embaçada, não era real. Era apenas um sonho, uma previsão.
Desci as escadas e não consegui acreditar no que estava vendo, meu coração apertou me fazendo ficar sem ar, a casa estava pegando fogo agora tudo ao meu redor até o andar de cima estavam sendo queimado pelas chamas azuis, desci um degrau e quase cai pois ele quebrou
—Pai?-gritei porém o único som que eu conseguia ouvir era o de vidro explodindo-mãe?
—Merlin?-um grito desfigurado chegou aos meus ouvidos
—Luna?-chamei, pulei os dois degraus direto para o chão-não-parei-não é ela, isso não é real
—Por favor me ajude Merlin-olhei em volta sem saber de onde vinha a voz
—Onde você está?Perto da lareira onde eu escrevi nossos nomes estavam eles mas, eu não sabia dizer se era eles mesmo pois seus rostos estavam borrados, as bocas abertas em um perfeito O, os olhos gritando um desespero assustador, eles esticaram seus braços esqueléticos tentando me tocar, a mão da Luna agarrou meu pulso e o calor ardente fez minha pele queimar, eu gritei assustada e puxei meu braço
—Nos salve Merlin-papai pediu
—Nos salve pequena-mamãe suplicou
—Não! vocês não são reais-tampei meus ouvidos
—Olhe nos meus olhos-pediram
—Acorda, acorda-me pedi-eu já entendi por favor me faz acordar
—Merlin-a luz do lampião iluminava o rosto do meu pai, seus olhos azuis estavam alertas-conta
—1, 2, 3, 4, 5-respirei fundo duas vezes, ele me fazia contar sempre que algo acontecia porque se eu me descontrolasse energia era liberada e adeus quarto
—O que aconteceu?-ele questionou colocando o lampião no chão
—Eu não sei-abracei meus joelhos-eu...eu acho que era outra previsão
—Mas você não tem uma desde...desde a peste-ele massageou as têmporas-o que faz você achar que é uma previsão?
—O mestre disse que quando não é sonho os objetos que refletem embaçam, o espelho embaçou
—O que você viu?
—Um elementar obscuro do fogo-arfei, dizer aquilo em voz alta tornou tudo mais assustador-ele queimava a casa
—O que há de errado nisso pequena?-pôs sua mão em minha bochecha
—Vocês estavam aqui dentro-papai engoliu em seco
—Foi só um pesadelo, nem tudo que você vê enquanto adormece é uma previsão-se levantou, seu rosto foi iluminado e o mesmo desespero que vi nas figuras grotescas estava estampado em seu semblante-volte a dormir, amanhã será outro dia
—Pai?
—Sim pequena?
—Eu posso sair? Necessito de um pouco de ar
—Apenas tome cuidado, você sabe que os trolls gostam de se divertir esse horário
—Terei cuidado-forcei um sorrisoAssim que vesti meu casaco senti meu pulso formigar, caminhei até a janela e a luz iluminou onde ardia, meus batimentos diminuiram e voltaram a acelerar, meu pulso estava com uma queimadura em forma de dedos, foi aquelas marcas que me fizeram compreender que o pesadelo que tive não era um mero pesadelo, era tão real quanto o pano que tocava minha pele. O clima estava frio devido ao horário e eu nem sabia a que horas me referia, não importava eu precisava fazer algo, carecia de outros pensamentos
—Merlin?-olhei para floresta
—Quem está aí?
—Kombi-ele saiu do meio das árvores. Kombi era esguio, seus cabelos eram roxos na altura dos ombros porém ele sempre o mantia preso e seus olhos acompanhavam a coloração
—O que estava fazendo escondido?-ele passou seus braços pelos meus ombros
—Esperando algum desavisado-riu, permaneci séria-onde estava indo?
—Estou indo a qualquer lugar, sem elfos brincalhões de preferência-me livrei de seu braço
—Se me permitir lhe levo em um ótimo lugar-sorriu
—Como pode me assegurar de que não está me levando para uma emboscada?
—Você não é tão inocente assim Merlin, lhe asseguro disto-me olhou sério
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Essência
RandomAnos atrás uma peste cinza atacou as pessoas lhe tirando a vitalidade fazendo o seu corpo ser movido quase como uma máquina, os fazendo se mexer a mando da necessidade tudo por causa da Arcate, uma bruxa vingativa que tinha prazer em ver os outros s...