O sol passava pela janela, iluminando a pequena casinha de madeira. O calor das cobertas, que esquenta nossos corpos vestidos com a malha fina do pijama, entra em contraste com o frio das congelantes noites, que ainda paira no ambiente. O barulho dos pássaros cantando, já causa me falta, eles davam um ânimo as pacatas manhãs das terras do norte.
Com a época de inverno se aproximando, bandos de diversas espécies de pássaros, migram para o sul, terra aonde, encontraram um clima mais ameno, sendo assim, continuaram seu processo de sobrevivência.
Caminhar pelas florestas, ou até mesmo, pelas ruas do vilarejo, é um pouco desanimador nesta época. O canto dos pássaros realmente é algo muito presente na clareira, e com a mudança de estação, apenas os corvos e urubus voam sobre as áreas do norte.
Sento me na cama e deixo que os meus pés toquem o chão frio, fazendo me arrepiar e livrar me de minha preguiça. Esfreguei meus braços na tentativa de aquecer eles, porém fora em vão, a ponta de meus dedos e meu nariz já apresentavam uma vermelhidão, causada pelo frio. Levanto me da cama e caminho em direção a pequena cômoda de madeira bruta. Pego uma calça cinza e uma blusa branca. Coloco-as substituindo as vestes de dormir e me dou por satisfeito.
Shin ainda dormia como se nada estivesse acontecendo. Ele era realmente uma gracinha, nunca foi desgostoso fazer algo para ele, embora seja cansativo, chegar em casa e ser abençoado com os sorrisos e olhares puros do menino, era uma das coisas mais prazerosas do dia. Todo esforço e trabalho que realizo por ele, além de ser útil para o Shin, é também, motivador para mim. Se não fosse por ele, acredito que eu já teria desistido.
Na estação do Verão, a lenha é só cobrada pelos poucos burgueses, que tem o fogo, como principal meio de chegar em seu produto de comercialização, ou seja, eles necessitam de meus serviços, para que o deles sejam vendidos.
O dinheiro arrecado nas épocas de calor, não compensam os gastos consumidos em casa, então a venda de móveis esculturados na madeira brusca é algo crucial, para poder sustentar nossas necessidades.
É cansativo. Ir a floresta. Coletar lenha e madeira bruta, para a confecção dos móveis. Voltar para casa. Cuidar de Shin. Ir no vilarejo vender a lenha. Voltar para a casa de novo. Criar os móveis. Ir no vilarejo, para vender alguma criação. Voltar para casa novamente. Dormir. E no dia seguinte, realizar o mesmo trajeto.
Se não fosse por Shin, eu com certeza teria desistido. Com apenas sete anos e eu sendo o pai adotivo dele, ele cuida bastante de mim. Mesmo que sejam pequenas ações, ele sempre faz algo para me agradar. Além disso, ele nunca foi de me desrespeitar, faz as lições, deixa a casa arrumada e até insiste de fazer pequenos lanches para o jantar de nós dois.
Com um menino gracioso como ele, eu não tenho nada a reclamar. Mesmo que os dias sejam cansativos. Eu chegue exausto em casa. Ele sempre torná o final das tardes exaustivos, em pequenos momentos felizes.
Faço um café preto e preparo a mesa para o lanche. Disponho o leite e dois pães quase duros, devido a massa que enrijeceu ao longo do tempo. Coloco dois copos, preenchendo um deles com café, e no outro alterno, entre a bebida preta e a branca, criando o famoso café-com-leite que o Shin tanto amava.
Quando pequeno sempre optei pela combinação das bebidas. O leite e o café para mim, deveriam ser inseparáveis. Porém quando cresci, a demanda de algo mais energético era notável, é assim ficou. Passei a tomar café preto puro todos os dias, como meio de suprir minha necessidade energética.
Analiso a mesa posta com os poucos suprimentos. Suspiro frustado. – Não tenho muito a oferecer hoje.– Sento me na beirada da cama. Afago os cabelos negros do pequeno Shin e o vejo abrir vagarosamente os olhos.
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Black Florest
FantasyA Floresta Negra, muitos se apavoram só de ouvir o nome dela, menos uma pessoa, um jovem lenhador que adentra as matas da temida floresta todos os dias. Kim Taehyung tinha receio, tinha fascínio, tinha curiosidade, por tudo que poderia encontrar esc...