Desde de garota, sempre detestei formalidades.
O que levava minha mãe a me presentar com alguns belos puxões ou pisões sob a mesa.
Jeremy me disse para agir normalmente, como se estivessimos conversando na minha sala, bebendo chá da tarde como bons britânicos e assistindo antigas fitas do meu falecido marido, Jonh. Ele parecia estar mais nervoso que eu, o que me fez rir um pouco. Seus olhos tensos encaravam o movimento no set, enquanto eu aspirava tudo meu redor.
Recebi o convite de uma emissora para fazer parte de um documentário sobre a história de pessoas que fizeram parte dos acontecimentos dos anos 40. E eu guardava no meu armário, muitas informações importantes.
A caixa amarelada, meio esfarrapada, estava pousada sobre minhas "pernas de gente idosa" como diria meu neto Lucca.
Aquela simples caixa guardava pedaços de mim.
Guardava pedaços de alguém que amei muito durante aquele verão meio sombrio em 1939, no auge dos meus dezesseis anos.
Era difícil reler aquelas cartas, entregá-las aos olhos das pessoas.
Thomas Carton foi um idiota, um herói e o único que amei intensamente e agora, nos meus 76 anos, estou pronta para falar o que vi, li e ouvi. E o mais perigoso e doloroso de todos, o que senti.
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Letters To Jane
Historical FictionAbril, 1943. Querida Mary Jane Adams, "Prometa que nunca irá me esqueçer, mesmo que seja com ajuda daquela ridícula gravata azul." Cinquenta e seis anos depois, Mary Jane Adams reabre sua velha caixa de cartas que armazenavam valiosos detalhes sob...