O quarto fora (que também não foi um fora)

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Marcy chegou em casa. Já havia levado três foras naquela semana.

"Será que o problema é comigo?", pensou ela. "Nãããão, meninos é que são idiotas".

Dizendo isso, andou até a geladeira e a abriu. Um pote de sorvete estava bem à vista. Marcy o pegou e, encontrando uma colher limpa, sentou-se à mesa para se servir.

- Oh, sorvete napolitano, só você me entende. - disse ela, olhando para a pele fria e de plástico do pote. - Eu queria que pudéssemos nos casar e vivemos felizes para sempre. Ei, até que não é má ideia.

O sorvete não respondeu.

- Bom, o mais importante é a beleza interior. - Marcy segurou a tampa e abriu o pote. Mas, para sua surpresa, não era sorvete. Era feijão.

- Nãããããããããããããããão. - gritou a garota, empurrando para o lado seu ex-futuro marido. - Você não vale nada.

Aí ela lembrou que o Brasil estava em crise e que feijão valia sim, e muito.

O Idiota de Quem Escreveu "O Idiota do meu Melhor Amigo"Onde histórias criam vida. Descubra agora