Capitulo 4

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Capitulo 4

Durante o jantar o ambiente entre mim e o Harry estava fortemente pesado. Eramos os únicos que não proferíamos sequer uma palavra. Penso que os outros não se aperceberam muito, estavam muito entusiasmados a falar entre sim, algo que tinham visto esta tarde no caminho da praia para casa.

Na minha mente passavam-me imensas suposições. Como é que isto foi acontecer? Ainda há menos de um mês tinha uma ideia completamente diferente da que tenho hoje. Mas porquê? O que é que mudou, foi tudo tão rápido que nem consegui sequer reparar na mudança. Eu pensava que eu e ele não havia volta a dar, que iriamos sempre ser sempre os que mais detestávamos, o que não suportávamos. O que é que nos aconteceu para que à mais ou menos meia hora, estivéssemos prestes a beijar-nos. Estaria eu encantada pelos seu cavalheirismo, a sua preocupação, a maneira de agir diferente, o seu olhar em mim, o seu toque… Seria isto tudo que tinha mudado a minha maneira de pensar. Afinal onde é que está o Harry que eu pensara ser um rude, um orgulhoso, um nojento que não tinha maneira de mudar. O que será que tinha acontecido? Teria eu mudado a sua maneira de agir? Não sei, acho isto tudo muito estranho, tenho medo do que possa acontecer. Por mais surpreendida da minha ideia, eu até que não me importava de o ter beijado, de sentir aqueles lábios suaves nos meus. Oh meu deus Sophie o que é que estás para aqui a pensar!

Levantei-me e peguei no meu prato e copo, colocando-os no lava-loiça.

-Pessoal, dói-me um pouco a cabeça, vou descansar. Xau, até amanhã. – Disse Harry levantando-se e saindo da cozinha.

Olhei para cada passo que ele fazia, desde o seu levantar, até à maneira como mexia nos seus caracóis enquanto falava para os rapazes. Será que ele estava bem? Quer dizer, bem não está não é. Mas, como será que ele está? O que é que ele estará a sentir, a pensar… Peguei no seu prato e copo e juntei ao meu já posto no lava-loiça.

Após ter acabado de limpar a cozinha, passei pelos rapazes que estavam na sala a ver um jogo de futebol.

-Pessoas fofas, eu já estou com sono, vou subir, até amanhã.

-Até amanhã Soph. – Disseram.

Subi, caminhei até ao meu quarto, vesti o meu pijama, dirigi-me à casa de banho, lavei os dentes e sentei-me na sanita, pensando e pensando.

Por fim deitei-me na cama e apaguei a luz do candeeiro da mesa-de-cabeceira.

Acordei à já uma hora, por volta das duas e meia da manhã. Parecia que por mais voltas que desse na cama não conseguia adormecer. Decidi portanto levantar-me, apanhar um pouco de ar fresco e beber um copo de água.

Fechei a porta do meu quarto com imenso cuidado, para que não acordasse ninguém. Desci as escadas o mais lentamente e silenciosamente possível, já com a mesma intenção. À medida que estava mais perto de chegar ao piso térreo parece-me ver alguém sentado de costas viradas e com o braço direito apoiado na perna e com a mão direita a apoiar a cabeça. Sem fazer qualquer barulho que fosse, fui-me aproximando. As cortinas das janelas corridas da sala estavam abertas, deixando assim passar a luz do luar, podendo adivinhar apenas pela luz refletida nos seus caracóis, quem estava aquelas horas da manhã acordado. Fui à cozinha, pareceu-me que já tinha reparado que também estava ali, sem conseguir dormir. Peguei num copo e abri a torneira enchendo a meio o copo. Dei um golo enquanto caminhava para perto dele. Sentei-me ao seu lado e dei novamente um golo na água, não sabendo o que haveria dizer, ou se seria melhor permanecemos em silêncio. Mesmo assim, após alguns minutos a pensar se devia ou não, arrisquei.

-Não consegues dormir? – Perguntei muito baixo. Ainda nenhum de nós se tinha olhado, ambos olhávamos para a frente.

-Sim… - Disse no mesmo tom que o meu. – E tu?

JerkWhere stories live. Discover now