XIII-O segundo passo

122 8 11
                                    

San

Depois de acordar com o sol a bater na minha cara, Ashitaka estava a fazer festas no Yakkuru e os lobos apareceram correndo. Nas suas bocas traziam galinhas e uma vitela.

- Onde arranjaram esses animais?-perguntei.

- Numa aldeia.-disse um deles engolindo uma galinha.

- Aldeia?-perguntou Ashitaka curioso.

- Sim, fica a uns quilômetros daqui.-Continuou o lobo.

- Devemos ir, Ashitaka?

- Claro!

Mais uma vez....começamos a caminhar. Depois de vários passos, avistamos telhados de casas.

- Finalmente...-disse cansada.

Quando nos aproxima-mos ainda mais algo não estava bem.

- São os soldados do Imperador.-disse Ashitaka.

Pelo que via, os tais soldados estavam a pedir e a obrigar aos habitantes que dessem o seu dinheiro. Ashitaka estava focado em uma velhota que sofria morros dos soldados. Até que ele (Ashitaka) foi acudi-la.

Ashitaka

Ajudei a pobre senhora.

- O que pensas que estás a fazer, garoto?

- Vocês deviam ter vergonha, cobardes!

- Cobardes?

- Sim! Três contra um?! Ainda por cima é uma senhora de idade! Só cobardes fazem isso!

- Este garoto está a pedi-las!

Um dos soldados deu-me um morro, mas eu defendi agarrando na sua mão.

- Este não é o melhor caminho, acredite. Eu vim para ajudar e não magoar. Por isso vão embora e não voltem.

Eles olharam-se e acabaram por deixar a aldeia como todos os outros.

- Muito obrigado jovem, o que posso fazer para retribuir a tua bondade?

- Sabe o caminho para a aldeia do Imperador?

- Desculpe, mas não. Mas não quer um copo de água? Você parece muito cansado...

- Eu não estou sozinho. Tenho uma amiga comigo.

- Oh! Então que ela venha! Há sempre espaço para mais um!

Com o convite da velha, fui chamar a San. Mas foi um bocado complicado, parece que ela ainda não gosta das pessoas, mas eu sei que ela vai acabar por aceita-las!

Quando entramos na casa da pobre senhora, à nossa frente encontrava-se uma mesinha, em cima dela estavam dois copos com água.

- Por favor fiquem à vontade.-disse a velha sorrindo.

- Obrigado.-Agradeci bebendo o meu copo de água.-Está água é tão boa!

- Vem da Floresta.-Disse San com um tom triste.

- E isso é mau? Pareces triste...

- A parte má, é aquela que os humanos fazem para conseguir esta água tão boa.-O tom de tristeza virou-se para raiva e ódio.

-Estou a ver...você vem da Floresta. Isso quer dizer que você é a Garota Lobo.

San alertou-se.

- Também me quer matar?

- Se você não nos quiser matar...para mim você é algo especial.

- Especial?

- Claro, alguém que tem amor a Floresta é especial. Infelizmente o meu filho teve de ir trabalhar para o Imperador, então é obrigado a fazer coisas que não gosta. Mas ás vezes tráz-me a melhor água de todas. A natural. Sabe...a vida aqui é má....

- Então você gosta da Floresta?-perguntou San curiosa.

- Claro! É tão bela, calma-Ela fez uma pausa-Infelizmente não lá vou a alguns anos...mas agora deve estar destruída.

- Por isso mesmo, nós temos de continuar a nossa viagem.-San começou a puxar-me pelo braço.

- Esperem! Não querem passar cá a noite?-Insistiu a velha.

- Agradecia imenso!-disse com um sorriso.

Realmente, estava muito cansado e San também, embora pareça dura e resistente.

A senhora levou-nos até um quartol onde tinha uma cama.

- O casal pode ficar aqui.....não se importam pois não?

- É perfeito, obrigado.

San

Estava a meio da noite quando ouvi uma porta abrir-se. Rapidamente, levantei-me e subi umas escadas, que foram dar a um sótão, abri a janela e saltei para o telhado. Caminhei por ele, até ver uma luz e uma sombra. Observei melhor e percebi que era a porta da casa que estava aberta e a velha foi deixar comida à porta, logo depois Yakkuru e os lobos apareceram para comer o que ela deixara.

Princesa Mononoke 2 (#Wattys2016)Onde histórias criam vida. Descubra agora